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04/01/2006 - 21h28

Governo estuda intervir para barrar alta do álcool

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O governo já admite adotar medidas para barrar a alta do preço do álcool durante a entressafra da cana-de açúcar, que vai até abril, segundo sinalizou hoje o diretor do departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan.

Depois de subir 28% em 2005, o álcool hidratado iniciou este ano com alta de 6% para o consumidor, segundo dados da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes).

Na avaliação do técnico, o preço atual (entre R$ 1 e R$ 1,10 na usina) ainda não pode ser considerado exagerado, pois o custo de produção está em torno de R$ 0,75 a R$ 0,80 por litro. Segundo ele, é normal uma alta de preços nesta época do ano, de entressafra no setor.

Entretanto, Bressan destacou que o governo acompanha com atenção não só o preço do produto, mas principalmente a capacidade de abastecimento para atender a uma demanda crescente.

Somente a frota de bicombustíveis (abastecidos por gasolina ou álcool) é estimada em 1,3 milhão de veículos, segundo o técnico, com ingresso de aproximadamente 100 mil novos carros com a opção de uso do álcool no mercado por mês.

O estoque atual de álcool está próximo de 4 bilhões de litros. Segundo o Ministério da Agricultura, há combustível suficiente para atender a uma demanda mensal de cerca de 1,2 bilhão de litros.

Bressan admitiu que as recentes altas dos preços do produto promovidas pelo mercado para repassar elevações de custos represadas durante a safra acenderam a "luz amarela" e que o governo deverá discutir o assunto com os usineiros e também internamente, possivelmente na próxima semana.

Gasolina

A redução do percentual de álcool misturado à gasolina de 25% para 20% é uma das hipóteses cogitadas pelo governo para reduzir o consumo de álcool até a próxima safra, que começa em abril. Mas Bressan destacou que a mudança na proporção provocaria, por outro lado, um aumento do preço da gasolina, que já é mais cara que o álcool.

"Existe uma pressão de preços, e temos de ver se é viável tomar alguma medida para melhorar isso", disse o técnico após a divulgação de uma safra recorde de cana-de-açúcar para 2005/2006 e de um incremento de 11,8% na produção de álcool no último ano.

De acordo com o levantamento da Conab, das 394,4 milhões de toneladas de cana da safra atual destinadas à indústria sucroalcooleira, 178,4 milhões de toneladas foram usadas para a produção de 17 bilhões de litros de álcool.

"Estamos empenhados em achar alguma saída para minimizar o prejuízo aos consumidores sem arriscar o abastecimento", afirmou. Ele explicou que antes de tomar qualquer medida, o governo deve avaliar os impactos de uma intervenção no setor para a próxima safra.

Segundo ele, também não é de interesse do governo uma queda muito forte nos preços do produto a partir de abril pois seria um desestímulo ao setor.

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