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29/08/2006
-
15h07
KAREN CAMACHO
da Folha Online
Mesmo com a pressão do governo, a Volkswagen não recuou e começou hoje a distribuir cartas para avisar os trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) que serão demitidos a partir de 21 de novembro, quando acaba o acordo de estabilidade de emprego na unidade.
A empresa confirmou que 1.800 funcionários foram comunicados da demissão a partir de novembro. Desses, 1.300 na ativa e outros 500 que estão no centro de capacitação da fábrica. Alguns trabalhadores ouvidos pela Folha Online afirmam que têm estabilidade e não podem ser demitidos porque sofrem de doenças do trabalho.
Os avisos de demissão acontecem um dia após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciar que suspenderia a concessão de um empréstimo de quase R$ 500 milhõesà Volks até que a montadora fechasse um acordo com o sindicato.
A empresa quer que o sindicato aceite a demissão de 3.600 dos 12.400 trabalhadores da unidade e quer a redução dos direitos trabalhistas dos funcionários que ficarem. Ou então ameaça fechar a fábrica de São Bernardo e demitir até 6.100.
Antes da assembléia que será realizada nesta tarde pelos funcionários da fábrica para discutir a posição frente ao ultimato, sindicalistas prometeram reagir.
"A empresa começou a executar o plano de demissão e haverá enfrentamento entre metalúrgicos e empresa", disse Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
A decisão dos trabalhadores será levada à matriz da Volks, na Alemanha, que decidirá em setembro seu novo plano de investimentos.
A Volks afirma que sem os cortes a fábrica não será competitiva o suficiente para receber novos investimentos, o que culminaria em seu fechamento "no curto prazo".
A empresa ainda não informou que posição vai tomar frente à decisão do governo de suspender o financiamento do BNDES, anunciada na noite de ontem.
Antes da decisão do governo, entretanto, consultores do setor automobilístico já alertavam para o alto custo que a empresa teria com o fechamento da fábrica poderia inviabilizar essa decisão.
O plano de demissão incentivada da Volks prevê que os demitidos receberiam 0,4 salário por cada ano trabalhado na empresa, valor considerado baixo pelo sindicato.
Já os que permanecessem na Volks teriam que aceitar mudanças no banco de horas. A empresa não pagaria nada àqueles que fizessem até 200 horas extras em um ano e só pagaria hora cheia para os que trabalhassem mais de 400 horas acima da jornada.
Funcionários que cometerem erros na produção teriam que trabalhar até oito horas gratuitas por semana para compensar a empresa. Além disso, o desconto no salário para pagamento do plano de saúde subiria de 1% para 3% da renda mensal.
Já os novos contratados teriam redução média de salário de 35% em relação aos vencimentos pagos hoje. Os planos de carreira também se tornariam menos favoráveis aos trabalhadores, que demorariam mais tempo para receber vencimentos correspondentes ao ápice da carreira.
A Volks culpa a desvalorização do dólar pelas demissões. Inicialmente a empresa havia informado que planejava demitir entre 4.000 e 6.000 funcionários até 2008 nas unidades do ABC, Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR).
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Leia o que já foi publicado sobre demissões na Volks
Volks começa a enviar cartas de demissão a trabalhadores do ABC
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da Folha Online
Mesmo com a pressão do governo, a Volkswagen não recuou e começou hoje a distribuir cartas para avisar os trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) que serão demitidos a partir de 21 de novembro, quando acaba o acordo de estabilidade de emprego na unidade.
A empresa confirmou que 1.800 funcionários foram comunicados da demissão a partir de novembro. Desses, 1.300 na ativa e outros 500 que estão no centro de capacitação da fábrica. Alguns trabalhadores ouvidos pela Folha Online afirmam que têm estabilidade e não podem ser demitidos porque sofrem de doenças do trabalho.
Os avisos de demissão acontecem um dia após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciar que suspenderia a concessão de um empréstimo de quase R$ 500 milhõesà Volks até que a montadora fechasse um acordo com o sindicato.
A empresa quer que o sindicato aceite a demissão de 3.600 dos 12.400 trabalhadores da unidade e quer a redução dos direitos trabalhistas dos funcionários que ficarem. Ou então ameaça fechar a fábrica de São Bernardo e demitir até 6.100.
Antes da assembléia que será realizada nesta tarde pelos funcionários da fábrica para discutir a posição frente ao ultimato, sindicalistas prometeram reagir.
"A empresa começou a executar o plano de demissão e haverá enfrentamento entre metalúrgicos e empresa", disse Carlos Alberto Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT.
A decisão dos trabalhadores será levada à matriz da Volks, na Alemanha, que decidirá em setembro seu novo plano de investimentos.
A Volks afirma que sem os cortes a fábrica não será competitiva o suficiente para receber novos investimentos, o que culminaria em seu fechamento "no curto prazo".
A empresa ainda não informou que posição vai tomar frente à decisão do governo de suspender o financiamento do BNDES, anunciada na noite de ontem.
Antes da decisão do governo, entretanto, consultores do setor automobilístico já alertavam para o alto custo que a empresa teria com o fechamento da fábrica poderia inviabilizar essa decisão.
O plano de demissão incentivada da Volks prevê que os demitidos receberiam 0,4 salário por cada ano trabalhado na empresa, valor considerado baixo pelo sindicato.
Já os que permanecessem na Volks teriam que aceitar mudanças no banco de horas. A empresa não pagaria nada àqueles que fizessem até 200 horas extras em um ano e só pagaria hora cheia para os que trabalhassem mais de 400 horas acima da jornada.
Funcionários que cometerem erros na produção teriam que trabalhar até oito horas gratuitas por semana para compensar a empresa. Além disso, o desconto no salário para pagamento do plano de saúde subiria de 1% para 3% da renda mensal.
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