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24/04/2003 - 18h17

Fusão TAM-Varig será 1º escândalo do governo Lula, diz especialista

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

O sócio gestor da GGR _empresa especializada em fusões e aporte de capital_, Bruno Rocha disse que a concretização da operação da fusão TAM-Varig será o primeiro grande escândalo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A GGR foi contratada no ano passado pela Apvar (Associação dos Pilotos da Varig) para elaborar um plano de reestruturação da companhia aérea.

"Essa fusão não vai acontecer. Mas se acontecer será o primeiro escândalo do governo Lula, um governo em que eu acreditei e votei. Pois essa fusão só pode acontecer se for por meio da negociata", disse Rocha para a Folha Online por telefone.

Segundo ele, só existem duas possibilidades da fusão ocorrer: da forma correta ou por meio da negociata.

"Pela forma correta, a TAM fica com a marca da Varig, rotas, aviões e assume suas dívidas. Desse jeito, a TAM não vai querer a fusão. Pela negociata, a TAM só fica com a parte boa da Varig e o governo assumirá a parte podre", afirmou o sócio-gestor da GGR.

Casamento perigoso

A União dos Aeroviários do Brasil encaminhou um documento hoje enumerando uma série de irregularidades na proposta de fusão ou incorporação da Varig pela TAM, que está sendo elaborada pelo Banco Fator.

Entre os problemas da operação estaria os benefícios que a TAM receberia com a operação. Um dos benefícios seria o aproveitamento de quatro aeronaves Airbus 330 que estariam ociosas pelo enxugamento das rotas internacionais.

Com o casamento com a Varig, líder brasileira no transporte aéreo internacional, a TAM teria uma forma de aproveitar os quatro aviões que estariam ociosos.

"É muito estranho a aquisição de nove aviões A 330 que são usados mais em vôos internacionais. Como a TAM só voa para Miami, Buenos Aires e Paris, três seriam suficientes", diz o documento da União dos Aeroviários do Brasil.

Segundo o documento, a compra dos novos A 330 foi uma "decisão premeditada da TAM que pretende se apoderar das rotas internacionais da Varig".

A TAM nega todas as acusações. Segundo a companhia aérea, a companhia possui nove A 330, sendo que cinco estão sendo utilizados nas rotas internacionais em operação.

Outros dois seriam aproveitados em vôos para a China, que foram cancelados por conta da pneumonia asiática. Os outros dois A 330 serão utilizados em rotas que estão em negociação pela empresa.

Segundo a TAM, os quatro A 330 que sobram "não estão totalmente ociosos", pois são aproveitados em rotas especiais de alta temporada de verão e inverno e nos feriados.

Noiva misteriosa

O novo conselheiro administrativo da FRB-Par, Gilmar Carneiro, disse hoje que o "namoro" entre a TAM e a Varig está "evoluindo e pode até virar um casamento".

O novo conselheiro _que assumiu o posto na semana passada_ tem bom trânsito dentro do governo federal. Além de integrar o conselho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carneiro é um dos fundadores do PT e da CUT.

Para haver casamento, Carneiro reivindica que o Banco Fator _responsável pela elaboração do modelo de fusão_ forneça mais detalhes sobre a operação.

"Não podemos casar duas empresas sem saber todos as informações da noiva. Todo mundo já conhece os números da Varig. Mas da TAM, que é a noiva, ninguém fala nada", disse Carneiro.

Segundo ele, a FRB-Par precisa saber qual será a participação da Varig na nova companhia que será criada para poder assinar o acordo de fusão com a TAM.

"Queremos saber se é união de operações ou a incorporação da Varig pela TAM. Pois se for esta última alternativa, além de perdermos participação acionária, a Varig ainda corre o risco de ser dissolvida", afirmou Carneiro.

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