Trabalho
braçal persiste
Cristina
Mori
Equipe GD
Apesar do alarde
em torno das formas de trabalho criativo, o que se vê, no
Brasil e mesmo nos países de ponta, é a continuidade
das funções de natureza repetitiva.
Aqui, o excesso
de mão-de-obra disponível, aliado à distribuição
desigual da renda, gera ocupações servis. A análise
é do economista Marcio Pochmann, em artigo no jornal Valor
da última segunda-feira.
"Ao final
dos anos 90, para cada ocupação técnica e científica
existia, no país, um emprego doméstico. Dez anos antes,
a relação era reversa, com duas ocupações
técnicas e científicas para cada um dos empregos domésticos",
afirma Pochmann.
O trabalho braçal,
neste sentido, é indício de atraso e de falta de políticas
sociais. Contudo, a "moderníssima" nova economia
está longe de eliminar funções repetitivas.
Nas centrais
de atendimento telefônico, onde está grande parte dos
empregos gerados pelo e-commerce, os trabalhadores já estão
sendo chamados de "peões eletrônicos".
É o caso
dos processadores de pedidos da gigante Amazon.com, conforme matéria
da revista Isto É. São jovens com boa formação,
realizando tarefas repetitivas e obrigados a atingir uma meta de
atendimento de 12 e-mails por hora. Quem processa menos de sete
é demitido e o contato telefônico com os clientes não
pode ultrapassar quatro minutos.
Leia mais:
- Senzala
pontocom pontobr (Valor - 11/07/00)
- Que
tal um empreguinho na Amazon.com? (Isto É)
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