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10/04/2006 - 08h00

Busca por maior rentabilidade eleva participação de pessoa física na Bolsa

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IVONE PORTES
da Folha Online

A participação de pessoas físicas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) superou a dos investidores institucionais em março --o que não acontecia desde setembro de 2005.

No mês passado, os investidores individuais foram responsáveis por 25,7% do movimento financeiro no mercado acionário, atrás somente dos estrangeiros, com 37,8%. Os investidores institucionais responderam por uma fatia de 24,9%.

O resultado do balanço dos investimentos na Bolsa paulista em março é, no mínimo, curioso, levando-se em conta que estamos em um ano eleitoral no Brasil --o que pode provocar uma certa volatilidade no preço dos papéis-- e que as ações negociadas na Bovespa estão bastante valorizadas, segundo análises de alguns profissionais do mercado.

Para se ter uma idéia, o Ibovespa --principal índice da Bolsa composto por 57 ações-- acumulou alta de 13,43% no primeiro trimestre deste ano, depois de já ter subido 27,7% nos 12 meses de 2005. Em três anos, de 2003 a 2005, o índice acumulou ganhos de 196,9%.

Para Gustavo Alcântara, analista da Mercatto Gestões, a busca por rendimentos maiores tem levado os pequenos investidores a colocarem recursos em ações.

"O Brasil sempre teve uma cultura de juros altos e o mercado de ações é uma alternativa de alavancagem da carteira e de aumento dos rendimentos em um ambiente de redução das taxas", disse.

O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, avalia que está havendo uma "mudança de cultura" no Brasil em relação ao mercado acionário.

"A Bolsa tem feito um trabalho de esclarecimento e educação sobre o mercado junto à população. Hoje, o investidor pessoa física tem uma noção clara do risco e sabe que precisa fazer investimentos de longo prazo. Essa é uma mudança cultural", disse.

Segundo Magliano, a estabilidade da economia brasileira, a forte liquidez de recursos no mundo e o aumento da transparência das empresas com a implantação dos níveis de governança corporativa na Bovespa também têm gerado maior segurança ao investidor.

"O que a gente acredita é que o mercado de capitais possibilitou às pessoas físicas a diversificação de suas aplicações."

Dados da Bovespa mostram ainda que, em valores absolutos, a participação anual das pessoas físicas saltou de R$ 33 bilhões para R$ 102 bilhões entre 2001 e 2005. Ou seja, cresceu 209% no período, enquanto o volume financeiro da Bolsa evoluiu 167% na mesma comparação, de R$ 150,3 bilhões para R$ 401,1 bilhões.

Home Broker

O home broker --sistema de negociação de papéis da Bolsa feito via internet--, muito utilizado pelos pequenos investidores, atingiu novo recorde em março. No mês passado, 59.507 pessoas acessaram o sistema, contra 52.414 em fevereiro.

A participação do home broker no total de negócios da Bovespa passou de 18,44% para 20,12% entre fevereiro e março.

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