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15/09/2006
-
09h37
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que achava "uma sacanagem" a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de rebaixar as duas refinarias da Petrobras a prestadoras de serviço no país. E julgava "uma sacanagem maior ainda" fazê-lo a duas semanas do primeiro turno das eleições no Brasil, segundo apurou a Folha em conversas reservadas com integrantes da cúpula do governo.
Contrariado por ter sido pego de surpresa pela segunda vez nas relações com o colega boliviano, Lula deu ordem direta ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para que a estatal endurecesse o discurso e as ações internacionais contra o país vizinho. O petista endureceu o tom após tentativa fracassada anteontem de levar o governo boliviano a recuar da decisão anunciada na última terça-feira.
Ao final do dia, Lula e auxiliares comentavam que a oposição brasileira já fazia uso da nova crise com a Bolívia. A cúpula do governo trabalha com o cenário de reeleição de Lula em primeiro turno (1º de outubro). E tem buscado evitar problemas que coloquem essa possibilidade em risco. À noite, o governo boliviano informou que havia congelado a medida por tempo indeterminado.
Em maio, o governo Morales anunciou a nacionalização das reservas de hidrocarbonetos e de multinacionais que exploravam tais produtos na Bolívia. Lula foi surpreendido, mas reagiu com moderação. O presidente disse a auxiliares que não o pedissem para ser duro com um país pobre como a Bolívia. Ele apoiou publicamente a eleição de Morales.
A reação moderada rendeu críticas a Lula, que orientou seus ministros a negociar com o governo Morales um novo preço para o gás que o Brasil compra do país vizinho, além de uma eventual indenização pelos investimentos da Petrobras em solo boliviano.
No início da semana, resolução do governo boliviano determinou que a estatal YPFB passa a exercer o direito de propriedade sobre toda a produção de derivados de petróleo e de GLP (gás de cozinha).
O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, também defendeu um encontro de contas para indenizar a Petrobras.
Anteontem, emissários de Lula conversaram com o governo boliviano, que não recuou. Ontem a pressão brasileira deu resultado, com o recuo do governo Morales anunciado à noite.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que achava "uma sacanagem" a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de rebaixar as duas refinarias da Petrobras a prestadoras de serviço no país. E julgava "uma sacanagem maior ainda" fazê-lo a duas semanas do primeiro turno das eleições no Brasil, segundo apurou a Folha em conversas reservadas com integrantes da cúpula do governo.
Contrariado por ter sido pego de surpresa pela segunda vez nas relações com o colega boliviano, Lula deu ordem direta ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para que a estatal endurecesse o discurso e as ações internacionais contra o país vizinho. O petista endureceu o tom após tentativa fracassada anteontem de levar o governo boliviano a recuar da decisão anunciada na última terça-feira.
Ao final do dia, Lula e auxiliares comentavam que a oposição brasileira já fazia uso da nova crise com a Bolívia. A cúpula do governo trabalha com o cenário de reeleição de Lula em primeiro turno (1º de outubro). E tem buscado evitar problemas que coloquem essa possibilidade em risco. À noite, o governo boliviano informou que havia congelado a medida por tempo indeterminado.
Em maio, o governo Morales anunciou a nacionalização das reservas de hidrocarbonetos e de multinacionais que exploravam tais produtos na Bolívia. Lula foi surpreendido, mas reagiu com moderação. O presidente disse a auxiliares que não o pedissem para ser duro com um país pobre como a Bolívia. Ele apoiou publicamente a eleição de Morales.
A reação moderada rendeu críticas a Lula, que orientou seus ministros a negociar com o governo Morales um novo preço para o gás que o Brasil compra do país vizinho, além de uma eventual indenização pelos investimentos da Petrobras em solo boliviano.
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O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, também defendeu um encontro de contas para indenizar a Petrobras.
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