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26/03/2007 - 18h19

Bush nega incentivos para montadoras investirem em biocombustíveis

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da Efe, em Washington

Os três principais fabricantes de automóveis dos Estados Unidos não conseguiram, nesta segunda-feira (26), que Washington se comprometa a aumentar seus incentivos para a produção e distribuição de combustíveis alternativos e biocombustíveis.

No entanto, o presidente George W. Bush, que se reuniu hoje na Casa Branca com os principais executivos da General Motors, da Ford e do Grupo Chrysler, reiterou sua certeza de que o álcool pode reduzir de forma considerável a dependência do país em relação ao petróleo.

"Se há um desejo de se reduzir o uso da gasolina, como eu acho que temos que fazer, tanto por razões de segurança nacional como ambientais, o consumidor tem que estar em posição de tomar uma decisão lógica", disse Bush após a reunião.

Os três principais fabricantes de automóveis dos EUA, que atravessam uma grave crise depois de perderem, nos últimos dois anos, mais de US$ 26 bilhões, solicitaram a Bush que o governo federal implementasse políticas de incentivo à produção e distribuição, em todo o país, de combustíveis como o álcool ou o biodiesel.

Os principais empresários do ramo automobilístico explicaram a Bush que Detroit já realizou um considerável esforço econômico e tecnológico para produzir veículos capazes de consumir esses combustíveis, os automóveis chamados flex.

Hoje existem cerca de 6 milhões de veículos nos EUA que podem funcionar com diversas misturas de álcool e gasolina ou biodiesel, mas só há 1.100 bombas de E85 (uma mistura de 85% de álcool e 15% de gasolina) e mil de biodiesel, para um total de 170 mil postos de gasolina.

Após a reunião de 45 minutos, em que também esteve presente o vice-presidente, Dick Cheney, os empresários Rick Wagoner (GM), Alan Mulally (Ford) e Tom LaSorda (Chrysler) reiteraram seu compromisso de aumentar a produção de veículos capazes de utilizar combustíveis alternativos e expressaram seu apoio à "visão" de Bush.

"Do ponto de vista da GM, compartilhamos a visão do presidente e, definitivamente, vemos um caminho para reduzir o consumo de petróleo, reduzir a quantidade de petróleo importado e gerar menores emissões de carbono" afirmou Wagoner. Tanto Mulally como LaSorda manifestaram seu apoio ao tema.

No entanto, em comunicado conjunto, os três fabricantes afirmaram que "para tornar possível esses compromissos, reforçamos ao presidente a necessidade de aumentar os incentivos para produzir e distribuir biocombustíveis".

"Dissemos ao presidente que estamos prontos para liderar, mas necessitamos que o governo e os fornecedores de combustível aumentem a infra-estrutura, para que possamos ter um impacto real", disseram.

Apesar das diferenças, os três fabricantes afirmaram a Bush que estão prontos para que, em 2012, "metade de sua produção anual de veículos" seja capaz de utilizar o E85 ou o biodiesel.

Relação difícil

Apesar dos sorrisos e das palavras de apoio mútuo, até agora a relação entre Detroit e Bush não foi fácil.

A reunião de hoje foi adiada em duas ocasiões pelo presidente americano, apesar da grave crise que afeta os três grupos americanos e que os obrigou a eliminar dezenas de milhares de postos de trabalho.

Em janeiro de 2006, Bush insinuou que a crise dos fabricantes de automóveis era conseqüência de sua incapacidade de fabricar produtos "relevantes" para o consumidor, palavras que aprofundaram o abismo entre a Casa Branca e os produtores de automóveis.

Além disso, o governo Bush quer que sejam modificados os padrões de consumo de combustível das diversas categorias de veículo para torná-los mais econômicos, uma medida a que se opõe ao setor, porque, segundo os produtores, iria lhes custar dezenas de bilhões de dólares. A postura foi criticada por grupos ambientalistas.

A organização Sierra Club afirmou, após a reunião, que "mais uma vez o presidente e o setor não estão proporcionando soluções reais para o aquecimento global, a dependência do petróleo e os elevados preços da gasolina".

"Fazer com que nossos veículos andem mais por cada litro de gasolina é a medida mais importante que podemos tomar", afirmou a entidade.

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