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13/12/2005 - 10h53

Credores da Varig adiam assembléia após proposta de Tanure

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JANAINA LAGE
FABIANA FUTEMA
da Folha Online, em SP e no Rio

A assembléia de credores da Varig prevista para esta manhã foi adiada para o dia 19 pela administradora judicial da companhia, a consultoria Deloitte. O motivo foi a falta do quórum necessário para que a assembléia pudesse ocorrer.

Segundo Luiz Alberto Fiore, da consultoria Deloitte, a classe dos trabalhadores foi a única a apresentar o percentual necessário para a abertura da assembléia, com 85,3% de presença. A classe dois, dos créditos com garantia, como o do fundo de pensão Aerus, registrou presença inferior a 1%. A classe três, dos créditos privados sem garantia, como as empresas de leasing, compareceu com apenas 35,1% dos créditos.

A maior parte dos credores foi pega de surpresa ontem com a notícia de que o grupo Docas, do empresário Nelson Tanure, acertou a compra de 25% da FRB-Par (Fundação Ruben Berta - Participações). Ele será o gestor da companhia aérea e terá direito ao uso da marca Varig por dez anos.

O adiamento da assembléia de hoje já era esperado porque de forma geral os credores solicitam um prazo maior para analisar a proposta de Tanure, que ainda não foi apresentada em detalhes.

Segundo o advogado dos sindicatos, Álvaro Quintão, os trabalhadores ainda não sabem se Tanure vai manter uma das pré-condições de sua proposta anterior: de criar uma adesão voluntária de funcionários, que trocariam uma parte do salário por ações da companhia.

Além disso, Tanure apresentou uma proposta de compra das subsidiárias Varig Log (transporte de cargas) e VEM (engenharia e manutenção) por US$ 139 milhões, um valor que representa quase o dobro da proposta inicial da TAP, a estatal portuguesa, com quem a Varig negociava, que ofereceu US$ 62 milhões.

Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, a escolha de Tanure levou em consideração o valor maior da oferta e o fato de se tratar de um empresário brasileiro.

'Tem o valor substancialmente maior do que o oferecido pela TAP no início, é um empresário brasileiro, isso tudo pesa, mas basicamente do ponto de vista financeiro o que contou foi o valor', afirmou.

Com o adiamento, o plano de recuperação da companhia e a oferta de Tanure deverão ser analisados na data limite, de 19 de dezembro. Caso os credores não aprovem o plano é decretada a falência da Varig. Segundo a Justiça, a companhia está protegida de ações em curso até o dia 8 de janeiro.

Segundo Bottini, o plano de recuperação da companhia desenhado em sua gestão não deverá ser descartado e sim, sofrer modificações, de acordo com a avaliação do novo gestor.

A proposta de Bottini incluía a criação de quatro fundos de investimento e participação. Os três primeiros seriam voltados para as classes de credores e o último abrigaria o controle da Fundação Ruben Berta.

'Nós não trabalhamos com a possibilidade que não haja acordo. Se não houver, a empresa entra em liquidação. Há um grande esforço para chegar a um acordo entre todos para ver que proposta satisfaz a todos', afirmou Bottini.

A TAP tem até o dia 19 para decidir se vai cobrir a oferta do grupo Docas. A Varig escolheu entre a proposta de Tanure e a do fundo Matlin Patterson e enviou a oferta do empresário brasileiro à estatal portuguesa.

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