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12/05/2004
-
21h48
da Folha Online
Durante os 61 dias de paralisação dos agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) da Polícia Federal --a categoria entrou em greve no dia 9 de março e voltou oficialmente ao trabalho no último dia 10 numa espécie de "trégua" ao governo--, os grevistas realizaram uma série de protestos.
A "operação padrão" --revista minuciosa de documentos e bagagens de passageiros de vôos internacionais-- causou filas de até três horas nos principais aeroportos do país e provocou desentendimentos dentro do Departamento da Polícia Federal, com delegados assumindo os lugares de agentes nos aeroportos.
"Temos que reconhecer que a 'operação padrão' deve ser repensada e retomar as negociações de uma forma mais moderna", disse na noite desta quarta-feira o presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Carlos Garisto.
Além disso, os grevistas promoveram passeatas e até realizaram, em Brasília, o velório simbólico do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com um caixão de madeira rodeado por "viúvas" vestidas de preto.
Retorno ao trabalho
Assembléias realizadas nos sindicatos regionais em todo o Brasil decidiram nesta quarta-feira interromper a greve para que a retomada das negociações não seja prejudicada. A volta ao trabalho foi um pedido do presidente da Câmara, João Paulo (PT-SP), que tenta intermediar as conversas.
"Estamos fazendo isso [interrupção da greve] em parceria com o Congresso. Temos ao menos 25 assinaturas de senadores e dezenas de deputados que pleiteiam a retomada das negociações", afirmou Garisto.
Segundo Garisto, em junho a Fenapef deve fazer uma avaliação dos avanços conseguidos nas negociações e, "caso seja necessário", a greve pode ser retomada.
Greve
Os grevistas reivindicam o pagamento de salário equivalente a escolaridade de nível superior para as categorias em greve, com base na lei 9.266/96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF.
Assim, um agente e um delegado ganhariam o mesmo salário-base. O dos delegados, de acordo com tabela do Ministério do Planejamento divulgada pela Fenapef, é, em início de carreira (segunda classe), R$ 467,54. O dos grevistas, pela mesma tabela, é R$ 250,46. O aumento seria de 86,67%.
O salário inicial, no entanto, é acrescido de uma série de gratificações. Se não houver alteração destas gratificações, o salário inicial das categorias em greve pode ir de R$ 4.200 para R$ 7.800, igual ao de delegados, um aumento de 85,71%.
O Ministério da Justiça alega que não há base jurídica para o pleito dos grevistas, uma vez que a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de um curso superior, estabelece uma tabela específica para os vencimentos.
A Fenapef contesta, dizendo que a tabela do Ministério do Planejamento diz, expressamente, que os salários atuais das categorias são de nível intermediário.
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Protestos e "operação padrão" marcaram a greve da Polícia Federal
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Durante os 61 dias de paralisação dos agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) da Polícia Federal --a categoria entrou em greve no dia 9 de março e voltou oficialmente ao trabalho no último dia 10 numa espécie de "trégua" ao governo--, os grevistas realizaram uma série de protestos.
A "operação padrão" --revista minuciosa de documentos e bagagens de passageiros de vôos internacionais-- causou filas de até três horas nos principais aeroportos do país e provocou desentendimentos dentro do Departamento da Polícia Federal, com delegados assumindo os lugares de agentes nos aeroportos.
"Temos que reconhecer que a 'operação padrão' deve ser repensada e retomar as negociações de uma forma mais moderna", disse na noite desta quarta-feira o presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Francisco Carlos Garisto.
Além disso, os grevistas promoveram passeatas e até realizaram, em Brasília, o velório simbólico do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com um caixão de madeira rodeado por "viúvas" vestidas de preto.
Retorno ao trabalho
Assembléias realizadas nos sindicatos regionais em todo o Brasil decidiram nesta quarta-feira interromper a greve para que a retomada das negociações não seja prejudicada. A volta ao trabalho foi um pedido do presidente da Câmara, João Paulo (PT-SP), que tenta intermediar as conversas.
"Estamos fazendo isso [interrupção da greve] em parceria com o Congresso. Temos ao menos 25 assinaturas de senadores e dezenas de deputados que pleiteiam a retomada das negociações", afirmou Garisto.
Segundo Garisto, em junho a Fenapef deve fazer uma avaliação dos avanços conseguidos nas negociações e, "caso seja necessário", a greve pode ser retomada.
Greve
Os grevistas reivindicam o pagamento de salário equivalente a escolaridade de nível superior para as categorias em greve, com base na lei 9.266/96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF.
Assim, um agente e um delegado ganhariam o mesmo salário-base. O dos delegados, de acordo com tabela do Ministério do Planejamento divulgada pela Fenapef, é, em início de carreira (segunda classe), R$ 467,54. O dos grevistas, pela mesma tabela, é R$ 250,46. O aumento seria de 86,67%.
O salário inicial, no entanto, é acrescido de uma série de gratificações. Se não houver alteração destas gratificações, o salário inicial das categorias em greve pode ir de R$ 4.200 para R$ 7.800, igual ao de delegados, um aumento de 85,71%.
O Ministério da Justiça alega que não há base jurídica para o pleito dos grevistas, uma vez que a lei, ao mesmo tempo que impõe a obrigatoriedade de um curso superior, estabelece uma tabela específica para os vencimentos.
A Fenapef contesta, dizendo que a tabela do Ministério do Planejamento diz, expressamente, que os salários atuais das categorias são de nível intermediário.
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