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10/10/2003
CET quer tirar radar à noite. Recebe crítica

Especialistas em trânsito criticaram a proposta da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de suspender o uso de radares móveis durante a madrugada. A medida seria adotada para evitar que se repitam casos como o do comerciante Samuel Escobar Carrasco, de 31 anos, assassinado anteontem por um PM, após ter discutido sobre uma multa registrada num desses aparelhos.

O engenheiro Luiz Botura, especialista em trânsito, classificou como um "destempero" a idéia levantada pela CET. "Foi uma resposta imatura a duas atitudes imaturas. O sujeito estava em alta velocidade, o policial provavelmente agiu de forma desapropriada e agora a CET levanta essa hipótese absurda", afirmou. "Não sei quem na CET deu essa idéia, mas essa pessoa ou tem de voltar atrás ou ser tirada de lá."

Botura lembra que a maior parte dos acidentes que causam mortes ocorre durante a noite. "É justamente o momento em que os radares são necessários.

Retirá-los seria, no mínimo, irresponsável."

O médico Fábio Ford Feris Racy, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), engrossa o coro. "É um contra-senso", disse. "Não é possível que alguém ache que isso vai melhorar a segurança, não há nenhum argumento técnico que justifique isso. O risco de atropelamento vai crescer demais. E os assaltos acontecem mais nos faróis que no meio das pistas." A CET não quis comentar as críticas ontem.

Depoimento
A mulher de Carrasco, Rita de Cássia Paganini, de 24 anos, chegou acompanhada dos pais ao 62.º Distrito Policial ontem e depôs durante duas horas. De acordo com o delegado Gilmar Pasquini Contrera, Rita manteve as mesmas declarações do dia do crime. "Ela disse que os dois voltavam de uma festa quando o marido percebeu um flash do radar e voltou para perguntar o motivo de o aparelho estar no local."

A mulher afirmou ainda que Carrasco não havia bebido e os dois homens que faziam a vigilância do radar o empurraram até o PM Carlos Roberto Valereano, de 47 anos, efetuar os disparos.

Segundo a polícia, Carrasco acumulava desde 2001, seis multas por excesso de velocidade, num total de R$ 1.681,25. Ontem, questionada pelo delegado, Rita alegou que os outros funcionários do estabelecimento comercial do marido também dirigiam o veículo e teriam recebido as multas (leia abaixo).

"Esperamos eliminar essas contradições o mais rápido possível", disse Contrera.

 

ALVARO MAGALHÃES e CAMILLA HADDAD
Do jornal O Estado de S. Paulo

 
 
 

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