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19/02/2004
-
19h19
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
A tensão do mercado com a crise política do governo Lula atingiu nesta quinta-feira o ápice. O risco Brasil disparou 7%, aos 596 pontos, o maior patamar desde outubro de 2003. A Bovespa desabou 4,77%, segunda maior queda do ano. O dólar subiu pelo quinto dia, vendido a R$ 2,96, maior valor desde setembro.
Desde a sexta passada, o risco brasileiro já subiu 75 pontos com a preocupação dos investidores com a crise política instalada após a demissão de um ex-assessor do ministro José Dirceu (Casa Civil), Waldomiro Diniz, envolvido em denúncia de corrupção.
Hoje o Ministério Público Federal pediu à Justiça a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, flagrado em vídeo negociando propina com um bicheiro.
"O plano político está próximo do caos, e o que é mais grave, faz o governo abandonar a agenda positiva para o ano", diz o diretor da corretora Ágora Senior, Álvaro Bandeira.
CPI e pizza
A oposição quer uma CPI para investigar o caso, e o governo tenta abafar o escândalo. Com a alta do risco, o custo da tomada de empréstimos no exterior pelas empresas brasileiros aumenta, desestimulando captações.
"O nervosismo é temporário. No Brasil, historicamente, CPI acaba em pizza", afirma o analista da corretora Vision, Sérgio Paiva.
Hoje circularam boatos de que novas denúncias poderiam ser divulgadas por revistas semanais.
"O PT não está conseguindo controlar a crise. Por precaução, o melhor a fazer é se antecipar a uma possível piora do cenário. Ninguém vai querer dormir no feriado com seu patrimônio vulnerável caso alguma nova denúncia apareça nesse período. É o Carnaval do medo", diz o analista da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.
Perto da Nigéria
No ranking da desconfiança dos investidores estrangeiros, o Brasil ocupa o quinto lugar. Neste ano, o risco brasileiro acumula alta de 27% e se aproxima a cada dia do quarto colocado, o da Nigéria.
Em 2002, o país africano, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decretou moratória da dívida externa.
O ranking da desconfiança externa, calculado pelo banco americano JP Morgan, é liderado pela Argentina (5.533 pontos), seguida pelo Equador (757 pontos), Venezuela (700 pontos) e Nigéria (664 pontos).
Esses dados do risco-país foram informados pela assessoria do banco JP Morgan no Brasil, às 19h. Segundo o banco, o indicador não chegou hoje a superar 600 pontos.
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Tensão com crise política atinge ápice e risco Brasil encosta em 600 pontos
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Desde a sexta passada, o risco brasileiro já subiu 75 pontos com a preocupação dos investidores com a crise política instalada após a demissão de um ex-assessor do ministro José Dirceu (Casa Civil), Waldomiro Diniz, envolvido em denúncia de corrupção.
Hoje o Ministério Público Federal pediu à Justiça a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, flagrado em vídeo negociando propina com um bicheiro.
"O plano político está próximo do caos, e o que é mais grave, faz o governo abandonar a agenda positiva para o ano", diz o diretor da corretora Ágora Senior, Álvaro Bandeira.
CPI e pizza
A oposição quer uma CPI para investigar o caso, e o governo tenta abafar o escândalo. Com a alta do risco, o custo da tomada de empréstimos no exterior pelas empresas brasileiros aumenta, desestimulando captações.
"O nervosismo é temporário. No Brasil, historicamente, CPI acaba em pizza", afirma o analista da corretora Vision, Sérgio Paiva.
Hoje circularam boatos de que novas denúncias poderiam ser divulgadas por revistas semanais.
"O PT não está conseguindo controlar a crise. Por precaução, o melhor a fazer é se antecipar a uma possível piora do cenário. Ninguém vai querer dormir no feriado com seu patrimônio vulnerável caso alguma nova denúncia apareça nesse período. É o Carnaval do medo", diz o analista da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.
Perto da Nigéria
No ranking da desconfiança dos investidores estrangeiros, o Brasil ocupa o quinto lugar. Neste ano, o risco brasileiro acumula alta de 27% e se aproxima a cada dia do quarto colocado, o da Nigéria.
Em 2002, o país africano, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decretou moratória da dívida externa.
O ranking da desconfiança externa, calculado pelo banco americano JP Morgan, é liderado pela Argentina (5.533 pontos), seguida pelo Equador (757 pontos), Venezuela (700 pontos) e Nigéria (664 pontos).
Esses dados do risco-país foram informados pela assessoria do banco JP Morgan no Brasil, às 19h. Segundo o banco, o indicador não chegou hoje a superar 600 pontos.
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