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02/05/2006
-
12h20
DENYSE GODOY
da Folha Online
Depois de terem registrado pequena queda no início dos negócios, as ações da Petrobras sobem --às 11h56, as ordinárias tinham elevação de 2,72%, para R$ 52,40, e as preferenciais avançam 1,25%, para R$ 46,81. O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional a mais de US$ 74 o barril é um dos motivos para essa alta.
Outra explicação é a opinião de analistas do mercado financeiro de que o prejuízo que a Petrobras pode ter na Bolívia com a nacionalização dos hidrocarbonetos é relativamente pequeno considerando tanto o valor dos ativos que a petrolífera possui naquele país quanto a importância daquelas operações no conjunto da empresa.
Estima-se que a Petrobras já injetou US$ 1,5 bilhão na Bolívia, o que representa apenas entre 1,5% e 2% do valor da companhia, segundo especialistas. "Mesmo assim, essa é uma avaliação bastante preliminar, é preciso analisar melhor a nova legislação e o que muda em termos de preços dos produtos e compensação de investimentos", afirma Mônica Araújo, chefe de análises da corretora BES Securities. "Nada disso está claro."
Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, decretou que todos os campos de exploração de petróleo e gás do país, bem como refinarias e outras instalações, passariam a ser propriedade do Estado. A Petrobras controlava dois dos principais campos da Bolívia e refinarias, os quais foram ocupados pelo Exército.
Ainda são muitas as dúvidas em torno desse assunto. "Uma grande questão é se o problema vai ser resolvido pela Petrobras e pelo governo brasileiro de uma forma realmente favorável para a empresa e os acionistas mesmo que essa alternativa signifique mais problemas políticos e diplomáticos", diz o consultor financeiro Ricardo Fontes.
Discute-se ainda o risco de interrupção do fornecimento de gás natural para o Brasil, que consome cerca de 42 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo que 26 milhões vêm da Bolívia. Embora o contrato de provimento não tenha sido afetado pela decisão de Morales, não se sabe se as condições operacionais para produção e transporte foram prejudicadas.
Alguns especialistas argumentam, entretanto, que a possibilidade da interrupção é muito pequena porque a venda interessa sobretudo à Bolívia, que não teria outro consumidor do porte do Brasil.
"Mas o Brasil não tem como compensar uma eventual falta do produto boliviano. Acho que este também é um bom momento para pensar em reduzir essa dependência", diz Mônica.
Como as incertezas são muitas, os analistas recomendam ao investidor que tiver ações da Petrobras em sua carteira que esperem maiores definições antes de tomar alguma decisão.
Comgás
Se os papéis da Petrobras estão subindo apesar da crise, os preferenciais tipo A da Comgás têm forte queda: recuavam 2,32%, para R$ 282,49. Existe o temor de que as receitas da companhia, que compra da Bolívia por volta de 70% do gás que distribui, sejam afetadas por algum problema de fornecimento e pelo aumento dos preços do produto boliviano.
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Depois de terem registrado pequena queda no início dos negócios, as ações da Petrobras sobem --às 11h56, as ordinárias tinham elevação de 2,72%, para R$ 52,40, e as preferenciais avançam 1,25%, para R$ 46,81. O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional a mais de US$ 74 o barril é um dos motivos para essa alta.
Outra explicação é a opinião de analistas do mercado financeiro de que o prejuízo que a Petrobras pode ter na Bolívia com a nacionalização dos hidrocarbonetos é relativamente pequeno considerando tanto o valor dos ativos que a petrolífera possui naquele país quanto a importância daquelas operações no conjunto da empresa.
Estima-se que a Petrobras já injetou US$ 1,5 bilhão na Bolívia, o que representa apenas entre 1,5% e 2% do valor da companhia, segundo especialistas. "Mesmo assim, essa é uma avaliação bastante preliminar, é preciso analisar melhor a nova legislação e o que muda em termos de preços dos produtos e compensação de investimentos", afirma Mônica Araújo, chefe de análises da corretora BES Securities. "Nada disso está claro."
Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, decretou que todos os campos de exploração de petróleo e gás do país, bem como refinarias e outras instalações, passariam a ser propriedade do Estado. A Petrobras controlava dois dos principais campos da Bolívia e refinarias, os quais foram ocupados pelo Exército.
Ainda são muitas as dúvidas em torno desse assunto. "Uma grande questão é se o problema vai ser resolvido pela Petrobras e pelo governo brasileiro de uma forma realmente favorável para a empresa e os acionistas mesmo que essa alternativa signifique mais problemas políticos e diplomáticos", diz o consultor financeiro Ricardo Fontes.
Discute-se ainda o risco de interrupção do fornecimento de gás natural para o Brasil, que consome cerca de 42 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo que 26 milhões vêm da Bolívia. Embora o contrato de provimento não tenha sido afetado pela decisão de Morales, não se sabe se as condições operacionais para produção e transporte foram prejudicadas.
Alguns especialistas argumentam, entretanto, que a possibilidade da interrupção é muito pequena porque a venda interessa sobretudo à Bolívia, que não teria outro consumidor do porte do Brasil.
"Mas o Brasil não tem como compensar uma eventual falta do produto boliviano. Acho que este também é um bom momento para pensar em reduzir essa dependência", diz Mônica.
Como as incertezas são muitas, os analistas recomendam ao investidor que tiver ações da Petrobras em sua carteira que esperem maiores definições antes de tomar alguma decisão.
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Se os papéis da Petrobras estão subindo apesar da crise, os preferenciais tipo A da Comgás têm forte queda: recuavam 2,32%, para R$ 282,49. Existe o temor de que as receitas da companhia, que compra da Bolívia por volta de 70% do gás que distribui, sejam afetadas por algum problema de fornecimento e pelo aumento dos preços do produto boliviano.
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