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criatividade
01/09/2004

Embalagem de leite vira telha ecológica

Tudo o que for produzido nos próximos 45 dias em um galpão de 1,4 mil metros quadrados à margem da BR-369, no parque industrial de Marialva (17 km a leste de Maringá, no Paraná), já tem comercialização garantida.

O desempenho econômico invejável da Ibicunha Ltda, que opera em dois turnos em capacidade máxima, já chamaria a atenção na região de Maringá se não fossem outros detalhes ainda mais originais da fábrica, como a matéria-prima empregada e o produto final.

A Ibicunha produz diariamente 200 telhas com material reciclado, as chamadas telhas ecológicas, fabricadas com embalagens que são descartadas nas latas do lixo doméstico.

Para dar conta das encomendas da Telhaço Maringá (distribuidora que é parceira na comercialização), a empresa compra todos os meses 130 toneladas (o equivalente a 10 milhões de embalagens) do plástico com alumínio que reveste o interior das caixas longa vida e dos tubos de creme dental. A tonelada custa cerca de R$ 60.

O material vem do interior de São Paulo em flocos. Depois de limpo, é colocado em uma fôrma e prensado a altas temperaturas. Transformado em uma placa maciça, é moldado para ganhar as ondas de encaixe ou segue para outro tipo de acabamento, que transforma as placas em peças como tapumes, forros e divisórias.

As telhas são as peças mais aceitas pelo mercado, que só não está mais em expansão pela dificuldade em se obter a matéria-prima. ''O número de fábricas poderia ser maior se houvesse a cultura da reciclagem nas próprias casas, independente de sistemas de coleta municipais'', aposta Antonio Emiliano Leal da Cunha, dono da Ibicunha, fundada há 22 meses e que no início do ano já passou pela primeira expansão. É a única empresa do interior do Estado que atua no ramo. O pólo produtor é o interior de São Paulo.

As telhas ecológicas substituem coberturas de aço galvanizado e telhas de amianto, concorrentes de preço similar ou superior. A mais clara e cara, baseada no plástico com alumínio dos tubos de creme dental, custa R$ 22,00, e a outra, com menos alumínio, custa R$ 20,00 (telhas de 2,13 metros de cumprimento e 6 milímetros de espessura). No comércio de Londrina, a telha de amianto (ou de fibrocimento), custa entre R$ 21 a 22.

E para quem vende o produto não é só essa a vantagem. ''A adoção da nossa telha faz com que o cliente economize na obra toda. Como é um material mais leve, a estrutura de sustentação pode ser simplificada com o uso de menos madeira e vigas de concreto'', explica.

Um aspecto que Cunha não se cansa de destacar é a resistência da telha. Aos interlocutores, ele faz quase um número performático para comprovar sua afirmação: arremessa a peça de 12 quilos o mais longe que pode e depois ordena que se pule ''com vontade'' sobre ela. ''Eu não disse? Isto resiste a tudo'', conclui.

Um item de conforto também chama a atenção dos clientes. Construções cobertas com a telha ecológica retém 25% menos calor que as de fibrocimento ou de aço galvanizado, segundo pesquisas feitas em universidades paulistas.


LÚCIO FLÁVIO MOURA
da Folha de Londrina

 
 
 

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