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02/01/2008 - 20h48

Mercado abre 2008 com preço recorde do petróleo e Bolsas em queda

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O mercado financeiro abriu o ano de 2008 de forma tumultuada: a cotação do petróleo atingiu níveis recordes, as Bolsas de Valores amargaram perdas enquanto o Federal Reserve (o banco central dos EUA) admitiu que está preocupado com a economia americana.

Desde o ano passado, analistas comentaram a possibilidade do petróleo atingir a marca dos US$ 100, um número simbólico que assombrou relatórios de vários bancos e corretoras no decorrer de 2007. Hoje, um acúmulo de más notícias finalmente levou os preços da commodity aos seus níveis mais altos em anos, em meio a uma onda de violência na Nigéria e os temores de um novo descenso das reservas americanas da commodity.

Na Nymex (Nova York), o barril do petróleo cru para entrega em fevereiro subiu US$ 3,64 e foi cotado a US$ 99,62, no encerramento dos negócios em Nova York.

Na praça londrina, o preço do barril tipo Brent (Mar do Norte) também disparou. A cotação do barril, no contrato de fevereiro, chegou a US$ 97 no fechamento, após atingir a cotação histórica de US$ 98 no decorrer da sessão.

"O que pode ter acelerado a ascensão dos preços são os recentes acontecimentos geopolíticos. Depois do Paquistão, os problemas da Nigéria contribuíram para aumentar o nervosismo do mercado", afirmou Didier Houssin, da AIE (Agência Internacional de Energia).

No final de 2007, o mercado financeiro global reagiu com nervosismo à morte da ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto. Apesar do Paquistão não ser um importante produtor de petróleo, possui grande importância geopolítica numa área em que se concentram alguns dos principais fornecedores mundiais da commodity.

As Bolsas de Valores reagiram à altura da importância da notícia. Da Europa ao continente americano, os principais pregões registraram fortes quedas. Em Paris, o índice CAC-40 sofreu baixa de 1,13%, aos 5.550 pontos. Em Londres, o FTSE-100 teve perdas de 0,62% e alcançou os 6.416 pontos.

As piores baixas, no entanto, foram registradas nos EUA. O Dow Jones Industrial, o índice mais importante de Wall Street, caiu 1,67%, para os 13.043 pontos. O índice tecnológico Nasdaq apresentou baixa de 1,60%, aos 2.609 pontos. O seletivo S&P 500, que reúne as 500 principais empresas cotadas em Wall Street, retraiu 1,44%, para 1.447 pontos.

A Bolsa brasileira não escapou incólume. O índice Ibovespa cedeu 1,68%, aos 62.815 pontos.

A disparada do petróleo não foi a única notícia que assustou o mercado nesta quarta-feira. A economia americana ainda assombrou os investidores, com números frustrantes vindos do setor industrial.

O influente indicador ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) mostrou que o nível de atividade industrial desacelerou. O índice teve um resultado de 47,7 pontos, abaixo do resultado de 50,8 em novembro. Pelos critérios da pesquisa do ISM, uma leitura abaixo de 50 indica contração. O número de dezembro interrompeu uma seqüência de dez meses consecutivos de alta do indicador ISM.

Fed

E no final da tarde, mais uma notícia preocupante, com a revelação do conteúdo da ata do Federal Reserve (banco central dos EUA), relativa à reunião do dia 11 de dezembro. Na última reunião de 2007, a autoridade monetária rebaixou os juros para 4,25% ao ano. A ata de hoje trouxe maiores detalhes sobre os motivos que sustentaram a decisão da autoridade monetária americana.

A ata mostrou que os integrantes do Fed estavam temerosos sobre o risco de desaquecimento da economia americana. A crise dos créditos "subprime" pode resultar "mais grave e mais prolongada do que parecia em outubro", mês em que realizou a penúltima reunião do ano.

"O comitê concordou em permanecer excepcionalmente alerta ao desenvolvimento dos indicadores econômicos e financeiros, bem como seus efeitos sobre o cenário [econômico], e que os membros estariam preparados para ajustar a direção da política monetária se os prognósticos de crescimento ou inflação piorarem", avaliou a equipe de integrantes.

CPMF

O governo divulgou hoje as primeiras medidas para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira), uma providência esperada há semanas pelo mercado financeiro. A Fazenda optou por elevar a alíquota do IOF (Imposto sobre Operação Financeiro) e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), algo relativamente aguardado pelos analistas.

O Executivo também decidiu reduzir as despesas de custeio e investimento dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em R$ 20 bilhões.

"Pelo lado fiscal, o pacote foi positivo visto que ameniza o quadro potencial de desequilíbrio das contas públicas no curto e médio prazo", avaliou a equipe de analistas da consultoria Austin Rating, que ressalvou: "ficou aquém das expectativas, visto que não atingiu de forma efetiva importantes despesas com gastos correntes como, por exemplo, redução do quadro de pessoal com cargos comissionados".

 

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