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Semana de 16.04.01 a 22.04.01

 

Banco Mundial reavalia projetos contra a pobreza

O Banco Mundial (Bird) está reavaliando os projetos que financia de combate à pobreza. Dentre eles estão os das áreas de petróleo, gás natural e mineração. Os críticos afirmam que, na verdade, os projetos de desenvolvimento de recursos naturais financiados pela organização internacional em países menos desenvolvidos diminuem o padrão de vida dos pobres.

Os financiamentos para projetos na área de recursos naturais são feitos pela coligada do Bird, IFC - que financia operações de companhias do setor privado no mundo em desenvolvimento. O que a diretoria do Bird vai analisar é exatamente se a IFC, mais orientada ao lucro, conta com normas sociais e ambientais adequadas.

Os projetos de recursos naturais têm importância vital para os países pobres que carecem de indústrias de alto valor agregado. A corrupção e a gestão ineficiente desses projetos podem fechar a porta ao progresso socioeconômico ambientalmente sustentável.

A Organização Não-Governamental (ONG) Friends of the Earth pede uma moratória em novo financiamento pelo Banco Mundial e IFC à extração de recursos naturais em áreas primitivas. Os ambientalistas criticam a atuação do Bird com os efeitos sociais e ambientais de sua atividade de concessão de crédito. 'O banco não está dedicando um esforço de boa fé no processo, se pretende continuar a financiar esses projetos', observou Carol Welch, dirigente da ONG.

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Bird estuda revisão de projetos contra a pobreza

O Banco Mundial (Bird) estuda uma ampla revisão de projetos de petróleo, gás natural e mineração que estiveram entre seus veículos mais polêmicos para o combate da pobreza.

Sua diretoria com 24 membros deverá decidir, nas próximas semanas, se iniciará uma revisão de projetos de desenvolvimento de recursos naturais que a organização internacional financia nos países menos desenvolvidos - projetos que, segundo afirmam seus críticos com freqüência, na verdade diminuem o padrão de vida dos pobres.

'É um processo que envolveria a indústria, a sociedade civil e o governo', declarou Rashad Kaldany, diretor de petróleo, gás e produtos químicos do Banco Mundial e de sua organização coligada, a International Finance Corp. (IFC).

Kaldany acrescentou que é prematuro comentar a exata natureza do proposto estudo ou de seu cronograma até que a diretoria decida. Segundo ele, até agora, funcionários da organização só mantiveram discussões informais sobre o assunto com a indústria e as entidades não-governamentais, ou ONGs.

O próprio Banco Mundial abandonou em geral a atividade de financiar os projetos de petróleo, gás e minerais dos países em desenvolvimento. Mas sua coligada IFC, que financia operações de companhias do setor privado no mundo em desenvolvimento, continua a procurar projetos nesse setor. O proposto estudo deverá analisar se a IFC, mais orientada ao lucro, conta com normas sociais e ambientais adequadas, conforme dirigentes das ONGs.

'A IFC examina formas de se transformar gradualmente em um banco de investimento sustentável', disse Graham Saul, do Centro de Informações Bancárias, uma ONG que se concentra em atividades do Banco Mundial. 'Muitas das suas atividades menos constantes são as mais lucrativas, como as dos setores de petróleo, mineração e gás'.

Os projetos de recursos naturais têm importância vital para os países pobres que carecem de indústrias de alto valor agregado. A corrupção e a gestão ineficiente desses projetos podem fechar a porta ao progresso socioeconômico ambientalmente sustentável.

Carol Welch, dirigente da ONG Friends of the Earth, disse que a revisão dos projetos de recursos naturais é insuficiente porque a IFC continuaria a apoiar projetos nesse setor enquanto o estudo é realizado.

'Sem dúvida, acreditamos que o banco não está dedicando um esforço de boa fé no processo, se pretende continuar a financiar esses projetos', observou Welch. A Friends of the Earth pede uma moratória em novo financiamento pelo Banco Mundial e IFC à extração de recursos naturais em áreas primitivas.

Os ambientalistas citam dois recentes exemplos do que classificam de preocupação inadequada pelo Bird sobre os efeitos sociais e ambientais de sua atividade de concessão de crédito.

A IFC detém 5% de participação na mina Yanachoca do Peru, a maior mina de ouro da América do Sul, na qual a Newmont Mining Corp., norte-americana, sediada em Denver, controla 51% do capital. O governo peruano investiga um vazamento ocorrido na mina em junho do ano passado que contaminou a água para consumo público com mercúrio, um subproduto da extração aurífera com o uso de cianeto. A própria IFC criticou a mina por estar despreparada para tal vazamento e por não fornecer relatórios oportunos às autoridades.

Grupos ambientalistas também criticaram o projeto de oleoduto de US$ 3,5 bilhões ligando o Chade à República dos Camarões, que recebe apoio financeiro parcial do Banco Mundial e da IFC no ano passado. Apesar dos esforços mais extensivos dessa organização internacional em precauções sociais e ambientais, seus funcionários ficaram surpresos quando o governo do Chade adquiriu armas com a bonificação de US$ 4 milhões paga por um investidor privado no projeto.

Na semana passada, uma equipe independente de inspeção do banco registrou um protesto contra o projeto de oleoduto apresentado pelo parlamentar oposicionista chadiano Ngarlejy Yorongar. O protesto de Yorongar, preso na época por supostos comentários difamadores sobre o empreendimento, diz que os residentes da região chadiana de Doba sofreram ou provavelmente sofrerão com 'as omissões na elaboração, avaliação e supervisão do projeto pelo banco' relativas tanto à indenização aos residentes locais como ao levantamento ambiental. Os funcionários do Banco Mundial têm até 10 de maio para responder à manifestação. A equipe decidirá então se vai recomendar que a diretoria autorize uma investigação.

A ExxonMobil é a parceira operadora do projeto petrolífero, com participação de 40%. A Petonras da Malásia detém 35% da parceria, e a Chevron Corp, os restantes 25%. As empresas exploram cerca de um bilhão de barris de petróleo na bacia de Doba, e as exportações deverão começar em 2004, trazendo um benefício relativo na forma de receita ao Chade, um país mediterrâneo e extremamente pobre.

(Gazeta Mercantil)

 
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