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24/10/2002
-
18h55
da Agência Folha
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (sem partido), retomou o processo de privatização do Banestes (Banco do Estado do Espírito Santo), a menos de três meses do final de seu mandato.
A equipe de transição do governador eleito, Paulo Hartung (PSB), que é contra a privatização, foi pega de surpresa com a publicação do edital de abertura do processo, no último dia 14.
O governo apostou na desarticulação da Assembléia Legislativa, que havia aprovado em primeiro turno, em agosto, emenda constitucional barrando o processo de privatização.
Para virar lei, a emenda precisava ser aprovada em segundo turno. Como somente dez deputados da atual legislatura foram reeleitos, não haveria mobilização na Casa para barrar novamente a venda do Banestes.
O recuo da Assembléia, no entanto, se deu em outros moldes. O presidente da Casa, José Carlos Gratz (PFL), que antes era contra a privatização, agora é a favor. A emenda constitucional nem será posta em votação. Gratz é adversário político de Hartung.
O assessor de comunicação da Secretaria da Fazenda, Eustáquio Palhares, afirmou que o processo não chegou a ser interrompido.
"O que aconteceu foi que em janeiro a Assembléia votou uma PEC (proposta de emenda constitucional) permitindo ao Estado privatizar o Banestes. Depois, em agosto, votou em primeiro turno uma PEC restabelecendo a situação anterior."
Para Palhares, a retração da Casa só pode ser explicada por motivos políticos, "por alguns acordos que certamente não foram cumpridos". Questionado se agora o governo do Estado fez algum tipo de de acordo com a Casa, Palhares disse que houve "entendimento e negociações nesse sentido".
O presidente da Assembléia afirmou que se o atual governo não concluir o processo de privatização ele colocará em votação a PEC para impedir a venda do banco.
"Até 31 de janeiro tenho força política para aprovar a emenda e evitar que o futuro governador faça demagogia. Ele diz que é contra mas, no íntimo, quer a privatização. O Banestes representa 21% da dívida do Estado", disse Gratz.
O coordenador de programas de governo de Hartung, César Vasquez, afirmou, durante a campanha, que a privatização do Banestes não era necessária porque foi feito um saneamento financeiro no banco.
"Vamos profissionalizar ao máximo a gestão do Banestes. O que ele não pode ser é gerador de déficit para o Estado, mas isso se resolve com uma boa administração", disse ele. O leilão do banco está previsto para o dia 12 ou 17 de dezembro. O senador Paulo Hartung não retornou as ligações da Agência Folha.
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Espírito Santo retoma privatização do banco Banestes
Espírito Santo retoma privatização do banco Banestes
FERNANDA KRAKOVICSda Agência Folha
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (sem partido), retomou o processo de privatização do Banestes (Banco do Estado do Espírito Santo), a menos de três meses do final de seu mandato.
A equipe de transição do governador eleito, Paulo Hartung (PSB), que é contra a privatização, foi pega de surpresa com a publicação do edital de abertura do processo, no último dia 14.
O governo apostou na desarticulação da Assembléia Legislativa, que havia aprovado em primeiro turno, em agosto, emenda constitucional barrando o processo de privatização.
Para virar lei, a emenda precisava ser aprovada em segundo turno. Como somente dez deputados da atual legislatura foram reeleitos, não haveria mobilização na Casa para barrar novamente a venda do Banestes.
O recuo da Assembléia, no entanto, se deu em outros moldes. O presidente da Casa, José Carlos Gratz (PFL), que antes era contra a privatização, agora é a favor. A emenda constitucional nem será posta em votação. Gratz é adversário político de Hartung.
O assessor de comunicação da Secretaria da Fazenda, Eustáquio Palhares, afirmou que o processo não chegou a ser interrompido.
"O que aconteceu foi que em janeiro a Assembléia votou uma PEC (proposta de emenda constitucional) permitindo ao Estado privatizar o Banestes. Depois, em agosto, votou em primeiro turno uma PEC restabelecendo a situação anterior."
Para Palhares, a retração da Casa só pode ser explicada por motivos políticos, "por alguns acordos que certamente não foram cumpridos". Questionado se agora o governo do Estado fez algum tipo de de acordo com a Casa, Palhares disse que houve "entendimento e negociações nesse sentido".
O presidente da Assembléia afirmou que se o atual governo não concluir o processo de privatização ele colocará em votação a PEC para impedir a venda do banco.
"Até 31 de janeiro tenho força política para aprovar a emenda e evitar que o futuro governador faça demagogia. Ele diz que é contra mas, no íntimo, quer a privatização. O Banestes representa 21% da dívida do Estado", disse Gratz.
O coordenador de programas de governo de Hartung, César Vasquez, afirmou, durante a campanha, que a privatização do Banestes não era necessária porque foi feito um saneamento financeiro no banco.
"Vamos profissionalizar ao máximo a gestão do Banestes. O que ele não pode ser é gerador de déficit para o Estado, mas isso se resolve com uma boa administração", disse ele. O leilão do banco está previsto para o dia 12 ou 17 de dezembro. O senador Paulo Hartung não retornou as ligações da Agência Folha.
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