Micro
e pequenas empresas não têm controle de custos, aponta
pesquisa
A falta de controle
dos custos, especialmente da folha de pagamentos e dos estoques
de matéria-prima, tem tido grande participação
na queda do faturamento das micro e pequenas empresas. Foi o que
descobriram os coordenadores da Pesquisa de Conjuntura das Micro
e Pequenas Empresas (MPE) do Estado de São Paulo (Pecompe)
do Sebrae, Marco Aurélio Bedê e Pedro João Gonçalves.
É verdade
que a conjuntura econômica não ajuda. O dólar
disparou, as taxas de juros estão nas alturas, a renda e
o emprego da população em baixa. Estes são,
efetivamente, os principais fatores para a queda do faturamento
das micro e pequenas empresas, apontado na Pecompe. Desde meados
de 2001, a curva do faturamento vem em baixa, e só agora
mostra alguma tendência de reversão.
Segundo Gonçalves,
86% do universo de micro e pequenas empresas pesquisadas pelo Sebrae
simplesmente não tinham noção clara da estrutura
de custos. Quando se trata de folha de pagamento dos funcionários,
64% dos entrevistados revelaram que seu controle de gastos era terceirizado
em firmas de contabilidade. Na opinião de Marco Aurélio
Bedê, "essa falta de um controle mais apurado dos custos
pode, inclusive, comprometer a própria sobrevivência
dessas empresas, em especial em uma conjuntura econômica difícil,
com retração das vendas, como a que algumas delas
atravessam atualmente".
Leia
mais:
- Controle de custos é uma arma contra a queda
no faturamento
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Controle
de custos é uma arma contra a queda no faturamento
A falta de controle
dos custos, especialmente da folha de pagamentos e dos estoques
de matéria-prima, tem tido grande participação
na queda do faturamento das micro e pequenas empresas. Foi o que
descobriram os coordenadores da Pesquisa de Conjuntura das Micro
e Pequenas Empresas (MPE) do Estado de São Paulo (Pecompe)
do Sebrae, Marco Aurélio Bedê e Pedro João Gonçalves.
É verdade
que a conjuntura econômica não ajuda. O dólar
disparou, as taxas de juros estão nas alturas, a renda e
o emprego da população em baixa. Estes são,
efetivamente, os principais fatores para a queda do faturamento
das micro e pequenas empresas, apontado na Pecompe. Desde meados
de 2001, a curva do faturamento vem em baixa, e só agora
mostra alguma tendência de reversão.
Na última
compilação, referente ao mês de maio, a Pecompe
mostrou que o faturamento médio das MPEs já caiu 23,5%
em termos nominais no confronto com os dados de maio de 2001. Em
comparação a abril, ficou praticamente igual, com
uma pequena variação positiva de 0,1%. A queda foi
mais expressiva entre as pequenas indústrias, que reduziram
seu faturamento em 3,8%, vindo em seguida os serviços, com
queda de 0,6%.
No comércio
houve um aumento do faturamento em 2,8%. Segundo os coordenadores,
o resultado positivo do comércio foi influenciado por "fatores
sazonais", basicamente o desempenho das vendas por conta do
Dia das Mães, efeito que já havia favorecido a indústria
em abril. "A queda verificada entre maio de 2001 e maio de
2002 está associada às taxas de juros elevadas e à
redução da renda real média das pessoas ocupadas",
sustentam os coordenadores.
Os pesquisadores,
porém, desconfiaram que não era um problema só
de conjuntura. Resolveram então aprofundar alguns aspectos
da Pecompe para descobrir porque as pequenas e micro empresas estavam
perdendo dinheiro. E descobriram que elas não têm idéia
de como se formam seus custos mais importantes.
"A Pecompe
vinha mostrando que o faturamento das empresas estava crescendo
muito lentamente, mesmo em fases melhores da economia. Começamos
a desconfiar que não era só por causa da economia",
conta Pedro Gonçalves. "Resolvemos então fazer
um estudo exploratório, colocando questões sobre o
processo de formação de preços e apuração
dos custos".
Segundo Gonçalves,
as respostas surpreenderam: 86% do universo de micro e pequenas
empresas pesquisadas pelo Sebrae simplesmente não tinham
noção clara da estrutura de custos. "Em geral
elas seguem a concorrência, ou seja, elas formam preço
olhando para os preços uns dos outros. Mas não conhecem
os principais mecanismos de controle", afirmou o pesquisador.
Alguns dos mais
fortes sinais de que os microempresários não controlam
direito seus custos, segundo Gonçalves, foram encontrados
na gestão de pessoal e de estoques. Em pesquisas anteriores,
o Sebrae já constatava que o custo de matéria-prima
responde por 75% da despesa no comércio, 53% na indústria
e 19% nos serviços. O gasto com pessoal representa 11% no
comércio, 24% na indústria e 56% nos serviços.
"Entre
65% dos entrevistados, o próprio dono do negócio é
quem faz o controle de matérias-primas. No entanto, descobrimos,
nas mesmas atividades, pessoas que faziam o controle uma vez por
dia, uma vez por mês, uma vez por ano. Ou seja, é muito
disperso, não há uma sistemática de controle
de matérias-primas desenvolvida para cada atividade",
afirmou.
Quando se trata
de folha de pagamento dos funcionários, 64% dos entrevistados
revelaram que seu controle de gastos era terceirizado em firmas
de contabilidade. "O lado positivo de se terceirizar a folha
é se livrar da burocracia. O lado negativo é perder
o controle desse custo", avalia Gonçalves.
Na opinião
de Marco Aurélio Bedê, "essa falta de um controle
mais apurado dos custos pode, inclusive, comprometer a própria
sobrevivência dessas empresas, em especial em uma conjuntura
econômica difícil, com retração das vendas,
como a que algumas delas atravessam atualmente".
Com base nesse
trabalho, o Sebrae decidiu reforçar as ações
no sentido de orientar os empresários para a melhoria da
gestão de custos. As ações incluem o lançamento
de três novas cartilhas de orientação, palestras
específicas, programas de rádio com entrevistas de
especialistas, além de uma série de cursos disponíveis
para os microempresários.
(Valor Econômico
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