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26/08/2004
-
08h20
da Folha de S.Paulo
"Nunca ouvi discurso nenhum de carecas contra moradores de rua", conta Derek (nome fictício), ex-integrante do grupo Carecas do ABC, que chegou a ser detido com outros 17 skinheads em 2000 quando o adestrador de cães homossexual Edson Neris da Silva, 35, foi espancado até a morte na praça da República (centro de São Paulo).
Skinheads e outros grupos de intolerância são alvo de investigação da polícia após a série de ataques a moradores de rua ocorrida na última semana. Mas as autoridades também trabalham com outras hipóteses, como possível ação de traficantes de drogas ou uma eventual briga entre os próprios moradores de rua.
"Nunca ouvi ninguém falando mal de mendigo. O máximo que poderia rolar, pelo que conheço do discurso deles, seria dizer que os moradores de rua são vítimas do sistema que preferiram um caminho mais digno que roubar."
Derek afirma que, entre ex-companheiros de grupo, o tema do ataque aos moradores de rua da última semana já foi debatido e que ninguém afirma saber do envolvimento de carecas ou skinheads na série de crimes que tem mobilizado a cidade.
"São poucas as facções e, se alguma delas fosse autora dos crimes, com certeza alguém ficaria sabendo", diz.
O ex-careca afirma, no entanto, que esse movimento continua angariando novos membros, que "entram para o grupo por causa do medo que os carecas despertam nas pessoas".
Intolerância
O movimento dos skinheads, de extrema direita, engloba jovens de 16 a 30 anos e, em São Paulo, surgiu no início dos anos 80.
Logo houve uma cisão que dividiu o grupo em duas facções: os chamados carecas, de inclinação nacionalista, e os "white-powers" ou "nazi-skins", declaradamente racistas, que têm como alvos principais homossexuais, negros, judeus, nordestinos e estrangeiros.
A violência é o traço comum desses grupos, mas nem todas as gangues abraçaram princípios neonazistas.
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"Nunca ouvi discurso nenhum de carecas contra moradores de rua", conta Derek (nome fictício), ex-integrante do grupo Carecas do ABC, que chegou a ser detido com outros 17 skinheads em 2000 quando o adestrador de cães homossexual Edson Neris da Silva, 35, foi espancado até a morte na praça da República (centro de São Paulo).
Skinheads e outros grupos de intolerância são alvo de investigação da polícia após a série de ataques a moradores de rua ocorrida na última semana. Mas as autoridades também trabalham com outras hipóteses, como possível ação de traficantes de drogas ou uma eventual briga entre os próprios moradores de rua.
"Nunca ouvi ninguém falando mal de mendigo. O máximo que poderia rolar, pelo que conheço do discurso deles, seria dizer que os moradores de rua são vítimas do sistema que preferiram um caminho mais digno que roubar."
Derek afirma que, entre ex-companheiros de grupo, o tema do ataque aos moradores de rua da última semana já foi debatido e que ninguém afirma saber do envolvimento de carecas ou skinheads na série de crimes que tem mobilizado a cidade.
"São poucas as facções e, se alguma delas fosse autora dos crimes, com certeza alguém ficaria sabendo", diz.
O ex-careca afirma, no entanto, que esse movimento continua angariando novos membros, que "entram para o grupo por causa do medo que os carecas despertam nas pessoas".
Intolerância
O movimento dos skinheads, de extrema direita, engloba jovens de 16 a 30 anos e, em São Paulo, surgiu no início dos anos 80.
Logo houve uma cisão que dividiu o grupo em duas facções: os chamados carecas, de inclinação nacionalista, e os "white-powers" ou "nazi-skins", declaradamente racistas, que têm como alvos principais homossexuais, negros, judeus, nordestinos e estrangeiros.
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