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14/10/2002 - 13h29

Copom realiza reunião extraordinária; juros podem subir

SANDRA MANFRINI
IVONE PORTES
da Folha Online, em Brasília e SP

O Copom (Comitê de Política Monetária) realiza agora reunião extraordinária. O Banco Central não informou o motivo da convocação da reunião.

Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira (a Selic) está em 18% ao ano, sem tendência de baixa ou de alta.

Quando não há essa indicação de tendência da taxa, mas o BC vê necessidade de alterar a taxa de juro antes da reunião mensal do Copom, é necessário fazer uma reunião extraordinária.

A reunião mensal ordinária do Copom está agendada para acontecer no dias 22 e 23 deste mês. A última reunião extraordinária ocorreu em outubro de 1998, antes da gestão do atual presidente do BC, Armínio Fragra, e foi convocada para aumento dos juros.

Na sexta-feira, o mercado já cogitava a possibilidade de um aumento no juro básico da economia, caso as medidas anunciadas pelo Banco Central para reduzir a volatilidade do mercado financeiro, principalmente do câmbio, não surtissem o efeito desejado. A afirmação foi feita pelo analista do banco Prosper, Gustavo Alcântara.

Essa perspectiva elevou na sexta-feira as projeções das taxas de juros futuros negociadas na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No vencimento mais curto, de novembro deste ano, por exemplo, a taxa passou de 18,55% ao ano, ontem, para 18,93%, hoje. A projeção para dezembro subiu de 19,59% para 20,10% ao ano. Os juros negociados para janeiro de 2003 aumentaram de 20,95% para 21,16%.

''Estamos em um momento crucial. Ou as coisas vão ficar muito pior, ou vão melhorar bastante. Torço para melhorar'', disse o analista.

Alcântara considerou ''boas'' as medidas tomadas pelo BC. Ele acredita, porém, que elas poderão reduzir as aplicações dos bancos em alguns ativos, como em Bolsa de Valores, por exemplo.

''As medidas diminuem a alavancagem do sistema como um todo. Ou seja, reduzem o dinheiro na mão dos bancos, que podem deixar de aplicar em alguns ativos para manter aplicações em dólar'', disse.

''O BC utilizou um arsenal grande e a parte do mercado que não está comprada [que aposta na queda do dólar] espera que a iniciativa dê certo'', acrescentou.

A autoridade monetária elevou na sexta as alíquotas adicionais de recolhimento do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo de 3% para 8%, e dos depósitos de poupança de 5% para 10%.

Além disso, o BC ampliou as exigências para o mercado financeiro operar com dólar. O limite máximo de exposição cambial das instituições financeiras, que era de 60%, cai para 30%. Ou seja, os bancos só podem estar expostos ao risco cambial até o limite de 30% do seu patrimônio.

O BC ampliou também a exigência de capital próprio das instituições para operação com dólar. No início desta semana, o BC já havia ampliado a exigência de capital para operações com câmbio de 50% para 75%. Hoje, o BC decidiu elevar a exigência para 100%. Isso significa que as instituições terão que ter 100% do valor da sua exposição cambial em capital próprio em reais.

Para o analista de câmbio da corretora Liquidez, Mário Paiva, as medidas anunciadas são oportunas.

''Algo tinha que ser feito. A iniciativa do BC está corretíssima e foi tomada na hora certa e na medida certa'', disse Paiva.

A queda de mais de 6% na cotação do dólar logo após o anúncio das medidas, segundo Paiva, já mostra que a iniciativa da instituição foi positiva. A moeda fechou hoje com desvalorização de 4,26%, a R$ 3,82.

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