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29/07/2003
-
00h05
da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) considera a privatização do Sistema Telebrás um dos grandes sucessos do seu governo e "um bom negócio para o Tesouro."
Segundo FHC, o governo vendeu as empresas no momento certo, antes da crise mundial enfrentada pelo sistema de telefonia. Durante palestra realizada no último sábado, ele citou os números sobre as ações dessas empresas na Bolsa de Valores, que valem hoje 20% do que valiam na época da privatização, e sobre o aumento no número de aparelhos.
"Entre fixos e celulares nós devemos ter hoje entre 75 e 80 milhões de telefones. Temos um telefone para cada 2,8 habitantes. Há dez anos nós tinhamos um para cada 12", afirmou FHC em palestra realizada neste sábado, em Ribeirão Preto (SP). "O governo vendeu naquela ocasião porque ele não tinha mais dinheiro para investir. O sistema estava parado."
O ex-presidente também defendeu as agências regulatórias criadas nos seu governo, dando como exemplo a atuação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que esteve envolvida recentemente na disputa sobre o reajuste de tarifas do seu setor.
Segundo ele, as afirmações de que o IGP-DI foi utilizado como indicador para o reajuste das tarifas para favorecer as empresas de telefonia tem objetivos políticos, e não são verdadeiras.
"Quem poderia imaginar que o indicador que naquele época era o mais baixo [o IGP-DI] ia se tornar o mais alto depois. Além disso, os indicadores no tempo convergem. O que hoje é alto, amanhã é baixo. Mas do ponto de vista político, você pega o momento que está alto e diz que usaram esse indicador para favorecer. Não, dá no mesmo", disse o ex-presidente.
Ele disse concordar que a tarifa é alta, mas afirmou que as empresas estão fazendo investimentos e que, depois de cinco anos de privatização do Sistema Telebrás, há um telefone para cada três brasileiros contra uma taxa de 1 para 12 em 1998.
"As empresas tiveram de investir muito e quem controla isso é a Anatel. A agência foi criada para não acontecer no Brasil e o que aconteceu em muitos países: as pessoas vêm, compram o patrimônio público e depois não investem", afirmou.
FHC disse que a agência serve de exemplo por ter defendido nestes anos, ao mesmo tempo, o interesse de quem investe e do consumidor.
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Privatização da Telebrás "foi um bom negócio", diz FHC
EDUARDO CUCOLOda Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) considera a privatização do Sistema Telebrás um dos grandes sucessos do seu governo e "um bom negócio para o Tesouro."
Segundo FHC, o governo vendeu as empresas no momento certo, antes da crise mundial enfrentada pelo sistema de telefonia. Durante palestra realizada no último sábado, ele citou os números sobre as ações dessas empresas na Bolsa de Valores, que valem hoje 20% do que valiam na época da privatização, e sobre o aumento no número de aparelhos.
"Entre fixos e celulares nós devemos ter hoje entre 75 e 80 milhões de telefones. Temos um telefone para cada 2,8 habitantes. Há dez anos nós tinhamos um para cada 12", afirmou FHC em palestra realizada neste sábado, em Ribeirão Preto (SP). "O governo vendeu naquela ocasião porque ele não tinha mais dinheiro para investir. O sistema estava parado."
O ex-presidente também defendeu as agências regulatórias criadas nos seu governo, dando como exemplo a atuação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que esteve envolvida recentemente na disputa sobre o reajuste de tarifas do seu setor.
Segundo ele, as afirmações de que o IGP-DI foi utilizado como indicador para o reajuste das tarifas para favorecer as empresas de telefonia tem objetivos políticos, e não são verdadeiras.
"Quem poderia imaginar que o indicador que naquele época era o mais baixo [o IGP-DI] ia se tornar o mais alto depois. Além disso, os indicadores no tempo convergem. O que hoje é alto, amanhã é baixo. Mas do ponto de vista político, você pega o momento que está alto e diz que usaram esse indicador para favorecer. Não, dá no mesmo", disse o ex-presidente.
Ele disse concordar que a tarifa é alta, mas afirmou que as empresas estão fazendo investimentos e que, depois de cinco anos de privatização do Sistema Telebrás, há um telefone para cada três brasileiros contra uma taxa de 1 para 12 em 1998.
"As empresas tiveram de investir muito e quem controla isso é a Anatel. A agência foi criada para não acontecer no Brasil e o que aconteceu em muitos países: as pessoas vêm, compram o patrimônio público e depois não investem", afirmou.
FHC disse que a agência serve de exemplo por ter defendido nestes anos, ao mesmo tempo, o interesse de quem investe e do consumidor.
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