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10/04/2007 - 11h29

Queda do risco-país reflete aposta em melhora da avaliação do Brasil

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

As variações bruscas da taxa de risco-país (que mostra o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro) do Brasil, medidas pelo indicador Embi (do banco JP Morgan), mostram participantes do mercado tentando antecipar a cada vez mais provável melhora na classificação de risco para investimentos globais, avaliam economistas do mercado.

"O mercado tenta antecipar uma 'upgrade' do Brasil, mas ainda não vai ser o 'grau de investimento' [melhor classificação de risco para investimentos], porque não se anteciparia algo que somente deve acontecer daqui a uns dois ou três anos", avalia o economista da corretora Lopez Leon, Flávio Serrano.

A taxa de risco-país do Brasil, por volta das 11h30 de hoje, subia 1,9%, aos 158 pontos. Ontem, esse indicador teve forte queda de 4% e atingiu o piso histórico de 156 pontos no encerramento dos negócios.

Veja o Brasil no ranking de risco dos emergentes.

As agências de classificação de risco pontuam países ou empresas conforme uma escala descrita na forma de letras e sinais matemáticos, que é muito menos volátil que as taxas de risco-país. Hoje, o Brasil é classificado como "BB" por algumas dessas agências. O próximo nível é "BB+", que antecede a classificação "grau de investimento", identificada como "BBB-".

As classificações mostram a percepção dessas agências sobre a capacidade de solvência de países e empresas, num cálculo que leva em conta a situação financeira e a condição fiscal. Serrano lembra que os fundamentos econômicos do Brasil melhoraram nos últimos anos: o saldo comercial teve uma forte expansão, enquanto o nível de endividamento, tanto do governo quanto das empresas, melhorou.

O nível de reservas internacionais do país também atingiu patamares inéditos, o que sustenta um fluxo de capitais constante para o Brasil, porque reduz a "sensibilidade" do país à volatilidade externa: o país tem mais dólares em caixa para fazer frente a crises mundiais.

O estado do mercado internacional também favorece o país: o dinheiro em circulação pelo mundo está muito maior na comparação com poucos anos atrás. Com os principais países desenvolvidos praticando juros muito baixos, e as economias das nações emergentes em melhor situação do que na década passada, ativos de maior risco passaram a atrair mais investidores.

Risco

As taxas de risco-país medidas por grandes bancos internacionais medem, na verdade, a "atratividade" dos ativos desses países emergentes para investidores globais. Quando o risco-país do Brasil melhora, significa também que houve maior procura por ativos brasileiros porque há mais confiança de que o país vai conseguir saldar seus compromissos.

"O Brasil, agora, está muito bem próximo da média dos paises emergentes [em termos de risco-país], aliás, estamos até um pouco abaixo, o que é uma situação inédita, e a tendência é que continue a cair", afirma Serrano.

Para analistas, o que o mercado quer nos próximos meses é ver uma melhora mais consistente na relação da dívida pública sobre o PIB brasileiro (a soma das riquezas produzidas), uma das medidas mais importantes da "saúde financeira" de um país. A média dos países com classificação "BB" de crédito é 35% do PIB, enquanto dos paises do tipo "BBB" está abaixo de 30%.

"Manter um superávit primário prudente e executar uma política para desacelerar a tendência atual dos gastos [públicos] reforçaria a dinâmica favorável dessa dívida, trazendo os números fiscais do Brasil mais próximo dos padrões", avaliou a agência de classificação de risco Standard&Poor's, em relatório recente sobre a situação brasileira.

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