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13/10/2005
-
20h33
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O líder do MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile se aliou aos pecuaristas nas críticas ao governo Lula, especialmente ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por causa do novo foco de febre aftosa. Segundo Stedile, faltou dinheiro do Orçamento da União para o combate da doença porque Palocci prioriza o pagamento de juros.
Ao ser questionado sobre as acusações de agropecuaristas, segundo as quais a principal causa da doença é a omissão do governo por não investir o que deveria no setor sanitário animal, Stedile disse: "É verdade. O caso da aftosa é outra ponta do iceberg".
"Por que faltou dinheiro para a prevenção sanitária dos animais se estavam no Orçamento R$ 160 milhões? Porque o 'seu' Palocci prioriza apenas o pagamento de juros. Os bancos já receberam R$ 100 bilhões neste ano, e os programas que dependem da população receberam 5%, 10% do que estava previsto no Orçamento."
Stedile disse que "o caso da febre aftosa veio à tona porque os animais são dos ricos", mas que problemas como esse estão acontecendo em várias outras frentes, punindo a população mais pobre.
"Isso está acontecendo na reforma agrária, na saúde, na educação, porque não tem dinheiro, porque a prioridade do 'seu' Palocci é pagar juros. Os únicos que estão felizes com essa política econômica são os bancos e as multinacionais, todos os outros estão pagando o pato", disse ele, que participou ontem em Belo Horizonte do Fórum Social Mineiro.
Stedile voltou a criticar a "política neoliberal" do governo, afirmando que "a burguesia" fez essa opção para tentar se contrapor à "crise do modelo de industrialização na década de 80" e que, desde então, o modelo vigente não só não resolveu "o problema do povo, mas agravou ainda mais" a situação da sociedade, "que não sabe aonde ir".
"Nós votamos no Lula com a promessa de mudar o modelo. E o Lula entregou a política econômica para os neoliberais. Então, a crise se mantém, e é esse o debate que temos que fazer agora: qual projeto é preciso implementar para que de fato se resolva os problemas do povo."
Para Stedile, "se fosse para manter a mesma coisa, era melhor ter votado no Serra [José Serra, candidato do PSDB a presidente em 2002 e prefeito de São Paulo]".
Questionado sobre insinuações de que o foco da doença pode ter sido em um acampamento do MST, Stedile respondeu apenas que "agora não importa perguntar onde começou o foco", insistindo na culpa do governo pelo problema.
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
O líder do MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile se aliou aos pecuaristas nas críticas ao governo Lula, especialmente ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, por causa do novo foco de febre aftosa. Segundo Stedile, faltou dinheiro do Orçamento da União para o combate da doença porque Palocci prioriza o pagamento de juros.
Ao ser questionado sobre as acusações de agropecuaristas, segundo as quais a principal causa da doença é a omissão do governo por não investir o que deveria no setor sanitário animal, Stedile disse: "É verdade. O caso da aftosa é outra ponta do iceberg".
"Por que faltou dinheiro para a prevenção sanitária dos animais se estavam no Orçamento R$ 160 milhões? Porque o 'seu' Palocci prioriza apenas o pagamento de juros. Os bancos já receberam R$ 100 bilhões neste ano, e os programas que dependem da população receberam 5%, 10% do que estava previsto no Orçamento."
Stedile disse que "o caso da febre aftosa veio à tona porque os animais são dos ricos", mas que problemas como esse estão acontecendo em várias outras frentes, punindo a população mais pobre.
"Isso está acontecendo na reforma agrária, na saúde, na educação, porque não tem dinheiro, porque a prioridade do 'seu' Palocci é pagar juros. Os únicos que estão felizes com essa política econômica são os bancos e as multinacionais, todos os outros estão pagando o pato", disse ele, que participou ontem em Belo Horizonte do Fórum Social Mineiro.
Stedile voltou a criticar a "política neoliberal" do governo, afirmando que "a burguesia" fez essa opção para tentar se contrapor à "crise do modelo de industrialização na década de 80" e que, desde então, o modelo vigente não só não resolveu "o problema do povo, mas agravou ainda mais" a situação da sociedade, "que não sabe aonde ir".
"Nós votamos no Lula com a promessa de mudar o modelo. E o Lula entregou a política econômica para os neoliberais. Então, a crise se mantém, e é esse o debate que temos que fazer agora: qual projeto é preciso implementar para que de fato se resolva os problemas do povo."
Para Stedile, "se fosse para manter a mesma coisa, era melhor ter votado no Serra [José Serra, candidato do PSDB a presidente em 2002 e prefeito de São Paulo]".
Questionado sobre insinuações de que o foco da doença pode ter sido em um acampamento do MST, Stedile respondeu apenas que "agora não importa perguntar onde começou o foco", insistindo na culpa do governo pelo problema.
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