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24/08/2004
-
04h11
da Folha de S.Paulo
da Folha Online
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Hédio Silva Júnior, afirmou que "ganhou força" a hipótese de que um grupo de intolerância, como os skinheads, tenha sido responsável pela série de ataques nos últimos dias a moradores de rua no centro de São Paulo.
Silva Júnior, que acompanha as investigações da polícia paulista, disse que essa avaliação se intensificou após informações dadas por uma pessoa que mantinha contato com um dos mortos na madrugada de quinta-feira passada.
O morador de rua prestava serviços para essa pessoa e, duas semanas antes de ser atacado, afirmou a ela que deixaria de fazer esse trabalho e sairia da região por ter sido ameaçado por um grupo de homens de "roupa comum" (sem ser terno) preta --uma das cores usadas por neonazistas.
Segundo Silva Júnior, a pessoa que deu a informação não é moradora de rua e tem credibilidade entre entidades que trabalham com essa população. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados por razões de segurança.
A polícia e as entidades que participam de uma força-tarefa criada para investigar os crimes já tinham recebido no domingo uma carta, no ato de repúdio aos atentados, de um grupo de intolerância identificado como Organização Branco-Européia Brasileira. O slogan da carta era "sangue, orgulho e honra". Ela atacava migrantes nordestinos e fazia apologia aos brancos.
Seis moradores de rua morreram e nove estão internados --a maioria, em estado grave. Os feridos estão internados nos hospitais de Ermelino Matarazzo, na Santa Casa e no Hospital dos Servidor Público Municipal.
Os ataques aos moradores começaram na última quinta-feira, dia 19.
Intolerância
Ainda na noite de domingo, duas mulheres que estavam em uma lanchonete do Cambuci foram agredidas a socos por um homem que, segundo elas, identificou-se como skinhead e afirmou que era contra homossexualismo.
No boletim de ocorrência, uma auxiliar de enfermagem e uma publicitária afirmaram que, ao chamarem a polícia, A.V.P. teria dito que "pessoas como ele, que participa da morte de moradores de rua, não têm medo da polícia". Ele foi detido e negou ontem à tarde ter feito essa declaração.
O rapaz seria ouvido no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga os ataques em série, mas a Secretaria da Segurança Pública, embora não descartasse, evitava relacionar os dois casos.
Envenenamento
Mais um morador de rua foi vítima de uma tentativa de homicídio no centro de São Paulo, mas com método diferente dos golpes na cabeça. Na tarde de anteontem, um morador de rua foi levado ao Hospital Público do Servidor Municipal com sintomas de envenenamento. O estado dele é gravíssimo e há risco de morte.
O episódio é parecido com um ocorrido há cerca de um mês e meio, quando seis moradores de rua da região central foram levados ao mesmo hospital após terem sido intoxicados com veneno de rato. Naquela ocasião, as vítimas foram medicadas e sobreviveram. O veneno havia sido misturado em bebidas alcoólicas, posteriormente oferecidas a elas.
O paciente, que aparenta ter 35 anos, já chegou em coma ao hospital, às 12h57 de anteontem, levado por um carro da Guarda Civil Metropolitana.
Fora encontrado próximo à praça da Sé. O superintendente do hospital, Giovanni di Sarno, disse que, pelos sintomas, é provável que tenha sido envenenado por organofosforado, substância encontrada em raticidas.
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da Folha Online
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Hédio Silva Júnior, afirmou que "ganhou força" a hipótese de que um grupo de intolerância, como os skinheads, tenha sido responsável pela série de ataques nos últimos dias a moradores de rua no centro de São Paulo.
Silva Júnior, que acompanha as investigações da polícia paulista, disse que essa avaliação se intensificou após informações dadas por uma pessoa que mantinha contato com um dos mortos na madrugada de quinta-feira passada.
O morador de rua prestava serviços para essa pessoa e, duas semanas antes de ser atacado, afirmou a ela que deixaria de fazer esse trabalho e sairia da região por ter sido ameaçado por um grupo de homens de "roupa comum" (sem ser terno) preta --uma das cores usadas por neonazistas.
Segundo Silva Júnior, a pessoa que deu a informação não é moradora de rua e tem credibilidade entre entidades que trabalham com essa população. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados por razões de segurança.
A polícia e as entidades que participam de uma força-tarefa criada para investigar os crimes já tinham recebido no domingo uma carta, no ato de repúdio aos atentados, de um grupo de intolerância identificado como Organização Branco-Européia Brasileira. O slogan da carta era "sangue, orgulho e honra". Ela atacava migrantes nordestinos e fazia apologia aos brancos.
Seis moradores de rua morreram e nove estão internados --a maioria, em estado grave. Os feridos estão internados nos hospitais de Ermelino Matarazzo, na Santa Casa e no Hospital dos Servidor Público Municipal.
Os ataques aos moradores começaram na última quinta-feira, dia 19.
Intolerância
Ainda na noite de domingo, duas mulheres que estavam em uma lanchonete do Cambuci foram agredidas a socos por um homem que, segundo elas, identificou-se como skinhead e afirmou que era contra homossexualismo.
No boletim de ocorrência, uma auxiliar de enfermagem e uma publicitária afirmaram que, ao chamarem a polícia, A.V.P. teria dito que "pessoas como ele, que participa da morte de moradores de rua, não têm medo da polícia". Ele foi detido e negou ontem à tarde ter feito essa declaração.
O rapaz seria ouvido no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga os ataques em série, mas a Secretaria da Segurança Pública, embora não descartasse, evitava relacionar os dois casos.
Envenenamento
Mais um morador de rua foi vítima de uma tentativa de homicídio no centro de São Paulo, mas com método diferente dos golpes na cabeça. Na tarde de anteontem, um morador de rua foi levado ao Hospital Público do Servidor Municipal com sintomas de envenenamento. O estado dele é gravíssimo e há risco de morte.
O episódio é parecido com um ocorrido há cerca de um mês e meio, quando seis moradores de rua da região central foram levados ao mesmo hospital após terem sido intoxicados com veneno de rato. Naquela ocasião, as vítimas foram medicadas e sobreviveram. O veneno havia sido misturado em bebidas alcoólicas, posteriormente oferecidas a elas.
O paciente, que aparenta ter 35 anos, já chegou em coma ao hospital, às 12h57 de anteontem, levado por um carro da Guarda Civil Metropolitana.
Fora encontrado próximo à praça da Sé. O superintendente do hospital, Giovanni di Sarno, disse que, pelos sintomas, é provável que tenha sido envenenado por organofosforado, substância encontrada em raticidas.
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