Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2006 - 14h55

Petroleiros brasileiros apóiam Bolívia por nacionalização de gás

Publicidade

KAREN CAMACHO
da Folha Online

O Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo é a favor do decreto do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar as reservas de petróleo e gás natural naquele país. "A posição dos trabalhadores é de apoio integral à decisão do presidente boliviano", disse o diretor do sindicato, Antonio Carlos Spis. "Se o Brasil pode ter controle sobre o seu petróleo, porque a Bolívia não?", justificou.

Spis, no entanto, acredita que vai ser possível uma renegociação com a Bolívia e que a posição do presidente não deve se sustentar por muito tempo. "A Bolívia não tem mercado consumidor e 80% do gás é exportado. Acho que é uma decisão radical no início, mas vai haver necessidade de renegociação".

Para Spis, a Bolívia não pode continuar com as atuais "condições iniciais desfavoráveis". "Mas, a nacionalização integral não vai acontecer e vai ser preciso fazer parcerias. Essa radicalização abre espaço para o debate", defendeu.

O sindicalista disse ainda que será preciso analisar os "detalhes" da nacionalização e que acredita que as negociações devam ser possíveis após reflexão por parte do governo brasileiro.

Empresários contra

Já os empresários brasileiros lamentaram a decisão do presidente boliviano. Em nota, a Abdib (Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base) vê "claro desrespeito" aos contratos firmados com cerca de 20 empresas internacionais que exploram petróleo gás no país vizinho. A entidade cobrou "firmeza" do governo Lula.

"O governo brasileiro deve agir prontamente e com firmeza. O melhor caminho para atender aos interesses sociais da população, políticos dos Estados e econômicos das empresas produtoras ainda é a mesa de negociações, opção que o governo boliviano jamais deveria ter abandonado e que a Petrobras e o Estado brasileiro vinham apostando", diz a nota.

A associação também defende que após o Brasil atingir a auto-suficiência em petróleo seria a hora de reduzir a dependência das reservas bolivianas de gás com investimentos no litoral brasileiro --há reservas de gás representativas na bacia de Santos.

Já o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que a decisão "insensata" do governo boliviano pode causar prejuízos para 337 mil trabalhadores brasileiros que utilizaram o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para comprar ações da Petrobras.

"O presidente Lula não pode de forma alguma permitir tal quebra de contrato de forma abrupta. O governo brasileiro precisa agir urgente com determinação, já que esta medida afeta diretamente os brasileiros", afirmou.

Além disso, a Força teme que possíveis problemas com o fornecimento de gás para o Brasil possam obrigar as empresar que usam esse combustível a demitir.

"Empresas que utilizam tal produto [o gás] podem ser obrigadas a fechar e dispensar funcionários resultando no aumento do desemprego no país", afirmou Paulinho.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) não se posicionou até o momento à espera de mais informações sobre o decreto do presidente Morales.

Leia mais
  • Planalto descarta racionamento de gás; Lula vai conversar com Morales
  • Imprensa mundial faz duras críticas à Bolívia
  • Análise: Brasil cria corvos na América do Sul

    Especial
  • Enquete: Você acha que o governo deve ser diplomático com a Bolívia?
  • Leia mais sobre o petróleo e gás na Bolívia
  • Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página