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14/06/2004 - 08h40

Governo diz que facções rivais abusam

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da Folha de S.Paulo, no Rio

O subsecretário de Administração Penitenciária do Rio, Aldney Peixoto, confirmou a aproximação das mulheres de presos do Terceiro Comando e do Comando Vermelho e disse que já teve duas reuniões com os dois grupos. Para ele, esse movimento pode ter reflexo positivo dentro das prisões.

"A aproximação delas é um avanço. Há muito folclore sobre os comandos. O que existe é uma minoria sanguinária, que domina a grande maioria dos presos e os obriga a fazer greve de fome e a se insurgir", afirmou.

Peixoto disse que ouviu delas as mesmas queixas relatadas à Folha, sobre humilhações em presídios, e que elas têm razão em várias reclamações. Por outro lado, afirmou, há mulheres agressivas, que descarregam a raiva nos agentes penitenciários, provocam, "criam azedume". Ele disse que vai apurar as denúncias apresentadas.

Por determinação da secretaria, foi proibido o uso de lençóis e toalhas vermelhas nas galerias ocupadas por presos do Comando Vermelho. As mulheres queixaram-se de que são impedidas de entrar com bijuterias, lingerie e até com as unhas pintadas de vermelho. "Evidentemente, é um exagero das agentes", disse ele.

O subsecretário afirma reconhecer que a revista é constrangedora para as mulheres, mas disse que já foram encontrados celulares desmontados e drogas com elas. Ele disse que estuda um meio de dispensar os familiares da revista. Os presos é que seriam obrigados a ficar nus e seriam examinados após as visitas.

Corrupção

Peixoto diz que a corrupção entre funcionários de presídios não é exclusividade brasileira, mas disse não ter conhecimento de seqüestro de mulheres de presos, por policiais, para pedido de resgate. Ele confirmou que o Estado não dá roupa de cama aos presos.

Para ele, um dos maiores focos de insatisfação é a lentidão na triagem das visitas. Segundo ele, parentes chegam a dormir na fila. "Há casos de mulheres que só conseguem passar pela triagem minutos antes de terminar o período de visita."

As mulheres dos líderes das facções, segundo Aldney Peixoto, portam-se como primeiras-damas. Pegam a senha sem passar pela fila, ou pagam para que outros durmam na fila por elas. São conhecidas como "patroas".

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