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03/07/2006 - 16h46

VarigLog propõe deixar Rio-Sul ou Nordeste com credores da Varig

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Os credores da Varig continuarão com a Nordeste ou a Rio-Sul caso a VarigLog compre a Varig. Segundo a nova proposta de compra apresentada à Justiça, ao menos uma das duas subsidiárias regionais da Varig ficariam com a "velha Varig" mesmo com a venda de suas operações no leilão marcado para o próximo dia 12.

A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, manteve, entretanto, a oferta de uma injeção de US$ 485 milhões na empresa aérea em troca de 90% de suas ações.

O dinheiro não seria utilizado diretamente para o pagamento de parte dos R$ 7,9 bilhões que a Varig deve a seus credores, mas para garantir a continuidade de seus vôos.

Para concordar em repassar o controle à VarigLog, os credores ficariam com 5% das ações da nova Varig e os trabalhadores, com outros 5%.

Essa parcela do capital seria paga por meio de debêntures (títulos privados de dívida) não transferíveis e conversíveis em ações. Os papéis garantiriam uma remuneração mínima de R$ 4,2 milhões por ano aos credores da Varig mesmo que a nova empresa continue a apresentar prejuízos. Os trabalhadores da Varig também teriam direito ao mesmo valor anual.

Para dar continuidade às operações da Nordeste ou da Rio-Sul, os credores da Varig assinariam um contrato de fretamento de aviões com a VarigLog.

Além disso, a "velha Varig" também ficaria com o centro de treinamento de tripulantes da empresa, que fecharia contratos com a "nova Varig" para o treinamento de seus funcionários.

A cópia da proposta anexada ao processo na Justiça do Rio ainda não prevê, entretanto, que os compradores da Varig vão honrar as milhas dos clientes da Varig nem garantir os bilhetes já emitidos.

Na semana passada, a Justiça do Rio havia informado que a VarigLog se comprometeu a assumir esse passivo caso venha a vencer o leilão da empresa que deve ser realizado no próximo dia 12.

Caso os credores aprovem a realização do leilão, os interessados em comprar a Varig deverão apresentar uma carta de fiança bancária que comprove sua capacidade de honrar o lance oferecido. Segundo fontes ligadas à negociação, essa carta de fiança teria valor de US$ 100 milhões.

A carta, que funciona como garantia de que o comprador terá o dinheiro para honrar o lance oferecido no leilão, será exigida para evitar a repetição do fracasso da última tentativa de venda da companhia.

No leilão do dia 8 de junho, o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) foi o único a apresentar proposta pela Varig, de R$ 1,01 bilhão. O grupo de trabalhadores da empresa, entretanto, não depositou o dinheiro como previsto em edital, o que levou a Justiça a anular o negócio.

O novo edital, que ainda não foi totalmente finalizado pela Justiça do Rio de Janeiro, também vai exigir do interessado um depósito judicial de US$ 22 milhões. O dinheiro será utilizado para indenizar a VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, caso outra empresa compre a companhia aérea.

A VarigLog já depositou cerca de US$ 7 milhões na conta da empresa aérea desde a segunda-feira passada, dinheiro que possibilitou a continuidade de seus vôos.

O depósito de US$ 22 milhões teria como objetivo garantir a devolução de até US$ 20 milhões que podem ser repassados pela VarigLog à Varig até a data do leilão mais uma multa de US$ 2 milhões.

Dois dias antes do novo leilão, no dia 10, os credores da Varig deverão aprovar sua realização em assembléia e também analisar a proposta da VarigLog.

Nova proposta

Segundo a Agência Brasil, uma nova proposta de compra pode ser apresentada nesta semana ou no leilão marcado o próximo dia 12. O grupo de investidores brasileiros e norte-americanos representado pela consultoria Cinzel Partners, dos Estados Unidos, pode fazer uma oferta de US$ 600 milhões entre injeção de recursos na empresa e dinheiro para pagamento da parte operacional da Varig.

Segundo fontes ligadas ao processo, entretanto, a nova proposta seria apenas uma nova tentativa do TGV de comprar a Varig após a Justiça invalidar sua oferta do primeiro leilão.

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