Ex-detento
critica papel das empresas dentro das prisões
Natasha Madov
Especial para o GD
Com uma história
de vida que por si só já o faria um expert em exclusão
social, o educador Roberto da Silva criticou como o empresariado
se posiciona em relação à exclusão social
e criminalidade.
"Não
adianta se aliar a quem gerencia a exclusão; é preciso
combatê-la," disse ontem, durante plenária na
Conferência Nacional de Empresas e Responsabilidade Social,
realizada pelo Instituto Ethos em São Paulo.
Silva, de 43
anos, que foi interno da Febem e cumpriu pena na Casa de Detenção
de São Paulo, é assessor do Conselho Estadual dos
Direitos da Pessoa Humana (Condepe), hoje se dedica à implantação,
no Estado de São Paulo, do modelo de gestão comunitária
das prisões denominadas "Centros de Ressocialização".
Para ele, quando
a iniciativa privada mantém o ciclo de exclusão ao
ajudar a manter instituições como a Febem ou Carandiru,
que pouco fazem efetivamente para integrar seus internos à
sociedade de uma maneira digna.
Outro hábito
digno de crítica é o fato dos produtos e serviços
destinados ao sistema penitenciário sempre serem de baixa
qualidade, como se os que ali estão não merecessem
condições mínimas de vida. Nos Estados Unidos,
exemplificou, as companhias são responsáveis pelos
danos que seus produtos e serviços causam aos presos.
Entre as atitudes
que podem ser tomadas, está o uso de mão de obra presidiária
e o apoio de projetos de educação e cidadania para
detentos.
|
|
|
Subir
|
|
|