Vendas da indústria garantem alta de pelo menos 3,2% em 2008, diz CNI

A expansão da indústria de transformação já é suficiente para garantir o crescimento do setor em 2008. Esse desempenho será possível porque os fatores que estimularam o bom desempenho do setor neste ano estarão presentes no próximo ano: aumento da massa de salário, gasto público e elevação do nível de crédito. A avaliação é da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que calcula que as vendas irão crescer 3,2% apenas com o chamado "efeito carregamento" de 2007.

"O ano de 2008 já vai começar embalado. A taxa de crescimento vai ser beneficiada pelo efeito carregamento", afirmou Paulo Mol, da Unidade de Política Econômica da CNI.

Nos primeiros dez meses do ano, as vendas da indústria acumulam uma alta de 4,9%. Só em outubro o crescimento de 8,2% na comparação com o mesmo mês de 2006 e de 0,3% em relação a setembro. Isso faz com que a CNI aposte que o quarto trimestre será o melhor do ano e que o resultado de 2007 será próximo ao de 2004, quando as vendas cresceram 5,4% --maior valor da série iniciada em 2003.

Segundo Mol, o desempenho desse ano terá efeito no próximo ano. Esse "efeito carregamento" fará com que mesmo com uma estabilidade a partir de agora, o crescimento das vendas reais em 2008 será de pelo menos 3,2%.

Além disso, ele lembro que os três fatores que determinaram o crescimento neste ano estarão presentes em 2008 --segundo ele, o setor vive um ciclo virtuoso. Isso porque o aumento da atividade cria novos postos de trabalho o que, conseqüentemente, aumenta a renda da população que consome mais. Com maior consumo, a indústria precisa produzir mais.

As horas trabalhadas na produção, que é o indicador sobre a produtividade das empresas, cresceram 6,3% em outubro e 3,9% no ano. Para a CNI, essa expansão é expressiva em relação às verificadas nos meses anteriores e indica uma maior produção de bens. Já o nível de pessoal empregado apresentou alta de 6% em outubro e 3,7% no ano.

No mês de maior atividade, a indústria de transformação bateu recorde em outubro. A utilização da capacidade instalada (UCI), que é o uso de máquinas e equipamentos disponíveis, chegou a 84,3% --o nível mais elevado já registrado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). No mês anterior, o índice estava em 82,9% e em 82,1% no mesmo mês do ano passado.