Publicidade
Publicidade
17/05/2007
-
18h56
IVONE PORTES
Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online
A incessante queda do dólar em relação ao real ameaça o emprego no Brasil a médio prazo, principalmente nas pequenas e médias empresas com produção voltada para a exportação. A avaliação é do economista-chefe do Iedi, Edgard Pereira (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
"Todos os estudos apontam para uma relação forte entre desvalorização cambial e emprego. Quando a moeda [brasileira] se desvaloriza, o nível de emprego cresce. Quando a moeda se valoriza, como está acontecendo agora [em relação ao dólar], o nível de emprego diminui. Então, cedo ou tarde essa valorização do real sobre o dólar vai se manifestar mais fortemente no nível de emprego", afirmou.
O dólar comercial fechou hoje a R$ 1,953, em leve queda de 0,05% sobre o encerramento dos negócios nesta quarta-feira. No ano, o dólar já caiu cerca de 7%. A queda da divisa norte-americana gera preocupação principalmente nas empresas exportadoras, pois reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Dados divulgadas nesta semana pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) sobre o emprego na indústria paulista já mostram o efeito da queda do dólar nas empresas exportadoras.
É o caso, por exemplo, do segmento de Celulose, Papel e Papelão, que reduziu em 0,48% o número de postos de trabalho em abril. O nível de emprego na indústria de produção de têxteis caiu 0,21% no mês. Apesar destes resultados negativos, no geral, o emprego industrial no Estado cresceu 2,25% em abril, maior percentual mensal da série histórica, sustentado pelo desempenho das empresas voltadas para o mercado interno, principalmente pelo setor sucroalcooleiro.
Segundo Marcelo Villela, diretor da Quest investimentos, para sobreviver à queda do dólar muitas empresas têm cortado custos, o que significa redução de pessoal.
"Algumas delas estão trabalhando com a parte de redução de custos, como Gerdau e Usiminas. Outras estão fazendo investimento no exterior para diminuir a exposição cambial, o que significa a transferência de empregos para outros países", afirmou.
Para o economista-chefe do Iedi, as exportadoras de produtos básicos, como commodities, ainda conseguem sobreviver à queda do dólar. "De certa forma, os preços das commodities ainda compensam a desvalorização da moeda americana em relação ao real. Mas até quando elas conseguem se sustentar, não se sabe."
"Já as indústrias de manufaturados, com uma quantidade maior de trabalho envolvida na produção, não têm muitas saídas, porque os custos salariais são dados pelo mercado de trabalho interno. A alternativa é exportar menos, não exportar, ou se mudar para outros países onde os custos são mais favoráveis."
Com o dólar baixo, Pereira avalia que a tendência é o aumento do consumo de artigos importados. "Como esses produtos acabam ficando mais baratos, aumentam as vendas. Com isso, segmentos de comércio, como os supermercados, vão aumentar o faturamento com a maior comercialização de importados. Isso já está acontecendo. Os fornecedores domésticos é que serão prejudicados, pois vão começar a perder espaço nas prateleiras dos supermercados para os importados."
Leia mais
Empresas ineficientes "morrerão" com câmbio atual, diz ministro
Dólar estabiliza em R$ 1,953; mercado espera queda ainda maior
Para diretor do Ciesp, queda do dólar vai impulsionar demanda por importados
Emprego industrial de SP tem alta recorde puxado por setor sucroalcooleiro
Emprego formal bate recorde histórico em abril, com 301.991 novas vagas
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a cotação do dólar
Leia o que já foi publicado sobre emprego na indústria
Dólar baixo ameaça empregos no Brasil a médio prazo
Publicidade
Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online
A incessante queda do dólar em relação ao real ameaça o emprego no Brasil a médio prazo, principalmente nas pequenas e médias empresas com produção voltada para a exportação. A avaliação é do economista-chefe do Iedi, Edgard Pereira (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
"Todos os estudos apontam para uma relação forte entre desvalorização cambial e emprego. Quando a moeda [brasileira] se desvaloriza, o nível de emprego cresce. Quando a moeda se valoriza, como está acontecendo agora [em relação ao dólar], o nível de emprego diminui. Então, cedo ou tarde essa valorização do real sobre o dólar vai se manifestar mais fortemente no nível de emprego", afirmou.
O dólar comercial fechou hoje a R$ 1,953, em leve queda de 0,05% sobre o encerramento dos negócios nesta quarta-feira. No ano, o dólar já caiu cerca de 7%. A queda da divisa norte-americana gera preocupação principalmente nas empresas exportadoras, pois reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Dados divulgadas nesta semana pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) sobre o emprego na indústria paulista já mostram o efeito da queda do dólar nas empresas exportadoras.
É o caso, por exemplo, do segmento de Celulose, Papel e Papelão, que reduziu em 0,48% o número de postos de trabalho em abril. O nível de emprego na indústria de produção de têxteis caiu 0,21% no mês. Apesar destes resultados negativos, no geral, o emprego industrial no Estado cresceu 2,25% em abril, maior percentual mensal da série histórica, sustentado pelo desempenho das empresas voltadas para o mercado interno, principalmente pelo setor sucroalcooleiro.
Segundo Marcelo Villela, diretor da Quest investimentos, para sobreviver à queda do dólar muitas empresas têm cortado custos, o que significa redução de pessoal.
"Algumas delas estão trabalhando com a parte de redução de custos, como Gerdau e Usiminas. Outras estão fazendo investimento no exterior para diminuir a exposição cambial, o que significa a transferência de empregos para outros países", afirmou.
Para o economista-chefe do Iedi, as exportadoras de produtos básicos, como commodities, ainda conseguem sobreviver à queda do dólar. "De certa forma, os preços das commodities ainda compensam a desvalorização da moeda americana em relação ao real. Mas até quando elas conseguem se sustentar, não se sabe."
"Já as indústrias de manufaturados, com uma quantidade maior de trabalho envolvida na produção, não têm muitas saídas, porque os custos salariais são dados pelo mercado de trabalho interno. A alternativa é exportar menos, não exportar, ou se mudar para outros países onde os custos são mais favoráveis."
Com o dólar baixo, Pereira avalia que a tendência é o aumento do consumo de artigos importados. "Como esses produtos acabam ficando mais baratos, aumentam as vendas. Com isso, segmentos de comércio, como os supermercados, vão aumentar o faturamento com a maior comercialização de importados. Isso já está acontecendo. Os fornecedores domésticos é que serão prejudicados, pois vão começar a perder espaço nas prateleiras dos supermercados para os importados."
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice