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17/09/2004 - 18h43

Standard & Poor´s eleva nota de crédito do Brasil

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) elevou hoje a nota de crédito ("rating") da dívida soberana do Brasil e recomendou ao governo um aumento no controle dos gastos públicos como forma de reduzir a vulnerabilidade externa do país.

É a segunda melhora da classificação do país neste mês e ocorre no momento em que o governo cogita elevar o esforço fiscal. Hoje a meta oficial de superávit primário é de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). No último dia 9 , a Moody's havia melhorado a avaliação do Brasil.

Em comunicado, a agência justificou a decisão citando a retomada do crescimento da economia, a disciplina fiscal do governo, o aumento do fluxo de recursos externos para o país.

Ou seja, a S&P faz referências ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, o total de riquezas produzidas no país) e aos recordes da arrecadação de impostos e da balança comercial neste ano, até agosto.

Isso significa que a probabilidade de o governo brasileiro deixar de pagar sua dívida externa diminuiu na percepção das duas agências de classificação de risco.

A nota conferida pela S&P à dívida externa de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira subiu de "B+" para "BB-", em uma escala que vai de "AAA" (melhor qualidade de crédito possível) a "D" (inadimplente).

Para a S&P, "BB" indica o menor grau especulativo. A adição de um sinal de mais ou menos sinaliza posições relativas dentro das principais categorias de risco.

Na definição da S&P, ter uma classificação "BB" significa ser "menos vulnerável à inadimplência do que outras emissões especulativas. Porém, enfrenta grandes dificuldades criadas por condições financeiras, econômicas e comerciais adversas, que poderiam levar à inadequação da capacidade do emissor de honrar seus compromissos financeiros".

Portanto, a classificação anterior do país ("B") é mais vulnerável à inadimplência do que o novo "rating".

A agência também revisou a perspectiva da avaliação de "positiva" para "estável". Ou seja, não há a intenção de alterar a nota no curto prazo.

Com a nova nota da S&P, o Brasil fica a três degraus abaixo do grupo dos países classificados como "investment grade" (nível de investimento confiável). Na escala da Moody's, o Brasl está a quatro degraus abaixo do patamar de "investment grade".

Em comunicado, a analista da S&P, Lisa Schineller, disse que "o crescimento das exportações reflete uma melhora estrutural, apesar da ajuda de fatores cíclicos favoráveis". Ele citou a diversificação das exportações e a estabilidade da taxa de câmbio.

Schineller apontou ainda a melhora do perfil da dívida pública, que está menos atrelada às variações do dólar. Em agosto, só 13% dos títulos da dívida eram corrigidos pelo câmbio, abaixo do percentual (22%) registrado em dezembro passado.

Além da dívida do país, a S&P elevou o "rating" de dois bancos oficiais de fomento, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco do Nordeste.

Nesta sexta-feira, antes do anúncio da S&P, o mercado já especulava sobre a decisão. O risco Brasil chegou a desabar mais de 4%, enquanto o C-Bond, principal título da dívida externa do país, superou 99% do valor de face.

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