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12/03/2007 - 10h40

Bancos batem recorde de rentabilidade

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NEY HAYASHI DA CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A queda dos juros ocorrida nos últimos meses não impediu os bancos de baterem recorde de rentabilidade pelo segundo ano consecutivo. Em 2006, os ganhos alcançados pelas 104 instituições financeiras que atuam no Brasil somaram R$ 33,4 bilhões, o que representa um retorno de 22,9% sobre o patrimônio líquido do setor.

A rentabilidade é um relevante dado sobre o potencial de retorno de uma instituição. O índice mostra o quanto o banco consegue lucrar em relação a seu patrimônio.

Os números estão nos balanços que os bancos enviaram ao Banco Central no início deste ano. Segundo esses documentos, o lucro total dos bancos havia sido de R$ 28,3 bilhões em 2005, o que correspondia a uma rentabilidade de 22,6%.

O levantamento considera apenas os resultados obtidos pelas instituições financeiras propriamente ditas. Negócios como cartões de crédito, seguros, previdência privada e consórcios não são incluídos.

O BC mantém em sua base de dados as demonstrações financeiras entregues entre 1996 e 2006. No período, em apenas três anos o retorno sobre o patrimônio líquido do setor bancário como um todo ultrapassou 20%: 2002, 2005 e 2006.

Tarifas

Os balanços mostram que, de 1996 para cá, a receita obtida com tarifas bancárias foi um dos itens que mais subiram, ajudando a impulsionar os ganhos do setor. Em 1996, esse tipo de cobrança proporcionou aos bancos um faturamento de R$ 12,1 bilhões. No ano passado, o valor havia pulado para R$ 47,5 bilhões -alta de 293%.

Não é possível dizer se esse crescimento se deve a reajustes nas tarifas ou a um aumento no número de clientes dos bancos. De qualquer forma, a receita com tarifas registrou um aumento bem superior, por exemplo, aos gastos com o pagamento de funcionários.

Em 1996, ainda segundo os balanços entregues ao BC, os bancos gastaram R$ 24,9 bilhões com suas folhas de pagamento. No ano passado, esse valor havia passado para R$ 38,7 bilhões, variação de 55%. Nesse período, a inflação (IPCA) foi de 92,7%.

Esses números mostram a melhora num dos índices usados para medir a eficiência dos bancos, o chamado "índice de cobertura", que é a parcela da folha de pagamentos que poderia ser coberta apenas com o dinheiro arrecadado com as tarifas. Entre 1996 e 2006, esse índice subiu de 48% para 123%.

Já as receitas dos bancos com juros, tanto de operações de crédito quanto de investimentos em títulos públicos, subiram mais de 100% nos últimos 11 anos. Os números mostram que a trajetória de queda das taxas observada recentemente não impediu os bancos de manterem elevados ganhos nesse tipo de operação.

Segundo as demonstrações financeiras, o faturamento alcançado pelo setor com juros de empréstimos chegou a R$ 152,3 bilhões no ano passado, 137% a mais do que em 1996. No caso das aplicações em títulos, as receitas somaram R$ 87,8 bilhões, aumento de 119%.

Bancos quebrados

É preciso considerar, porém, que os balanços mais antigos coletados pelo BC têm a influência de muitos bancos que enfrentavam dificuldades financeiras e sofriam com prejuízos bilionários, o que reduzia o lucro médio do setor.

O Banco do Brasil, por exemplo, fechou 1996 com perdas de R$ 7,5
bilhões, conseqüência do grande volume de créditos podres que se acumulava na sua carteira. Somente depois de uma injeção de R$ 8 bilhões vinda do Tesouro Nacional é que o BB conseguiu se recuperar e voltar a dar lucro.

Em 1997, foi a vez do Bamerindus, que registrou prejuízo de R$ 1,7 bilhão no seu último ano de operação antes de, socorrido pelo Proer (programa de reestruturação de bancos privados), ser adquirido, pelo HSBC.

O último grande socorro oficial a bancos ocorreu em 2001, quando o governo federal promoveu uma grande restruturação das instituições financeiras controladas pelo Tesouro. O principal alvo da ajuda era a Caixa Econômica Federal, que naquele ano teve um prejuízo de R$ 4,7 bilhões. Foi preciso uma ajuda de R$ 9,4 bilhões dos cofres públicos para que o banco voltasse a operar no azul.

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