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24/08/2006
-
18h42
KAREN CAMACHO
da Folha Online
O ministro Luiz Marinho (Trabalho) disse hoje que solicitou uma reunião com a Volkswagen para tratar do anúncio da empresa de demissão de funcionários e ameaça de fechamento da unidade Anchieta (ABC). A Volkswagen confirmou o encontro para a próxima segunda-feira.
"O presidente Lula determinou que eu convidasse a empresa para ver o que está acontecendo e queremos discutir com a Volkswagen. O momento do setor automotivo não combina com anúncio da empresa e com fechamento de uma fábrica no Brasil", disse o ministro.
Funcionário licenciado da Volks, Marinho acredita que, com o crescimento do mercado interno previsto para 7,1% para o ano e com as medidas cambiais e de apoio a financiamento com spread reduzido, a empresa não deveria ameaçar demissão. "Nos parece que a Volkswagen continua blefando", disse o ministro.
Marinho disse que o governo não admite o fechamento da fábrica e, se a empresa insistir, vai pedir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que suspenda o repasse de R$ 497 milhões para a montadora. O presidente do banco, Demian Fiocca, já disse que essa linha não tem relação com o plano de reestruturação e que o recurso será liberado para a montadora.
O ministro descartou qualquer possibilidade de apoio, financiamento ou medida que beneficie a empresa e que os problemas devem ser responsabilidade da administração da montadora, e não da política econômica. "Se o setor está caminhando bem, crescendo e anunciando contratações e uma única empresa fala da necessidade de fechamento de uma planta, pode ser que tenha perdido muita participação no mercado. Isso não é culpa dos trabalhadores ou da economia."
Sobre as 3,6 mil demissões que a empresa quer fazer, o ministro disse que é preciso um acordo entre Volks e sindicato. "Admissão e demissão acontecem todos os dias no Brasil. Em 2001, a VW sinalizou com fechamento de emprego e fizemos um acordo de estabilidade de cinco anos", disse.
Sobre as negociações, o ministro disse que ainda confia num acordo. "A negociação é dura mesmo, mas as partes acabam chegando a um acordo. essa é a torcida", disse.
A empresa informou que o plano de reestruturação, que inclui cortes de funcionários e possibilidade de fechamento de uma planta, já foi apresentado ao ministro.
A Volkswagen respondeu ao ministro que não está blefando quando fala da necessidade de reduzir custos e que está operando no vermelho. O motivo principal, segundo a empresa, são as perdas com exportações, que respondem por 42% da produção da empresa.
Sobre o financiamento do BNDES, a empresa informou que os recursos já foram investidos pela pela empresa, antes mesmo do repasse da linha de crédito e preferiu não comentar a ameaça do ministro de pressionar o banco para suspender o repasse.
Negociação
A empresa e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se reuniram ontem por mais de sete horas e, hoje, a reunião que começou de manhã ainda não terminou e deve entrar pela noite.
Outro encontro está marcado para amanhã, quando termina o prazo de negociação entre empresa e sindicato.
O sindicato marcou para terça-feira uma assembléia com os trabalhadores para informar sobre o encaminhamento das negociações com a empresa.
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da Folha Online
O ministro Luiz Marinho (Trabalho) disse hoje que solicitou uma reunião com a Volkswagen para tratar do anúncio da empresa de demissão de funcionários e ameaça de fechamento da unidade Anchieta (ABC). A Volkswagen confirmou o encontro para a próxima segunda-feira.
"O presidente Lula determinou que eu convidasse a empresa para ver o que está acontecendo e queremos discutir com a Volkswagen. O momento do setor automotivo não combina com anúncio da empresa e com fechamento de uma fábrica no Brasil", disse o ministro.
Funcionário licenciado da Volks, Marinho acredita que, com o crescimento do mercado interno previsto para 7,1% para o ano e com as medidas cambiais e de apoio a financiamento com spread reduzido, a empresa não deveria ameaçar demissão. "Nos parece que a Volkswagen continua blefando", disse o ministro.
Marinho disse que o governo não admite o fechamento da fábrica e, se a empresa insistir, vai pedir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que suspenda o repasse de R$ 497 milhões para a montadora. O presidente do banco, Demian Fiocca, já disse que essa linha não tem relação com o plano de reestruturação e que o recurso será liberado para a montadora.
O ministro descartou qualquer possibilidade de apoio, financiamento ou medida que beneficie a empresa e que os problemas devem ser responsabilidade da administração da montadora, e não da política econômica. "Se o setor está caminhando bem, crescendo e anunciando contratações e uma única empresa fala da necessidade de fechamento de uma planta, pode ser que tenha perdido muita participação no mercado. Isso não é culpa dos trabalhadores ou da economia."
Sobre as 3,6 mil demissões que a empresa quer fazer, o ministro disse que é preciso um acordo entre Volks e sindicato. "Admissão e demissão acontecem todos os dias no Brasil. Em 2001, a VW sinalizou com fechamento de emprego e fizemos um acordo de estabilidade de cinco anos", disse.
Sobre as negociações, o ministro disse que ainda confia num acordo. "A negociação é dura mesmo, mas as partes acabam chegando a um acordo. essa é a torcida", disse.
A empresa informou que o plano de reestruturação, que inclui cortes de funcionários e possibilidade de fechamento de uma planta, já foi apresentado ao ministro.
A Volkswagen respondeu ao ministro que não está blefando quando fala da necessidade de reduzir custos e que está operando no vermelho. O motivo principal, segundo a empresa, são as perdas com exportações, que respondem por 42% da produção da empresa.
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A empresa e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se reuniram ontem por mais de sete horas e, hoje, a reunião que começou de manhã ainda não terminou e deve entrar pela noite.
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