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24/02/2006
-
13h17
IVONE PORTES
da Folha Online
O desempenho fraco da economia brasileira em 2005 elevou as apostas de um corte mais agressivo no juro básico (Selic) na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central e ao longo deste ano.
A economia brasileira cresceu apenas 2,3% no ano passado, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado mostra desaceleração em relação a 2004, quando o PIB (Produto Interno Bruto), soma dos bens e serviços produzidos no país, havia registrado expansão de 4,9%. Apenas no quarto trimestre, a economia cresceu 0,8% sobre o terceiro
Gustavo Alcântara, da Mercatto Gestões, avalia que o mercado já trabalhava com a possibilidade de crescimento menor do PIB, pois a economia já vinha apontando desaceleração. Apesar disso, ele diz que aumentaram as apostas de queda mais agressiva dos juros.
"O resultado do PIB reforça a tese de que o Brasil está com o juro fora de lugar", disse.
O juro básico da economia está em 17,25% ao ano. Para Alcântara, não está descartada a possibilidade de a taxa cair um ponto percentual na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 7 e 8 de março.
"A economia está precisando de aquecimento e o cenário está bastante favorável para o Banco Central ser mais agressivo em relação aos juros", afirmou.
Luiz Kleber Hollinger, diretor da Americainvest, também acha que o baixo crescimento do PIB vai aumentar as expectativas de um corte maior na Selic. "Com certeza agora tem toda a chance disso acontecer", disse.
Na avaliação de Hollinger, o governo tem feito um trabalho "excepcional de melhora do perfil da dívida", mas agora "ha uma necessidade de reduzir a taxa de juros fortemente".
Para Francisco Carvalho, da corretora Liquidez, o corte de 0,75 ponto percentual nos juros está no piso das expectativas e a discussão em torno de uma redução de um ponto percentual aumentam.
"Não só por causa do resultado do PIB, mas também para segurar o dólar, que está caindo muito", afirmou.
Já André Kitahara, do RaboBank, diz acreditar que há espaço para uma redução maior do que 0,75 ponto percentual nos juros, mas que a decisão do Copom não vai ser pautada somente pelo desempenho do PIB.
"Ele [o Copom] não se orienta apenas pelo crescimento econômico, mas também pelo movimento do dólar e da inflação. Além disso, o BC não pilota a economia olhando para trás, mas para o futuro", disse.
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Desempenho fraco do PIB eleva apostas de corte mais agressivo nos juros
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O desempenho fraco da economia brasileira em 2005 elevou as apostas de um corte mais agressivo no juro básico (Selic) na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central e ao longo deste ano.
A economia brasileira cresceu apenas 2,3% no ano passado, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado mostra desaceleração em relação a 2004, quando o PIB (Produto Interno Bruto), soma dos bens e serviços produzidos no país, havia registrado expansão de 4,9%. Apenas no quarto trimestre, a economia cresceu 0,8% sobre o terceiro
Gustavo Alcântara, da Mercatto Gestões, avalia que o mercado já trabalhava com a possibilidade de crescimento menor do PIB, pois a economia já vinha apontando desaceleração. Apesar disso, ele diz que aumentaram as apostas de queda mais agressiva dos juros.
"O resultado do PIB reforça a tese de que o Brasil está com o juro fora de lugar", disse.
O juro básico da economia está em 17,25% ao ano. Para Alcântara, não está descartada a possibilidade de a taxa cair um ponto percentual na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 7 e 8 de março.
"A economia está precisando de aquecimento e o cenário está bastante favorável para o Banco Central ser mais agressivo em relação aos juros", afirmou.
Luiz Kleber Hollinger, diretor da Americainvest, também acha que o baixo crescimento do PIB vai aumentar as expectativas de um corte maior na Selic. "Com certeza agora tem toda a chance disso acontecer", disse.
Na avaliação de Hollinger, o governo tem feito um trabalho "excepcional de melhora do perfil da dívida", mas agora "ha uma necessidade de reduzir a taxa de juros fortemente".
Para Francisco Carvalho, da corretora Liquidez, o corte de 0,75 ponto percentual nos juros está no piso das expectativas e a discussão em torno de uma redução de um ponto percentual aumentam.
"Não só por causa do resultado do PIB, mas também para segurar o dólar, que está caindo muito", afirmou.
Já André Kitahara, do RaboBank, diz acreditar que há espaço para uma redução maior do que 0,75 ponto percentual nos juros, mas que a decisão do Copom não vai ser pautada somente pelo desempenho do PIB.
"Ele [o Copom] não se orienta apenas pelo crescimento econômico, mas também pelo movimento do dólar e da inflação. Além disso, o BC não pilota a economia olhando para trás, mas para o futuro", disse.
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