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vergonha
29/10/2004
Vereadores não trabalham há mais de dois meses

Vanessa Sayuri Nakasato

Há mais de dois meses a Câmara Municipal de São Paulo não recebe seus funcionários mais ilustres: os vereadores. O último dia em que se viu uma sessão na Casa foi no dia 10 de agosto, quando foram votados 72 projetos de lei – a maioria nomes de ruas, escolas e homenagens a dezenas de pessoas. A partir de então, todos os parlamentares se ausentaram para cuidar de suas campanhas.

Passadas três semanas após as eleições, os vereadores ainda não voltaram ao trabalho, pois, agora, dedicam-se em acompanhar os candidatos à prefeitura José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT) em seus comícios.

Para a coordenadora geral da organização não-governamental Movimento Voto Consciente, Rosangela Giembinski, essa situação é “ridícula e absurda”. “Estamos indignados e queremos saber se eles vão devolver o dinheiro que receberam sem terem trabalhado. Os parlamentares reclamam que não são respeitados pela população, mas como isso é possível se eles não se dão o respeito?”, ressalta.

O orçamento da Câmara Municipal, este ano, foi de R$ 215 milhões. Só os gastos com salários dos 55 vereadores e gabinetes somam pouco mais de R$ 4 milhões. Em miúdos, cada parlamentar recebe R$ 7 mil e ainda possui R$ 68 mil mensais para gastar com seus 17 assessores.

“Isso significa que todos os paulistanos trabalharam duro para pagar R$ 800 mil, nesses dois meses, a pessoas que não estão nem um pouco preocupadas com o andamento da cidade. O fato de grande parte dos eleitores ter votado “à toa” e eleger quem não devia, foi apenas resposta ao descaso”, acredita Rosangela.

O presidente da Comissão de Saúde, Promoção Social e Trabalho da CMSP, vereador Gilberto Natalini (PSDB), afirma que a repetida falta de quorum tem dificultado a análise de projetos e o funcionamento da Comissão.

O presidente da Câmara, vereador Arselino Tatto (PT), lembra que, nas últimas semanas, “tem aparecido 15 ou 16 pessoas”, número insuficiente para abrir qualquer sessão e, muito menos, votar projetos.

“Infelizmente, não tenho como pegar no pescoço de cada vereador e levar ao plenário para trabalhar. Cabe a cada partido orientar e cobrar presença de seus parlamentares na Casa”, diz.

Apesar das 11 semanas sem sessões, Tatto garante que os trabalhos não têm sido tão prejudicados como se parece. Segundo ele, os textos mais importantes do ano foram discutidos e votados até junho.

“Mesmo assim, lamento esse tipo de comportamento por parte dos vereadores. Isso é péssimo para a nossa imagem e da Câmara. Espero que na semana que vem tudo volte ao normal e que nas próximas eleições isso não aconteça mais.”

O Movimento Voto Consciente tem ido à Câmara Municipal, diariamente, desde setembro, para cobrar presença e desempenho dos parlamentares. Os presidentes de todas as Comissões e líderes de todos os partidos foram pressionados, mas não houve resultados. Tatto, que resumiu isso como “falta de respeito para com o cidadão”, promete que procurará saber sobre as faltas de cada um e buscará tomar providências.

 
 
 

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