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15/07/2004
-
06h13
CLAUDIA DIANNI
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires e SP
Representantes do Brasil e da Argentina fecharam um acordo ontem na disputa comercial entre as partes para a área de fogões, segundo informações obtidas pela Folha com o governo argentino.
No acordo desenhado, o Brasil concordou em definir uma cota de 90 mil fogões a serem exportados neste ano ao país vizinho e outra cota de 47,5 mil unidades a serem embarcadas no primeiro semestre de 2005.
A partir daí, para o segundo semestre do próximo ano, será realizada outra rodada de negociações. A Folha procurou Paulo Saab, o presidente da Eletros, que representa o setor, mas ele estava na Bahia e não foi localizado.
Ficou praticamente acertado, portanto, o que já estava sendo discutido antes de o governo argentino vir a público exigir restrições na importação ao Brasil. Em conversas anteriores, brasileiros e argentinos estavam prestes a assinar um acordo que restringiria as exportações a 95 mil fogões. Em janeiro, os brasileiros pediam uma cota de 160 mil unidades, e os argentinos ofereciam 60 mil.
Havia um temor de que os empresários argentinos voltassem agora ao ponto de partida.
Os televisores
A Folha apurou ainda que o grupo de negociadores do governo brasileiro vai tentar, nos próximos dias, tirar a pauta de televisores da lista de reivindicações argentina. A UIA (União Industrial Argentina) e o governo argentino insistem em taxar em 21% a importação de televisores provenientes da Zona Franca de Manaus. É essa questão que incomoda os fornecedores locais, e haverá uma tentativa de esvaziar a discussão em torno dessa exigência. Vão bater na tecla de que o Brasil ainda envia um volume limitado de TVs ao país vizinho.
Hoje é o segundo dia de discussões, em Buenos Aires, entre os representantes de ambos os países e técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ainda falta debater as barreiras para geladeiras e máquinas de lavar.
Ontem, no encontro entre o setor privado, os representantes chegaram às 15h à Embaixada do Brasil, onde foi marcada a reunião. Foram mais de quatro horas de conversas.
De acordo com uma fonte do governo argentino, no fim de semana, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, e o negociador chefe do Itamaraty, embaixador Luiz Felipe de Macedo Soares, estiveram em Buenos Aires para conversar com o secretário de Comércio Exterior da Argentina, Martin Redrado.
Fontes do governo argentino disseram, porém, ao jornal "El Cronista", que a Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP) já está preparando a regulamentação da medida de restrição na importação anunciada na semana passada.
Essa medida estabeleceria licenças não-automáticas para os eletrodomésticos.
A regulamentação ficaria pronta, mas não seria utilizada enquanto houvesse negociações.
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Brasil e Argentina acertam cota para fogões
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ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires e SP
Representantes do Brasil e da Argentina fecharam um acordo ontem na disputa comercial entre as partes para a área de fogões, segundo informações obtidas pela Folha com o governo argentino.
No acordo desenhado, o Brasil concordou em definir uma cota de 90 mil fogões a serem exportados neste ano ao país vizinho e outra cota de 47,5 mil unidades a serem embarcadas no primeiro semestre de 2005.
A partir daí, para o segundo semestre do próximo ano, será realizada outra rodada de negociações. A Folha procurou Paulo Saab, o presidente da Eletros, que representa o setor, mas ele estava na Bahia e não foi localizado.
Ficou praticamente acertado, portanto, o que já estava sendo discutido antes de o governo argentino vir a público exigir restrições na importação ao Brasil. Em conversas anteriores, brasileiros e argentinos estavam prestes a assinar um acordo que restringiria as exportações a 95 mil fogões. Em janeiro, os brasileiros pediam uma cota de 160 mil unidades, e os argentinos ofereciam 60 mil.
Havia um temor de que os empresários argentinos voltassem agora ao ponto de partida.
Os televisores
A Folha apurou ainda que o grupo de negociadores do governo brasileiro vai tentar, nos próximos dias, tirar a pauta de televisores da lista de reivindicações argentina. A UIA (União Industrial Argentina) e o governo argentino insistem em taxar em 21% a importação de televisores provenientes da Zona Franca de Manaus. É essa questão que incomoda os fornecedores locais, e haverá uma tentativa de esvaziar a discussão em torno dessa exigência. Vão bater na tecla de que o Brasil ainda envia um volume limitado de TVs ao país vizinho.
Hoje é o segundo dia de discussões, em Buenos Aires, entre os representantes de ambos os países e técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ainda falta debater as barreiras para geladeiras e máquinas de lavar.
Ontem, no encontro entre o setor privado, os representantes chegaram às 15h à Embaixada do Brasil, onde foi marcada a reunião. Foram mais de quatro horas de conversas.
De acordo com uma fonte do governo argentino, no fim de semana, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, e o negociador chefe do Itamaraty, embaixador Luiz Felipe de Macedo Soares, estiveram em Buenos Aires para conversar com o secretário de Comércio Exterior da Argentina, Martin Redrado.
Fontes do governo argentino disseram, porém, ao jornal "El Cronista", que a Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP) já está preparando a regulamentação da medida de restrição na importação anunciada na semana passada.
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A regulamentação ficaria pronta, mas não seria utilizada enquanto houvesse negociações.
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