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novela
13/12/2004
Mínimo pode subir para R$ 300 em abril

O salário mínimo poderá ser elevado de R$ 260 para R$ 300 em abril. Essa é uma das alternativas que será apresentada hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião que decidirá o valor do novo piso salarial e a correção da tabela do Imposto de Renda.


As medidas só devem ser anunciadas na quarta-feira, quando o presidente receberá as centrais sindicais no Palácio do Planalto. A Folha apurou que a antecipação do reajuste de maio para abril e a definição do valor em R$ 300 é a hipótese com maior chance de ser adotada. José Graziano, assessor especial do presidente, defende a proposta, que também conta com a simpatia do ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.


O aumento seria acompanhado de uma política gradual de recuperação do mínimo. A idéia é criar um mecanismo de reajuste que leve em conta a inflação e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) fixou para 2005 esse critério, que seria aperfeiçoado e transformado em um dispositivo permanente.


Além do mecanismo de ajuste, o aumento do mínimo seria antecipado em um mês a cada ano até que a data-base para a correção chegasse a janeiro, em 2008. O argumento é que janeiro é um mês fraco no comércio porque a maioria dos trabalhadores está com as contas estouradas. O reajuste nesta data ajudaria a estimular a economia.


No sábado, ao anunciar as prioridades para o ano que vem, o ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou que o mínimo poderia ser reajustado para R$ 290 em janeiro ou ser elevado para R$ 300 em maio. Ele deixou aberta a possibilidade, no entanto, de o governo lançar mão de uma alternativa intermediária.


Na semana passada, Berzoini disse que a proposta do Trabalho seria reajustar o mínimo para R$ 300 em maio. O aumento seria feito por medida provisória, que criaria a política de reajuste gradual e um conselho para traçar os rumos dessa política.

Imposto de Renda
A tendência, segundo a Folha apurou, é que a correção da tabela do Imposto de Renda seja feita de acordo com a proposta apresentada ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) pelas centrais sindicais na semana passada.


A tabela seria corrigida de forma escalonada em 17% (inflação dos dois primeiros anos do governo Lula) mais a inflação dos dois últimos anos da administração petista. Em 2005, haveria um reajuste de 10%. Em 2006-2207, seria aplicado um novo reajuste de sete pontos percentuais mais a inflação de 2005-2006.
Os sindicalistas argumentam que isso faria com que o governo chegasse ao seu final sem deixar resíduos inflacionários na tabela.


A Receita Federal chegou a apresentar a Palocci uma proposta de reajuste de 7% da tabela em 2005. A avaliação é que a diferença é muito pequena em relação à sugestão das centrais, o que não compensaria um desgaste político para o governo. Dados dos sindicalistas mostram que o governo federal deixaria de arrecadar R$ 3,2 bilhões em 2005 com a correção de 10%.


A correção da tabela seria conjugada a uma mudança na sistemática de deduções com saúde e educação. Hoje, esses gastos são abatidos diretamente da renda tributável do trabalhador e o imposto, então, é calculado. Pela proposta, seria criada uma alíquota única de 20%, que incidiria sobre essas despesas.

O valor obtido geraria um crédito que seria descontado do imposto devido pelo contribuinte. Em entrevista anteontem, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, demonstrou claramente apoiar a mudança nas deduções, pois seria uma forma de promover justiça tributária.


Ele lembrou que, se a medida provisória com o reajuste da tabela criar mecanismos de aumento de imposto, precisará ser aprovada pelo Congresso até o dia 31. Se houver apenas benefício tributário, basta a MP.

JULIANNA SOFIA
IURI DANTAS
da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília

 


   
 
 
 

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