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11/08/2006
-
18h39
DENYSE GODOY
da Folha Online
Os investidores reagiram mal, nesta sexta-feira, à oferta de aproximadamente US$ 17,67 bilhões em dinheiro que a Companhia Vale do Rio Doce fez para comprar todas as ações ordinárias da mineradora canadense Inco. Na Bovespa, os papéis ordinários da Vale tiveram desvalorização de 1,82%, a R$ 48,40, e os preferenciais --os mais negociados do pregão-- recuaram 1,88%, a R$ 42,14.
Neste primeiro momento, o mercado preferiu se ater a três pontos sobre o negócio.
O primeiro, de que, como a Inco está sendo muito disputada por outras empresas -- a Teck Cominco e a Phelps Dodge já fizeram ofertas--, a aquisição poderia ficar muito cara para a Vale. O segundo é de que a brasileira precisará se endividar para fazer o pagamento. E o terceiro é de que, como parte dos recursos vem dos cofres da companhia, os acionistas prefeririam embolsá-los como dividendos a gastá-los. Daí a queda das ações da Vale hoje.
Entretanto, olhando para o médio e longo prazo, a avaliação dos analistas é positiva quanto à compra, porque atualmente a maior parte das suas receitas vem da exploração e comercialização de minério de ferro, então os seus resultados ficam muito atrelados à variação cíclica de preços dessa commodity. Como a Inco é líder no mercado global de níquel --a segunda em produção e primeira em reservas--, essa diversificação de atuação seria muito interessante para a Vale. A exploração do mercado de níquel ainda não está consolidada.
Além disso, e muito importante, com a aquisição, a companhia brasileira passaria a ser a segunda maior mineradora do mundo, à frente da sul-africana Anglo American e da australiana Rio Tinto e atrás apenas da anglo-australiana BHP Billiton.
"Pode ser uma boa oportunidade para a companhia, pela sua importância estratégica. Mas, no momento, é difícil avaliar com precisão", diz Ricardo Fontes, consultor financeiro e professor. "Os investidores devem olhar para o retorno que essa transação vai trazer à empresa."
"Testemunhamos em 2004 uma reação fortemente negativa à tentativa da Companhia Vale do Rio Doce de comprar a [mineradora canadense] Noranda, e não podemos prever se tal comportamento vai ocorrer novamente", diz o Unibanco em relatório distribuído a clientes. "Lembrando do episódio Noranda, os investidores devem perceber que a Vale estava certa e que aquela aquisição certamente teria lhe acrescentado."
Uma análise mais profunda sobre o desempenho das ações da Vale no futuro depende das condições da eventual efetivação do negócio.
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Os investidores reagiram mal, nesta sexta-feira, à oferta de aproximadamente US$ 17,67 bilhões em dinheiro que a Companhia Vale do Rio Doce fez para comprar todas as ações ordinárias da mineradora canadense Inco. Na Bovespa, os papéis ordinários da Vale tiveram desvalorização de 1,82%, a R$ 48,40, e os preferenciais --os mais negociados do pregão-- recuaram 1,88%, a R$ 42,14.
Neste primeiro momento, o mercado preferiu se ater a três pontos sobre o negócio.
O primeiro, de que, como a Inco está sendo muito disputada por outras empresas -- a Teck Cominco e a Phelps Dodge já fizeram ofertas--, a aquisição poderia ficar muito cara para a Vale. O segundo é de que a brasileira precisará se endividar para fazer o pagamento. E o terceiro é de que, como parte dos recursos vem dos cofres da companhia, os acionistas prefeririam embolsá-los como dividendos a gastá-los. Daí a queda das ações da Vale hoje.
Entretanto, olhando para o médio e longo prazo, a avaliação dos analistas é positiva quanto à compra, porque atualmente a maior parte das suas receitas vem da exploração e comercialização de minério de ferro, então os seus resultados ficam muito atrelados à variação cíclica de preços dessa commodity. Como a Inco é líder no mercado global de níquel --a segunda em produção e primeira em reservas--, essa diversificação de atuação seria muito interessante para a Vale. A exploração do mercado de níquel ainda não está consolidada.
Além disso, e muito importante, com a aquisição, a companhia brasileira passaria a ser a segunda maior mineradora do mundo, à frente da sul-africana Anglo American e da australiana Rio Tinto e atrás apenas da anglo-australiana BHP Billiton.
"Pode ser uma boa oportunidade para a companhia, pela sua importância estratégica. Mas, no momento, é difícil avaliar com precisão", diz Ricardo Fontes, consultor financeiro e professor. "Os investidores devem olhar para o retorno que essa transação vai trazer à empresa."
"Testemunhamos em 2004 uma reação fortemente negativa à tentativa da Companhia Vale do Rio Doce de comprar a [mineradora canadense] Noranda, e não podemos prever se tal comportamento vai ocorrer novamente", diz o Unibanco em relatório distribuído a clientes. "Lembrando do episódio Noranda, os investidores devem perceber que a Vale estava certa e que aquela aquisição certamente teria lhe acrescentado."
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