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20/06/2009 - 11h06

Empresa de mudança quebra nos EUA e prejudica brasileiros

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ANDREA MURTA
da Folha de S.Paulo, em Nova York
VERENA FORNETTI
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Depois de oito anos nos EUA, Sergio Kaltenbacher, 65, voltou para o Brasil no ano passado. Mas continua esperando duas caixas de objetos pessoais --incluindo fotos, eletrodomésticos e roupas-- que enviou antes de chegar a Campinas (SP). "Há lembranças de nossa filha, genro e netos, que só Deus sabe quando veremos de novo. Anos de lutas se perderam", afirma.

Kaltenbacher é um dos brasileiros que perderam objetos enviados ao Brasil quando empresas de mudanças quebraram nos EUA, atribuindo as dificuldades à crise.

No caso dele, a empresa é a Adonai Express Moving. A firma está envolvida em um escândalo: anunciou a falência, não oficializada na Justiça, e deixou de entregar quase 60 contêineres com caixas de brasileiros, quase todos estocados atualmente no porto de Santos e sob risco de serem leiloados.

Os clientes se organizam para entrar na Justiça e contataram a Procuradoria Geral de Massachusetts, um dos Estados com mais gente afetada.

"A última notícia que tive foi em dezembro, de que as caixas estariam no porto de Santos", disse Kaltenbacher. "Depois, só informações desencontradas."

Benjamin Burstein, 48, está na mesma situação. Em janeiro, enviou 20 caixas com tudo o que acumulou nos 21 anos em que viveu nos EUA. "Tenho um apartamento inteiro retido no porto de Santos." Para reaver os pertences, está disposto a pagar mais do que os US$ 3.000 já entregues à Adonai.

Gastar mais é provavelmente a única esperança de recuperar os objetos. A empresa que assumiu a entrega das caixas da Adonai, chamada International Express Moving, cobra agora cerca de US$ 100 por volume para liberar o material, apesar de o envio já ter sido pago uma vez. Segundo a Adonai, quando o acordo foi feito havia 57 contêineres com, em média, 170 caixas em cada (totalizando 9.690 caixas) em Santos. A IEM diz que seis contêineres foram descarregados desde então.

Segundo um dos diretores da IEM, Moacir Sant'Anna, a nova cobrança é necessária para pagar dívidas que a Adonai deixou no porto e em distribuidoras nacionais. "Não posso arcar com o prejuízo. Não sabia o tamanho das dívidas quando negociei com a Adonai para assumir a clientela. Agora todos terão de ajudar, ou não terei alternativa a não ser leiloar as caixas", disse à Folha.

Pagamento a mais

A Adonai, porém, diz não concordar com o pagamento extra. "Nada disso foi discutido no acordo. Se era para cobrar de novo, eu mesmo faria a distribuição", afirmou Paulo Pepe Araújo, diretor da firma.

Ele diz também que Sant'Anna conhecia a situação da empresa quando fez o negócio. "Seria muita infantilidade pensar que alguém faz um acordo sem saber no que está entrando. Ele foi informado de tudo."

Esse é apenas um dos pontos obscuros na negociação, além da incerteza sobre o paradeiro dos objetos e das suspeitas que recaíram sobre as empresas por parte dos clientes.

Araújo e Sant'Anna foram sócios no passado, no momento da fundação da Adonai, mas negam que haja qualquer intenção de lesar os clientes com as cobranças imprevistas.

O diretor da Adonai diz que, com a crise, não houve outra alternativa senão entrar com a falência. "Passei os últimos quatro meses tentando todas as possibilidades. E agora sou vítima de boataria sem fim."

Comentários dos leitores
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nao se deixem enganar pela propaganda, os EUA quebraram pois o governo nao teve controle dos especuladores, eles ficaram milionarios correndo riscos com dinheiro do imposto.
O Brasil nao teve problemas porque os bancos nao precisaram correr risco nenhum tiveram lucro usando dinheiro do governo com alto juros aprovado pelo governo, mas como os custos em geral estao crescendo muito impulsionado por propagandas suspeitas, quem pode quebrar no Brasil e a classe media pois nao terao $$ para pagar o alto custo dos servicos de crecdito brasileiro.
Portanto olho vivo nao se deixem individar por propagandas enganosas...a coisa pode quebrar, temos que ter o pe no cha.
sem opinião
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JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
OS GRANDES SETORES, NACIONAIS OU ESTRANGEIROS), BANCOS, ESTATAIS (PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICVA FEDERSAL), AMBEV, AUTOMOTIVA, ALIMENTCIA, E MUITAS OUTROS, NESSE PÁIS MANDAM E DESMADAM, GANHAM QUANTO QUEREM. QUESTIONA-SE, SERÁ QUE UM PAIS DO PRIMEIRO MUNDO TERIAM TANTO LUCRO ASSIM SEM DAR NADA EM TROCA PARA A POPUÇÃO? E A PETROBRAS,O SOGAN "O PETROLEO É NOSSO", NOSSO DE QUEM? TEMOS UM DAS GASOLINAS MAIS CARA DO MUNDO. E O CAIXA PRETO DA PETROBRAS? VIVA O LULA. sem opinião
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Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
A respeito da volta da cobrança do ipi. É por demais conhecida a alta carga trkibutária brasileira, assim como esta redução de preços, aos trabalhadores de salários baixos e buscando melhorias que possam lhes dar mais capacidade de consumo, a não repassar a volta da taxação do ipi seria uma retribuição aos beneficios recebidos, um empenho em prol de ganhos de escala. Consumidor brasileiro que paga preços altos quando comparado aos praticados em diversos países, históricamete tem sido assim. No pós estouro de manada, crise no país da maior econômia do mundo e diversos outros paises, muitas industrias tiveram boas vendas e lucros aqui, graça ao interese do consumidor brasileiro, esta hora, a da volta do ipi, seria oportuno que os industriais continuassem praticando os preços atuais, beneficiando o consumidor, e permitido que esles possam ter bons lucros em ganho de escala, dada as pespectivas, e nivel de poder econômico do consumidor. Certo é que mesmo sem majoração dos preços, mesmo assim os preços ainda estarão maiores ao praticado em muitos outros países, inclisive aos de origem de algumas industrias, lá estão tendo quedas de vendas e até enfretam falta de rentabilidade...... 2 opiniões
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