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08/01/2004
-
11h04
ELAINE COTTA
da Folha Online
Uma troca de C-Bonds por outros títulos da dívida pública brasileira --como os Globais, por exemplo-- só seria aceita pelos investidores se o governo fizesse uma "ótima" oferta ao mercado. Isso porque os C-Bonds são considerados uns dos melhores títulos para se trabalhar, segundo analistas.
A alta liquidez, a boa remuneração e o fato do papel ser conhecido no mercado internacional --o que ajuda na hora de fazer transações rápidas--são algumas das vantagens.
"O C-Bond é o título mais líquido que tem, fácil de trabalhar. Alguns investidores no mercado internacional, inclusive, o usam para fazer 'hedge' (proteção) de outros títulos emergentes", afirma o analista de dívida da consultoria Global Invest, Fernando Bau.
Para o governo, seria vantajoso recomprar ou substituir o C-Bond por outro título e redistribuir os vencimentos. Isso ajudaria o país a se livrar da amortização de capital que começa em 15 de abril deste ano.
Nesse dia, o governo paga a primeira parcela, de US$ 310 milhões, segundo dados da consultoria Global Invest.
Em julho do ano passado, o governo tentou trocar C-Bonds pelos Globais 2011, mas a operação fracassou pois teve uma demanda muito menor do que a esperada. O C-Bond vence em 2014. A intenção do governo, agora, seria alongar a dívida com C-Bond e ofertar também títulos com prazo maior que 2014.
Para os analistas, o mercado até aceitaria trocar os papéis por títulos com vencimento maior --depois de 2014. Mas, para isso, seria necessário o governo oferecer um papel com taxas de juros maiores que as pagas atualmente pelo C-Bond.
Apesar de ser um título com alta liquidez no mercado, o C-Bond paga um "spread" (taxa de risco adicional cobrada no mercado financeiro internacional) maior que outros títulos da dívida brasileira. Isso porque o C-Bond é um título que foi criado para reestruturar uma dívida anterior, que o governo não tinha como pagar.
Só para exemplificar, o spread pago pelo C-Bond, que vence em 2014, varia em torno dos 430 pontos básicos, valor maior que o Global 30, que vence em 2030, que paga 420 pontos básicos. O spread do Global 2010, por exemplo, é de 300 pontos básicos.
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C-Bond supera os 100% do valor de face; Bolsa sobe e dólar cai
Saiba mais sobre o C-Bond, principal título da dívida brasileira
Mercado só trocaria C-Bond com "ótima" oferta do governo
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da Folha Online
Uma troca de C-Bonds por outros títulos da dívida pública brasileira --como os Globais, por exemplo-- só seria aceita pelos investidores se o governo fizesse uma "ótima" oferta ao mercado. Isso porque os C-Bonds são considerados uns dos melhores títulos para se trabalhar, segundo analistas.
A alta liquidez, a boa remuneração e o fato do papel ser conhecido no mercado internacional --o que ajuda na hora de fazer transações rápidas--são algumas das vantagens.
"O C-Bond é o título mais líquido que tem, fácil de trabalhar. Alguns investidores no mercado internacional, inclusive, o usam para fazer 'hedge' (proteção) de outros títulos emergentes", afirma o analista de dívida da consultoria Global Invest, Fernando Bau.
Para o governo, seria vantajoso recomprar ou substituir o C-Bond por outro título e redistribuir os vencimentos. Isso ajudaria o país a se livrar da amortização de capital que começa em 15 de abril deste ano.
Nesse dia, o governo paga a primeira parcela, de US$ 310 milhões, segundo dados da consultoria Global Invest.
Em julho do ano passado, o governo tentou trocar C-Bonds pelos Globais 2011, mas a operação fracassou pois teve uma demanda muito menor do que a esperada. O C-Bond vence em 2014. A intenção do governo, agora, seria alongar a dívida com C-Bond e ofertar também títulos com prazo maior que 2014.
Para os analistas, o mercado até aceitaria trocar os papéis por títulos com vencimento maior --depois de 2014. Mas, para isso, seria necessário o governo oferecer um papel com taxas de juros maiores que as pagas atualmente pelo C-Bond.
Apesar de ser um título com alta liquidez no mercado, o C-Bond paga um "spread" (taxa de risco adicional cobrada no mercado financeiro internacional) maior que outros títulos da dívida brasileira. Isso porque o C-Bond é um título que foi criado para reestruturar uma dívida anterior, que o governo não tinha como pagar.
Só para exemplificar, o spread pago pelo C-Bond, que vence em 2014, varia em torno dos 430 pontos básicos, valor maior que o Global 30, que vence em 2030, que paga 420 pontos básicos. O spread do Global 2010, por exemplo, é de 300 pontos básicos.
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