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20/04/2004
-
09h50
ELAINE COTTA
da Folha Online
A americana MCI (ex-WorldCom), controladora da Embratel no Brasil, oficializou hoje a sua saída do processo de concordata --conhecido nos EUA como Chapter 11-- que enfrentava há cerca de dois anos.
A saída da concordata já era esperada --a empresa estimava concluir o processo até o final do mês-- e, na opinião de analistas, favorece a Telmex na disputa pela aquisição da operadora brasileira.
Em 2002, a WorldCom decretou moratória por conta de um escândalo contábil de US$ 11 bilhões que levou ao indiciamento criminal do ex-presidente da empresa Bernard Ebbers. O caso foi considerado um dos maiores escândalos contábeis da história dos EUA.
Em comunicado, a MCI informa que saiu do Chapter 11 com a aplicação do seu plano de reestruturação, aprovado em 31 de outubro de 2003 pela Corte de Falências de Nova York.
A empresa também iniciou a distribuição de títulos a seus credores. O processo de concordata permitiu que a companhia reduzisse sua dívida dos cerca de US$ 41 bilhões para algo em torno de US$ 6 bilhões. Isso significa um corte de US$ 2,1 bilhões ao ano em pagamento de juros.
"A volta dada pela MCI é um tributo ao espírito humano e à assombrosa voluntariedade de nossos 50 mil dedicados empregados", disse o presidente da MCI, Michael Capellas. "Conseguimos isso juntos".
Os elogios do presidente, no entanto, não vão poupar os postos de trabalho da MCI que, na semana passada, anunciou a intenção de demitir 4.000 trabalhadores por conta do programa de corte de gastos para recuperar a empresa.
Durante a concordata, a MCI perdeu pelo menos 100 grandes consumidores (do setor corporativo). Um deles foi justamente o governo americano, que proibiu a empresa de fechar novos contratos públicos até que saísse da concordata.
Embratel
A MCI colocou a Embratel à venda no final do ano passado e no dia 15 de março oficializou a venda para a Telmex por US$ 360 milhões. A negociação, no entanto, precisava ser aprovada pela Corte de Falência de Nova York.
A decisão deveria ter sido anunciada no último dia 13, mas foi adiada para o próximo dia 27 a pedido da própria MCI. Com a saída da concordata, segundo analistas, a proposta da Telmex deve ser oficializada, em detrimento da oferta da Calais, que melhorou a proposta em duas oportunidades.
A Calais, que ofereceu inicialmente US$ 550 milhões-- é a empresa criada pelo consórcio formado pela Geodex e pelas três teles fixas (Brasil Telecom, Telemar e Telefônica) para disputar a Embratel.
Ontem, a Calais fez uma nova proposta. Após oferecer uma garantia de até US$ 360 milhões pelo risco regulatório envolvendo a compra da Embratel, elevou em 10% essa oferta como proposta final do grupo na transação (US$ 396 milhões) na assinatura do contrato de compra da empresa.
A esperança da Calais era de que a Corte de Falências de Nova York vetasse a venda para a Telmex sob a alegação de que a proposta da Calais era a mais viável --por ter uma valor mais elevado. Mas o próprio porta-voz do consórcio, Octávio Azevedo, já havia admitido que no caso de a MCI sair da concordata a oferta da Telmex seria a vencedora.
A MCI justificou a preferência pela Telmex com a maior facilidade que a mexicana teria para obter aprovação dos órgãos reguladores do Brasil, como Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já que, para alguns, a venda para o consórcio das teles poderia ferir a concorrência no país.
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da Folha Online
A americana MCI (ex-WorldCom), controladora da Embratel no Brasil, oficializou hoje a sua saída do processo de concordata --conhecido nos EUA como Chapter 11-- que enfrentava há cerca de dois anos.
A saída da concordata já era esperada --a empresa estimava concluir o processo até o final do mês-- e, na opinião de analistas, favorece a Telmex na disputa pela aquisição da operadora brasileira.
Em 2002, a WorldCom decretou moratória por conta de um escândalo contábil de US$ 11 bilhões que levou ao indiciamento criminal do ex-presidente da empresa Bernard Ebbers. O caso foi considerado um dos maiores escândalos contábeis da história dos EUA.
Em comunicado, a MCI informa que saiu do Chapter 11 com a aplicação do seu plano de reestruturação, aprovado em 31 de outubro de 2003 pela Corte de Falências de Nova York.
A empresa também iniciou a distribuição de títulos a seus credores. O processo de concordata permitiu que a companhia reduzisse sua dívida dos cerca de US$ 41 bilhões para algo em torno de US$ 6 bilhões. Isso significa um corte de US$ 2,1 bilhões ao ano em pagamento de juros.
"A volta dada pela MCI é um tributo ao espírito humano e à assombrosa voluntariedade de nossos 50 mil dedicados empregados", disse o presidente da MCI, Michael Capellas. "Conseguimos isso juntos".
Os elogios do presidente, no entanto, não vão poupar os postos de trabalho da MCI que, na semana passada, anunciou a intenção de demitir 4.000 trabalhadores por conta do programa de corte de gastos para recuperar a empresa.
Durante a concordata, a MCI perdeu pelo menos 100 grandes consumidores (do setor corporativo). Um deles foi justamente o governo americano, que proibiu a empresa de fechar novos contratos públicos até que saísse da concordata.
Embratel
A MCI colocou a Embratel à venda no final do ano passado e no dia 15 de março oficializou a venda para a Telmex por US$ 360 milhões. A negociação, no entanto, precisava ser aprovada pela Corte de Falência de Nova York.
A decisão deveria ter sido anunciada no último dia 13, mas foi adiada para o próximo dia 27 a pedido da própria MCI. Com a saída da concordata, segundo analistas, a proposta da Telmex deve ser oficializada, em detrimento da oferta da Calais, que melhorou a proposta em duas oportunidades.
A Calais, que ofereceu inicialmente US$ 550 milhões-- é a empresa criada pelo consórcio formado pela Geodex e pelas três teles fixas (Brasil Telecom, Telemar e Telefônica) para disputar a Embratel.
Ontem, a Calais fez uma nova proposta. Após oferecer uma garantia de até US$ 360 milhões pelo risco regulatório envolvendo a compra da Embratel, elevou em 10% essa oferta como proposta final do grupo na transação (US$ 396 milhões) na assinatura do contrato de compra da empresa.
A esperança da Calais era de que a Corte de Falências de Nova York vetasse a venda para a Telmex sob a alegação de que a proposta da Calais era a mais viável --por ter uma valor mais elevado. Mas o próprio porta-voz do consórcio, Octávio Azevedo, já havia admitido que no caso de a MCI sair da concordata a oferta da Telmex seria a vencedora.
A MCI justificou a preferência pela Telmex com a maior facilidade que a mexicana teria para obter aprovação dos órgãos reguladores do Brasil, como Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já que, para alguns, a venda para o consórcio das teles poderia ferir a concorrência no país.
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