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26/06/2006
-
11h31
da Folha Online
A VarigLog, empresa de transporte de cargas, anunciou que vai injetar ainda hoje US$ 20 milhões na Varig para garantir a continuidade de seus vôos caso a Justiça do Rio de Janeiro aprove a realização de um novo leilão da companhia aérea.
A assessoria de imprensa da VarigLog negou que o dinheiro já tenha sido depositado na conta da Varig e que haveria uma multa caso a compra da empresa aérea não se concretizasse.
A VarigLog, entretanto, afirmou que faria a injeção hoje mesmo sem nenhuma garantia de que venceria esse novo leilão porque haveria a previsão de devolução de dinheiro caso a Varig fosse vendida a outro comprador.
A Varig informou que o dinheiro seria usado para o pagamento de combustível para a BR Distribuidora e pelo arrendamento de aeronaves às empresas de leasing até que fosse realizado um novo leilão.
O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig, afirmou que, caso convoque um novo leilão, essa decisão ainda teria que ser aprovada por credores.
Após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovar a compra da VarigLog pela Volo no último sábado, ficou aberta a porta para que a empresa comprasse a própria Varig. Em nota, a VarigLog manifestou seu interesse na Varig no próprio sábado.
A agência gastou vários meses para aprovar o negócio porque alegava que a Volo, empresa constituída pelo fundo americano Matlin Patterson, não havia apresentado a documentação necessária para a transferência das ações.
No sábado, entretanto, a Anac anunciou que a Volo comprovou que tem 80% de capital nacional, conforme determina o Código Brasileiro de Aviação. A VarigLog diz ser controlada por um grupo de empresários brasileiros liderado por Marco Antonio Audi.
Após a Justiça do Rio de Janeiro decidir invalidar o leilão da Varig realizado no último dia 8 e também a proposta de compra apresentada pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), a própria Justiça admitiu que a Volo aparece como única interessada em comprar a Varig.
A proposta inclui a injeção de US$ 485 milhões na Varig em troca de 90% das ações da empresa aérea --outros 5% ficariam com trabalhadores e o restante com credores.
A Justiça do Rio poderá agora realizar um novo leilão pela companhia. Caso a proposta da Volo seja vencedora, o dinheiro injetado não seria utilizado para pagar as dívidas de cerca de R$ 7,9 bilhões da Varig com seus credores, mas para sanear a companhia e garantir a continuidade de suas operações.
Em abril a Volo apresentou proposta parecida pela Varig, que acabou descartada por credores. Na época a empresa prometia injetar US$ 400 milhões em troca de 95% da Varig.
A proposta não foi aceita porque os credores consideraram uma perda muito grande trocar a dívida de R$ 7,9 bilhões para receber por apenas 5% da nova empresa. Já os trabalhadores criticaram a Volo por planejar o corte de cerca de metade do quadro de pessoal da empresa aérea.
Com a rejeição da proposta do TGV pela Justiça e com o agravamento da crise da companhia aérea, entretanto, a proposta da Volo aparece agora como única solução para a continuidade dos vôos da empresa.
A Varig tem cancelado mais de cem vôos por dia e anunciou nesta semana o corte temporário de 50% das linhas internacionais e 30% das nacionais.
Além disso, a BR Distribuidora só garante o fornecimento de combustível para a Varig até hoje, a Infraero planeja impedir a decolagem de aviões se a empresa não repassar as taxas de embarque à vista a partir do dia 1º e a Justiça de Nova York pode determinar a apreensão de metade dos aviões da Varig nesta semana.
Críticas do setor aéreo
A proposta da Volo foi aprovada pela Anac apesar das críticas do setor aéreo brasileiro. O diretor de Relações Governamentais do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), Anchieta Hélcias, disse que seria "fruto de pressão política" aprovar o negócio.
"Arromba a porta da lei que regulamenta o capital estrangeiro nas companhias", disse ele, que entrou na Justiça, em nome da entidade, exigindo que a Volo apresentasse toda a documentação demonstrando que seu capital é nacional, não apenas da Matlin Patterson.
A Anac, entretanto, afirma que todos os documentos necessários foram apresentados. "A decisão da diretoria ocorreu depois de exaustivos estudos da equipe técnica ligada as áreas da Procuradoria da Anac e da Superintendência de Serviços Aéreos", afirma a agência em nota.
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A VarigLog, empresa de transporte de cargas, anunciou que vai injetar ainda hoje US$ 20 milhões na Varig para garantir a continuidade de seus vôos caso a Justiça do Rio de Janeiro aprove a realização de um novo leilão da companhia aérea.
A assessoria de imprensa da VarigLog negou que o dinheiro já tenha sido depositado na conta da Varig e que haveria uma multa caso a compra da empresa aérea não se concretizasse.
A VarigLog, entretanto, afirmou que faria a injeção hoje mesmo sem nenhuma garantia de que venceria esse novo leilão porque haveria a previsão de devolução de dinheiro caso a Varig fosse vendida a outro comprador.
A Varig informou que o dinheiro seria usado para o pagamento de combustível para a BR Distribuidora e pelo arrendamento de aeronaves às empresas de leasing até que fosse realizado um novo leilão.
O juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig, afirmou que, caso convoque um novo leilão, essa decisão ainda teria que ser aprovada por credores.
Após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovar a compra da VarigLog pela Volo no último sábado, ficou aberta a porta para que a empresa comprasse a própria Varig. Em nota, a VarigLog manifestou seu interesse na Varig no próprio sábado.
A agência gastou vários meses para aprovar o negócio porque alegava que a Volo, empresa constituída pelo fundo americano Matlin Patterson, não havia apresentado a documentação necessária para a transferência das ações.
No sábado, entretanto, a Anac anunciou que a Volo comprovou que tem 80% de capital nacional, conforme determina o Código Brasileiro de Aviação. A VarigLog diz ser controlada por um grupo de empresários brasileiros liderado por Marco Antonio Audi.
Após a Justiça do Rio de Janeiro decidir invalidar o leilão da Varig realizado no último dia 8 e também a proposta de compra apresentada pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), a própria Justiça admitiu que a Volo aparece como única interessada em comprar a Varig.
A proposta inclui a injeção de US$ 485 milhões na Varig em troca de 90% das ações da empresa aérea --outros 5% ficariam com trabalhadores e o restante com credores.
A Justiça do Rio poderá agora realizar um novo leilão pela companhia. Caso a proposta da Volo seja vencedora, o dinheiro injetado não seria utilizado para pagar as dívidas de cerca de R$ 7,9 bilhões da Varig com seus credores, mas para sanear a companhia e garantir a continuidade de suas operações.
Em abril a Volo apresentou proposta parecida pela Varig, que acabou descartada por credores. Na época a empresa prometia injetar US$ 400 milhões em troca de 95% da Varig.
A proposta não foi aceita porque os credores consideraram uma perda muito grande trocar a dívida de R$ 7,9 bilhões para receber por apenas 5% da nova empresa. Já os trabalhadores criticaram a Volo por planejar o corte de cerca de metade do quadro de pessoal da empresa aérea.
Com a rejeição da proposta do TGV pela Justiça e com o agravamento da crise da companhia aérea, entretanto, a proposta da Volo aparece agora como única solução para a continuidade dos vôos da empresa.
A Varig tem cancelado mais de cem vôos por dia e anunciou nesta semana o corte temporário de 50% das linhas internacionais e 30% das nacionais.
Além disso, a BR Distribuidora só garante o fornecimento de combustível para a Varig até hoje, a Infraero planeja impedir a decolagem de aviões se a empresa não repassar as taxas de embarque à vista a partir do dia 1º e a Justiça de Nova York pode determinar a apreensão de metade dos aviões da Varig nesta semana.
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A proposta da Volo foi aprovada pela Anac apesar das críticas do setor aéreo brasileiro. O diretor de Relações Governamentais do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), Anchieta Hélcias, disse que seria "fruto de pressão política" aprovar o negócio.
"Arromba a porta da lei que regulamenta o capital estrangeiro nas companhias", disse ele, que entrou na Justiça, em nome da entidade, exigindo que a Volo apresentasse toda a documentação demonstrando que seu capital é nacional, não apenas da Matlin Patterson.
A Anac, entretanto, afirma que todos os documentos necessários foram apresentados. "A decisão da diretoria ocorreu depois de exaustivos estudos da equipe técnica ligada as áreas da Procuradoria da Anac e da Superintendência de Serviços Aéreos", afirma a agência em nota.
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