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24/11/2004
-
09h53
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinaliza que o governo deverá conter a queda da dólar em relação ao real como forma de evitar prejuízos aos exportadores.
Ontem, a moeda norte-americana caiu para R$ 2,744. Trata-se da menor cotação desde 19 de junho de 2002, ou seja, de antes da crise de confiança enfrentada pelo Brasil no período eleitoral.
Em entrevista à TV Bloomberg, Lula disse que seria "melhor para as exportações" se o dólar permanecesse entre R$ 2,90 e R$ 3,10. "Eu acredito que nós não queremos que o real se torne uma moeda muito forte", afirmou.
O governo tem sido pressionado por empresários exportadores a conter a forte desvalorização do dólar para evitar perda de competitividade dos produtos brasileiros e queda nas vendas ao exterior.
Com o dólar fraco, a balança comercial registrou na semana passada superávit de apenas US$ 209 milhões, um resultado bem inferior à média semanal deste ano, de mais de US$ 500 milhões.
Os saldos comerciais da balança são importantes também para garantir que o Brasil terá dólares suficientes para pagar sua dívida externa, evitando novas crises de confiança no mercado.
Ao mesmo tempo, a queda do dólar poderia abrir espaço para que o Banco Central aproveitasse a oportunidade para comprar divisas no mercado e recompor suas reservas internacionais.
A equipe econômica, entretanto, vinha defendendo a livre flutuação do dólar. O ministro Antonio Palocci (Fazenda) disse ontem não estar preocupado com o valor da moeda norte-americana. "Não devemos tentar decidir um valor ideal."
A cautela da equipe econômica é justificada pelo benefício sobre a inflação. O recuo da moeda norte-americana ajuda a aliviar preços indexados ao dólar --como os de commodities--, o que favorece o cumprimento das metas de inflação.
Juros
Durante a entrevista divulgada hoje, Lula também afirmou que a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), que nos últimos três meses subiu 1,25 ponto percentual, para 17,25% ao ano, deve começar a cair em 2005.
"Não podemos ter as taxas de juros americanas ou japoneses porque não temos a solidez da economia deles. (...) Precisamos consolidar a confiança de que vamos pagar [nossas dívidas] que daí o juro cai."
Ele disse ainda que a economia brasileira deve crescer entre 4,5% e 5% neste ano e que o governo trabalha para manter essa expansão "nos próximos 10, 15 ou 20 anos".
Por último, Lula disse que vai ser "duro" na busca do cumprimento das metas de inflação e explicou que, caso o Banco Central atinja seu objetivo, será por conta de variações em preços dolarizados, do aço ou dos preços de serviços públicos administrados.
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Lula diz que real mais fraco seria "melhor para as exportações"
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinaliza que o governo deverá conter a queda da dólar em relação ao real como forma de evitar prejuízos aos exportadores.
Ontem, a moeda norte-americana caiu para R$ 2,744. Trata-se da menor cotação desde 19 de junho de 2002, ou seja, de antes da crise de confiança enfrentada pelo Brasil no período eleitoral.
Em entrevista à TV Bloomberg, Lula disse que seria "melhor para as exportações" se o dólar permanecesse entre R$ 2,90 e R$ 3,10. "Eu acredito que nós não queremos que o real se torne uma moeda muito forte", afirmou.
O governo tem sido pressionado por empresários exportadores a conter a forte desvalorização do dólar para evitar perda de competitividade dos produtos brasileiros e queda nas vendas ao exterior.
Com o dólar fraco, a balança comercial registrou na semana passada superávit de apenas US$ 209 milhões, um resultado bem inferior à média semanal deste ano, de mais de US$ 500 milhões.
Os saldos comerciais da balança são importantes também para garantir que o Brasil terá dólares suficientes para pagar sua dívida externa, evitando novas crises de confiança no mercado.
Ao mesmo tempo, a queda do dólar poderia abrir espaço para que o Banco Central aproveitasse a oportunidade para comprar divisas no mercado e recompor suas reservas internacionais.
A equipe econômica, entretanto, vinha defendendo a livre flutuação do dólar. O ministro Antonio Palocci (Fazenda) disse ontem não estar preocupado com o valor da moeda norte-americana. "Não devemos tentar decidir um valor ideal."
A cautela da equipe econômica é justificada pelo benefício sobre a inflação. O recuo da moeda norte-americana ajuda a aliviar preços indexados ao dólar --como os de commodities--, o que favorece o cumprimento das metas de inflação.
Juros
Durante a entrevista divulgada hoje, Lula também afirmou que a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), que nos últimos três meses subiu 1,25 ponto percentual, para 17,25% ao ano, deve começar a cair em 2005.
"Não podemos ter as taxas de juros americanas ou japoneses porque não temos a solidez da economia deles. (...) Precisamos consolidar a confiança de que vamos pagar [nossas dívidas] que daí o juro cai."
Ele disse ainda que a economia brasileira deve crescer entre 4,5% e 5% neste ano e que o governo trabalha para manter essa expansão "nos próximos 10, 15 ou 20 anos".
Por último, Lula disse que vai ser "duro" na busca do cumprimento das metas de inflação e explicou que, caso o Banco Central atinja seu objetivo, será por conta de variações em preços dolarizados, do aço ou dos preços de serviços públicos administrados.
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