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12/06/2004
-
07h00
CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo
Os países em desenvolvimento vão tentar ressuscitar, na 11ª reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), um acordo firmado em 1989 e que estabelece um modelo de tarifas preferenciais para cerca de 40 membros.
O aumento da integração entre os países em desenvolvimento é a tônica do encontro, que começa oficialmente amanhã e segue até sexta-feira, em São Paulo (SP).
O SGPC (Sistema Global de Preferências Comerciais) foi assinado há 15 anos, por cerca de 40 membros do G77 (grupo de países em desenvolvimento), e amarga poucos avanços por parte dos signatários. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a revitalização do que chamou de "um importante mecanismo de integração".
Em linhas gerais, o sistema estabelece modelos de tarifas preferenciais para os seus integrantes. Na mesa, há uma lista de mais de 1.600 produtos industriais e agrícolas. A proposta para o grupo deverá ser anunciada na quarta, mas já se antecipou que o sistema poderá incluir também a abertura de negociações para os setores de serviços e de investimentos.
De acordo com o embaixador Clodoaldo Hugueney Filho, a adesão de novos membros para o sistema de preferências também está na pauta. Para arregimentar mais adeptos, uma resolução definitiva sobre o modelo negociador deve sair no final do ano. "A idéia é dar espaço para o ingresso de outros países", disse.
Um dos parceiros mais cobiçados é a China, que não é signatária do acordo. Avanços em mecanismos de desgravação tarifária com os chineses, que ainda são considerados protecionistas, estão na mira da diplomacia brasileira.
O ressurgimento das discussões sobre o sistema de preferências tarifárias entre os países em desenvolvimento tem um forte viés econômico. Dados da Unctad revelam que o volume de comércio entre esses países têm crescido a taxas anuais ao redor de 11%, acima do dobro do volume médio global. Mais: 40% das exportações dos países em desenvolvimento vão para os seus pares.
Diante disso, a Unctad projeta que uma redução média de 50% das tarifas dos países que atualmente participam do SGPC poderia gerar um acréscimo de US$ 15,5 bilhões no comércio dos países em desenvolvimento.
De olho também nas negociações de liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio), o ministro Amorim disse que a reunião do G20 (grupo de países em desenvolvimento), aliada ao encontro do NG5 (grupo informal que reúne os maiores negociadores agrícolas, entre eles Brasil, Índia, União Européia e EUA), será "uma etapa decisiva das negociações". Os dois grupos se reúnem separadamente neste final de semana. Pascal Lamy (representante de comércio da UE) e Robert Zoellick (dos EUA) confirmaram presença.
Segundo Amorim, o G20 deve firmar as posições já acordadas --acesso a mercados para produtos agrícolas na UE e nos EUA.
Colaborou André Soliani, da Folha de S.Paulo
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Países em desenvolvimento tentam ressuscitar acordo tarifário
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da Folha de S.Paulo
Os países em desenvolvimento vão tentar ressuscitar, na 11ª reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), um acordo firmado em 1989 e que estabelece um modelo de tarifas preferenciais para cerca de 40 membros.
O aumento da integração entre os países em desenvolvimento é a tônica do encontro, que começa oficialmente amanhã e segue até sexta-feira, em São Paulo (SP).
O SGPC (Sistema Global de Preferências Comerciais) foi assinado há 15 anos, por cerca de 40 membros do G77 (grupo de países em desenvolvimento), e amarga poucos avanços por parte dos signatários. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a revitalização do que chamou de "um importante mecanismo de integração".
Em linhas gerais, o sistema estabelece modelos de tarifas preferenciais para os seus integrantes. Na mesa, há uma lista de mais de 1.600 produtos industriais e agrícolas. A proposta para o grupo deverá ser anunciada na quarta, mas já se antecipou que o sistema poderá incluir também a abertura de negociações para os setores de serviços e de investimentos.
De acordo com o embaixador Clodoaldo Hugueney Filho, a adesão de novos membros para o sistema de preferências também está na pauta. Para arregimentar mais adeptos, uma resolução definitiva sobre o modelo negociador deve sair no final do ano. "A idéia é dar espaço para o ingresso de outros países", disse.
Um dos parceiros mais cobiçados é a China, que não é signatária do acordo. Avanços em mecanismos de desgravação tarifária com os chineses, que ainda são considerados protecionistas, estão na mira da diplomacia brasileira.
O ressurgimento das discussões sobre o sistema de preferências tarifárias entre os países em desenvolvimento tem um forte viés econômico. Dados da Unctad revelam que o volume de comércio entre esses países têm crescido a taxas anuais ao redor de 11%, acima do dobro do volume médio global. Mais: 40% das exportações dos países em desenvolvimento vão para os seus pares.
Diante disso, a Unctad projeta que uma redução média de 50% das tarifas dos países que atualmente participam do SGPC poderia gerar um acréscimo de US$ 15,5 bilhões no comércio dos países em desenvolvimento.
De olho também nas negociações de liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio), o ministro Amorim disse que a reunião do G20 (grupo de países em desenvolvimento), aliada ao encontro do NG5 (grupo informal que reúne os maiores negociadores agrícolas, entre eles Brasil, Índia, União Européia e EUA), será "uma etapa decisiva das negociações". Os dois grupos se reúnem separadamente neste final de semana. Pascal Lamy (representante de comércio da UE) e Robert Zoellick (dos EUA) confirmaram presença.
Segundo Amorim, o G20 deve firmar as posições já acordadas --acesso a mercados para produtos agrícolas na UE e nos EUA.
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