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14/06/2006 - 09h21

Embaixadas ficam em alerta para o caso de a Varig parar

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ELIANE CANTANHÊDE
colunista da Folha de S.Paulo

Todas as embaixadas e consulados de cidades que sejam destino da Varig no exterior estão em estado de alerta. Foram acionados pelo Itamaraty para manter plantões específicos para o caso de a companhia quebrar, o que poderia deixar brasileiros sem passagem de volta e sem ter onde ficar.

A estimativa da Anac (Agência de Aviação Civil) é que haja 16 mil passageiros da Varig fora do país, 5.000 deles na Alemanha, para a Copa do Mundo. O governo admite providenciar um reforço de verbas para o caso de o orçamento de embaixadas e consulados estourar por conta da crise.

A função consular extrapola a possibilidade de pagar novos bilhetes, mas estuda-se até mesmo essa possibilidade para casos excepcionais.

A orientação é que só seja dado apoio financeiro, de alimentação ou mesmo hospedagem para os brasileiros que comprovadamente não tenham condições financeiras, e não para simples turistas. Ou seja: a questão será estudada caso a caso.

O apoio para turistas será apenas de informação e de facilitação de contatos com outras companhias, para acomodação em outros vôos, ou mesmo de comunicação com familiares no Brasil.

O governo avalia que quem está a passeio terá fôlego financeiro para mais dois ou três dias de espera ou até mesmo para arcar com novo bilhete. A explicação é que, formalmente, a ajuda consular tradicional é destinada para brasileiros considerados "desvalidos".

O grande temor é que, anunciada a operação de emergência das embaixadas e consulados, ela acabe atraindo oportunistas e aproveitadores que venham a tentar tirar proveito da situação. A operação foi iniciada em abril, conforme antecipou a Folha.

Reacomodação

A Anac reuniu-se ontem com representantes das principais aéreas brasileiras --TAM, Gol e BRA e OceanAir-- para pedir que assumam o maior número possível de passageiros deixados na mão pela Varig. O mesmo foi feito com companhias do grupo internacional integrado pela Varig, a Star Alliance.

Um exemplo foi a Lufthansa --a aérea alemã que tem vôos diários entre os dois países e faz "code share" (divisão de assentos) com a brasileira para Frankfurt, um dos principais destinos de quem foi acompanhar a Copa de perto. Já estão, assim, engatilhadas saídas em pontos-chaves, como Frankfurt, Paris, Londres, Nova York, Miami e Los Angeles, na Califórnia (EUA), onde a TAM reforçou sua equipe e se habilita a assumir as freqüências da Varig.

As linhas para Lisboa e Madri acabam de ser ampliadas para a BRA, que entra no mercado para a Europa. E os países da América do Sul são cobertos por TAM, Gol ou companhias dos vizinhos.

Um problema poderá ser na Venezuela, país para o qual só a Varig voa regularmente e que tem atraído brasileiros a partir da política de aproximação comercial e industrial do governo Hugo Chávez.

Espaço brasileiro

Caso a falência da Varig seja realmente decretada, como é a expectativa do governo e do mercado, as embaixadas no exterior também estão em estado de alerta para um segundo tipo de articulação: negociar a manutenção dos "slots" (espaço reservado às aéreas) da Varig para ocupação por outras empresas nacionais.

Quem comanda a operação no Brasil são os embaixadores Ruy Nogueira, subsecretário-geral de Cooperação e Comunidades Brasileiras no Exterior, e Manoel Gomes Pereira, chefe do Departamento de Comércio Brasileiro no Exterior. Trabalham coordenados pela Anac.

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