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07/07/2003 - 10h58

Dólar sobe mais de 1% com temor de menor rolagem de dívida

DENYSE GODOY
da Folha Online

A expectativa de que o Banco Central renove nesta semana menor parcela da dívida cambial que vence em 17 de julho e assim intervenha indiretamente no câmbio para elevar as cotações do dólar comercial provoca nervosismo no mercado. A moeda norte-americana registra alta de 1,02%, vendida a R$ 2,869 --seu maior valor em mais de uma semana.

O BC tem diminuído gradualmente a porcentagem da dívida renovada --desde que anunciou que não mais rolaria integralmente os contratos, no final de maio, realizou uma operação em que a parcela renovada foi de 95%, depois caiu para 90%, e na última chegou a apenas 67,5%.

A autoridade monetária aproveita que o fluxo de entrada de recursos captados por empresas brasileiras no exterior se mantém elevado para diminuir seu endividamento cambial.

Entende-se também que essa é uma forma de intervenção no câmbio pois os investidores que detêm os títulos eventualmente não renovados como forma de "hedge" (proteção contra oscilações da moeda) devem procurar outra maneira de se proteger, como comprar dólares no mercado à vista e futuro.

Na quinta-feira, começa a operação para rolagem dos US$ 2,719 bilhões que vencem no dia 17. A pressão sobre as cotações da moeda norte-americana aconteceria na data de liquidação dos contratos mas bancos e empresas, antecipando-se à possível apreciação cambial, correm hoje para comprar.

O dólar paralelo está cotado em R$ 2,95 e o turismo sobe 1,02%, para R$ 2,95.

O comercial futuro (agosto) avança 0,90%, para R$ 2,911.

Balança

A diminuição do superávit da balança comercial brasileira na primeira semana de julho mostra que a acentuada queda do dólar pode estar começando a prejudicar as exportações do país. Desde que as cotações da moeda norte-americana caíram para menos de R$ 3 os exportadores alertam para a possibilidade de desaceleração do setor.

Esse seria o principal motivo que poderia levar o BC a tentar segurar o dólar.

Dos dias 1 a 6 deste mês, o saldo positivo foi de US$ 346 milhões, resultado 28% inferior ao registrado no mesmo período de junho, US$ 483 milhões. Entretanto, a primeira semana de junho teve um dia útil a mais do que a primeira de julho.

Risco e dívida

Outro fator de estresse para o mercado financeiro nesta segunda-feira é a elevação de 2,75% do risco-país, para 821 pontos.

O C-Bond, principal título da dívida externa do país, é negociado a 86,938% do valor de face, em baixa de 0,78%. O título iniciou trajetória de desvalorização na semana passada, quando o aumento dos juros pagos pelos "treasuries" (títulos do Tesouro norte-americano) começou a aumentar e atrair mais investidores, os quais preferem os títulos dos EUA aos brasileiros.

Inflação

Nesta semana, todas as atenções estarão voltadas aos índices de inflação a serem divulgados, os quais, se apontarem queda dos preços --como espera o mercado-- podem fundamentar um corte na Selic, a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 26% ao ano, neste mês. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sai na quarta-feira, dia 16.

Amanhã a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulga a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) do mês de julho. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também informa o índice de produção industrial do país, que da mesma forma pode justificar redução dos juros se mostrar que a economia continua desaquecida.

O indicador mais importante sai na quarta-feira. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE, é o índice oficial de inflação.

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