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19/03/2007 - 15h58

Aquisição da Ipiranga beneficia empresas mas afeta "preferencialistas"

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

Os chamados acionistas preferencialistas da Ipiranga, os portadores de papéis sem direito a voto, devem ser os únicos perdedores com a compra do grupo pela Braskem, Ultrapar e Petrobras. Na negociação, apenas os detentores de ações ordinárias (com direito a voto), que estão em sua maioria no bloco de controle da empresa, terão direito ao prêmio para efetivação da transação.

Para alguns analistas, a Ultrapar, que vai incorporar as ações do bloco de controle e pagar o prêmio (tag along) pelo restante das ações ordinárias, deve abrir alguma "compensação" para impedir o prejuízo dos preferencialistas.

Com o conhecimento da operação, as ações ordinárias da Ipiranga subiram mais de 30%, enquanto que os papéis preferenciais tiveram perdas em torno de 7%.

Em apresentação para analistas e investidores, a empresa apresentou os seguintes termos de troca pelos papéis de 0,4184 por ação da CBPI (Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga); de R$ 0,6404 por papel da DPPI (Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga) e de 0,7985 por ação da RPI (Refinaria de Petróleo Ipiranga). A Ultrapar afirma que calculou a relação de troca pelo valor econômico das empresas, a partir do fluxo de caixa descontado.

No caso das ações ordinárias, o grupo Ultrapar deve despender em torno de R$ 700 milhões para o pagamento do direito de "tag-along" aos acionistas minoritários.

Na apresentação aos investidores, analistas confirmam que detentores de ações preferenciais não gostaram dos termos de troca apresentados pela empresa.

Analistas concordam que a transação será positiva para as três empresas envolvidas na aquisição. A Petrobras expande seu ramo de distribuição de combustíveis, onde já detém a liderança do mercado, e coloca um pé no setor petroquímico. Para a equipe de análise da corretora Planner, a incorporação dos ativos do setor da Ipiranga será uma "porta de entrada" importante para o setor.

Para Frank McGann, do banco Merrill Lynch, a compra melhora a posição da Petrobras no negócio de distribuição de combustíveis, que ele espera crescer a uma taxa de 3% a 4% ao ano. Hoje, a estatal detém 34% desse mercado.

"O custo geral não é tão grande no contexto da capacidade de investimentos da Petrobras e deve ser facilmente financiado. O impacto nos lucros provavelmente também não será muito importante", acrescenta o analista, dizendo que a transação não deve ter "grande efeito" sobre as ações da estatal no mercado.

No caso da Braskem, a operação reforça a participação da empresa no controle da Copesul, importante produtora de matéria-prima (eteno). "Nós não mudamos nossa recomendação de venda das ações da Braskem, principalmente porque continuamos preocupados a respeito do cenário sobre os preços dos produtos petroquímicos e lucratividade nos próximos 12 a 24 meses", avalia.

A Ultrapar desponta como a principal vitoriosa na operação. O analista destaca que a aquisição dá uma "terceira perna" para os negócios do grupo e que o setor é caracterizado pela "relatividade estabilidade e panorama sólido de crescimento continuado".

O analista qualifica como "um complemento estratégico para o mais ou menos robusto cenário para a distribuição de gás liquefeito e para o volátil negócio dos produtos químicos".

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