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22/08/2006 - 11h06

Funcionários de São Bernardo decidem hoje sobre ultimato da Volks

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da Folha Online

Os funcionários da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP) decidem hoje, em assembléia prevista para as 14h30, se aceitam ou não negociar um acordo que prevê a demissão de no mínimo 3.600 funcionários e a redução de direitos trabalhistas aos que continuarem na montadora.

A Volks ameaçou ontem fechar a fábrica de São Bernardo --a primeira e maior das cinco unidades no Brasil-- e demitir 6.100 funcionários no ABC se o acordo for rejeitado.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC decidiu hoje que não tentará influenciar na decisão da assembléia porque as duas alternativas apresentadas pela montadora --o acordo ou o fechamento da fábrica-- são insatisfatórias.

Se fecharem o acordo, até 3.600 trabalhadores terão que aderir a um plano de demissão voluntária. Cada um deles receberá 0,4 salário por cada ano trabalhado na empresa, valor considerado baixo pelo sindicato.

Entre outras desvantagens, os trabalhadores que permanecerem na Volks terão que aceitar mudanças no banco de horas. A empresa não pagaria nada àqueles que fizessem até 200 horas extras em um ano e só pagaria hora cheia para os que trabalhassem mais de 400 horas acima da jornada.

Funcionários que cometerem erros na produção terão que trabalhar oito horas gratuitas para compensar a empresa. Além disso, o desconto no salário para pagamento do plano de saúde subiria de 1% para 3% da renda mensal.

Já os novos contratados teriam redução média de salário de 35% em relação aos vencimentos pagos hoje. Os planos de carreira também se tornariam menos favoráveis aos trabalhadores, que demorariam mais tempo para receber vencimentos correspondentes ao ápice da carreira.

O sindicato acredita que se o acordo for aceito estará aberto o precedente para que outras montadoras e também empresas de outros setores proponham a seus funcionários acordos semelhantes.

Segundo o sindicato, funcionários da Volks de todos os turnos já estão recebendo informações sobre a proposta e devem decidir ainda hoje se aceitam ou não o acordo. A empresa espera uma resposta para sexta-feira --ou seja, ainda haveria tempo para negociar alguma flexibilização nas condições impostas.

Caso o acordo seja rejeitado, o sindicato admite pressionar a empresa, inclusive com a realização de greves e manifestações.

Solidariedade

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Osasco e Região manifestou hoje solidariedade ao sindicato do ABC e afirmou ser "inaceitável" a ameaça de fechamento da fábrica em São Bernardo.

"A Volks é uma das multinacionais instaladas no Brasil mais beneficiadas com incentivos fiscais do município, do Estado e com recursos do BNDES. Ela tem, no mínimo, a obrigação de garantir empregos e cumprir com a sua função social", diz a nota assinada por Eleno Bezerra, do sindicato de São Paulo.

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