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01/05/2007 - 10h39

Estatais privilegiam festa da CUT, diz Força

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CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo

A Petrobras distribuiu R$ 1 milhão para as comemorações do 1º de Maio de forma desigual entre as centrais sindicais e privilegiou a festa da CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade historicamente ligada ao governo petista e ao presidente Lula. A afirmação é do presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, que vai notificar as empresas a prestar informações dos recursos públicos concedidos a cada central.

As reclamações sobre o repasse de verbas federais às centrais têm ocorrido desde o governo FHC. Na administração tucana, os cutistas é que reclamavam que a Força Sindical recebia verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra de forma privilegiada.

"Há uma desproporção na distribuição de verbas federais para a CUT, que conseguiu recursos até para fazer seus congressos. Para o 1º de Maio, recebemos R$ 250 mil, enquanto a CUT ganhou mais do que o dobro desse valor", afirma.

A Petrobras, por sua vez, informa que o contrato com a CUT prevê o repasse de R$ 600 mil em quatro ações sociais realizadas nas comemorações pelo Dia Internacional da Mulher (que ocorreu em Itaquera, em março), no evento "Rumo ao 1º de Maio" (feito em abril, em Mauá), no Dia da Criança (que será em outubro) e no Dia da Consciência Negra (marcado para novembro). Segundo a estatal, foram repassados R$ 250 mil para a Força e R$ 150 mil para a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores).

"Não há verba da Petrobras para o 1º de Maio. O logotipo com a marca da empresa será colocado na festa em retribuição aos quatro eventos sociais que a estatal patrocinou. Só vamos receber o valor acordado após prestar contas", diz Edílson de Paula, presidente da CUT estadual em São Paulo.

A Caixa Econômica Federal investiu R$ 580 mil nos eventos das três entidades -R$ 300 mil para três comemorações da CUT (em ações de cidadania e na festa de hoje), R$ 200 mil para a Força e R$ 80 mil para a CGT. A instituição informa também que destina recursos para esses eventos porque costumam reunir milhares de trabalhadores, seu público alvo. "A Caixa é o principal banco do trabalhador e opera benefícios ligados a ele, como PIS, seguro-desemprego e FGTS, além de recolher o imposto sindical."

Para o presidente da Força, as verbas deveriam ser distribuídas igualmente entre as entidades ou de acordo com o público de cada evento. "Reunimos 1 milhão de trabalhadores em nosso ato", afirma.

A CUT rebate dizendo que só as ações em Mauá e em Itaquera reuniram cerca de 150 mil pessoas, e que hoje deve reunir perto de 1 milhão. "Paulinho deveria cuidar do seu mandato como deputado federal. Certamente ele vai se destacar na área trabalhista. É com isso que ele deveria se preocupar", diz o dirigente da CUT.

Após ter tentado dois locais sem sucesso para fazer sua festa, a CUT comemora hoje o Dia do Trabalho com um megashow na região central de São Paulo. O local só foi definido na semana passada. A festa da Força acontece na zona norte da cidade, e a da CGT ocorre em Carapicuíba. Os movimentos sociais, o PSTU e a central ligada ao partido, a Conlutas, fazem protesto na praça da Sé.

"A verba das estatais cobre parte de nossos gastos, estimados em R$ 700 mil para fazer a festa, que reúne atrações musicais e sorteio de prêmios. Nossos sindicatos bancam o restante dos custos", diz Canindé Pegado, secretário-geral da CGT. Além dos R$ 230 mil recebidos da Caixa e Petrobras, a central diz que teve patrocínio de R$ 150 mil de Furnas e de R$ 80 mil da Bovespa.

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