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18/04/2006 - 16h31

Resgate de "bradies" retira "mancha" de currículo brasileiro, diz Mantega

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O resgate antecipado de títulos da "dívida velha" --os chamados "bradies"-- retiraram uma "mancha" do currículo do Brasil. Essa é avaliação do ministro Guido Mantega (Fazenda).

'Isso é importante porque tira uma mancha do currículo do Brasil. Finalmente nós ficamos livres dessa famosa dívida externa que foi gerada a partir da moratória dos anos 80", disse.

Na semana passada, o governo fez o resgate antecipado de US$ 6,6 bilhões desses papéis (principal mais juros), que foram emitidos em 1994 durante a renegociação dos débitos de países emergentes com problemas para honrar seus compromissos, entre eles, o Brasil. Esses títulos venciam até 2024. Essa recompra faz parte de um programa do governo.

Além de ter feito uma "faxina" no endividamento externo ao recomprar todos os "bradies", o governo já resgatou neste ano de forma antecipada US$ 3,7 bilhões de títulos da dívida externa que vencem até 2010. Esse programa --somando a dívida velha com os títulos que vencem até 2010-- pode chegar a US$ 20 bilhões até o final do ano.

O pagamento dos "bradies" foi feito com recursos das reservas internacionais, que agora estão em US$ 54,8 bilhões --posição do dia 17 de abril. Em 15 dias úteis, irão entrar nas reservas US$ 1,4 bilhão que serviam de garantia a essa dívida. Além disso, o Banco Central deverá continuar com a política de recomposição das reservas, ou seja, comprar dólares no mercado.

Solidez.

A previsão é que a dívida externa do governo central (União, Previdência e Banco Central) passe de US$ 75,9 bilhões para US$ 65 bilhões. Já as reservas internacionais até o final do ano, deverão estar um pouco abaixo desse patamar.

Além disso, há outros US$ 12 bilhões de Estados, municípios e estatais.

Para o ministro, o resgate dessa dívida colabora para a melhora do risco-país brasileiro. Ele lembrou que mesmo com um cenário internacional em "turbulência leve" --com o aumento dos juros nos Estados Unidos e o novo recorde para o preço do petróleo--, a taxa de juros de longo prazo dos títulos brasileiros está em queda.

"Isso é uma demonstração da solidez que foi alcançada pelo Brasil nos últimos anos."

Um das conseqüências desse resgate antecipado deverá ser a melhora de avaliação por parte das agências de risco.

"A gente espera uma melhor apreciação pelas agências de rating", disse José Antônio Gragnani, secretário-adjunto de Dívida Pública do Tesouro Nacional.

No entanto, para o secretário do Tesouro, Carlos Kawall, só o pagamento dessa dívida antiga não será suficiente para levar o Brasil ao "investment grade" --grau de investimento, nível considerado o mais seguro por investidores.

Para ele, as agências levam em conta também a composição da dívida interna. Hoje, embora o Brasil tenha eliminado o risco cambial (variação do dólar) da dívida interna, mais da metade é indexada à taxa Selic.

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