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15/03/2004 - 13h34

Consórcio das teles vai contestar venda da Embratel para Telmex nos EUA

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ELAINE COTTA
da Folha Online

O consórcio formado pela Geodex e pelas três operadoras de telefonia fixa (Telemar, Telefônica e Brasil Telecom) vai acionar a Justiça dos EUA contra a venda da Embratel para a mexicana Telmex. A operação foi confirmada esta manhã por ambas as companhias.

O pedido será encaminhado entre hoje e amanhã à Corte de Falência dos EUA e ao comitê de credores da MCI, ex-WorldCom.

O grupo questiona o valor pago pela Telmex à MCI, de US$ 360 milhões. Segundo fonte do consórcio, a oferta feita pelo grupo liderado pela Geodex foi de US$ 550 milhões.

As ofertas de compra foram entregues na última sexta-feira, dia 12. Além da mexicana Telmex e do consórcio formado pela Geodex e e pelas teles, a MCI recebeu uma oferta do Telos, o fundo de pensão dos funcionários da Embratel.

De acordo com analistas, o valor de mercado da Embratel oscila entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. A expectativa de alguns era de que a MCI poderia lucrar entre US$ 400 milhões e US$ 600 milhões com a operação. Outros, estimam o valor da venda em US$ 1 bilhão.

De acordo com o consórcio, a operação fechada com a Telmex "prejudica" os acionistas minoritários, que receberão menos com a venda. Além disso, o consórcio tentará provar que o negócio foi menos favorável à MCI, já que a oferta da Telmex foi US$ 190 milhões menor que a feita pelas teles.

Desde que a MCI, antiga WorldCom, anunciou a intenção de vender sua participação de quase 52% no capital votante da Embratel, em novembro do ano passado, a Telmex era apontada como favorita.

Os mexicanos, no Brasil, já controlam a Claro (ex-BCP). O seu dono, o magnata Carlos Slim, tinha em julho do ano passado US$ 1,7 bilhão em dívida da MCI, segundo estimativas do mercado.

Outro lado

A MCI, por sua vez, já esperava uma reação como essa do consórcio formado pelas teles. Por telefone, um porta-voz da empresa informou à Folha Online que o valor das ofertas não foi o único ponto analisado na hora de decidir para qual dos interessados a Embratel seria vendida.

De acordo com a MCI, um dos fatores que pesaram foi a perspectiva de aprovação ou não da operação por órgãos reguladores do Brasil, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

O porta-voz da MCI disse que uma venda para as teles enfrentaria mais resistência do que a venda para a Telmex e que a demora na aprovação seria prejudicial aos acionistas minoritários.

De acordo com a Lei Geral de Telecomunicações, criada durante a privatização do sistema Telebrás, em 1998, proíbe que uma mesma empresa seja dona de mais de uma operadora de telefonia fixa ou móvel. No caso, as teles seriam impossibilitadas de controlar também a Embratel.

Na última quarta-feira, dia 10, a Embratel apresentou ao Cade e à Anatel uma denúncia de que as empresas praticam condutas anti-competitivas, ou seja, formação de cartel.

O consórcio das teles, inclusive, não pôde obter as informações do data-room (sala com informações sobre a Embratel), que foi aberto para os demais interessados --Telos e Telmex.

O acesso das empresas foi vetado pela Embratel com a justificativa de que informações estratégicas não poderiam ser disponibilizadas aos concorrentes diretos da operadora no Brasil.

Efeitos

As ações ordinárias (ON) da Embratel registram hoje forte queda de 25,37% na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), enquanto as ações PN (preferenciais) sobem 5,18%.

A forte movimentação foi registrada após a confirmação de venda da empresa para a mexicana Telmex.

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